Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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18/12/2015 07h04

Produ??o agropecu?ria est? comprometida nas ?reas atingidas pela lama da Samarco

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<p> Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu&aacute;ria (Embrapa) mostra que o solo das &aacute;reas atingidas pela lama da barragem da mineradora Samarco, em Mariana, na regi&atilde;o Central de Minas Gerais, n&atilde;o apresenta condi&ccedil;&otilde;es para o desenvolvimento de atividades agropecu&aacute;rias. O trabalho foi realizado a pedido do Governo de Minas Gerais, numa a&ccedil;&atilde;o conjunta da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu&aacute;ria e Abastecimento, Emater-MG e Epamig.</p> <p> &ldquo;O que o relat&oacute;rio da Embrapa aponta &eacute; defici&ecirc;ncia de fertilidade do solo ap&oacute;s a avalanche de lama e rejeitos de minera&ccedil;&atilde;o. Existem tamb&eacute;m problemas de ordem f&iacute;sica. Surgiu uma nova camada na parte superior do solo que &eacute; praticamente inerte&rdquo;, explica o presidente da Emater-MG, Amarildo Kalil. A &aacute;rea atingida pelos rejeitos &eacute; de 1.430 hectares e abrange os munic&iacute;pios de Mariana, Barra Longa e Rio Doce. Nos outros locais, os preju&iacute;zos ficaram mais concentrados na calha do Rio Doce e na vegeta&ccedil;&atilde;o ciliar.</p> <p> &nbsp;O trabalho para o levantamento das condi&ccedil;&otilde;es do solo da regi&atilde;o come&ccedil;ou no dia 18 de novembro com a participa&ccedil;&atilde;o de t&eacute;cnicos da Embrapa Solos e Embrapa Milho e Sorgo. Foram realizadas coletas em 10 pontos de amostragem da &aacute;rea atingida pela lama. As an&aacute;lises foram feitas nos laborat&oacute;rios da Embrapa Solos, no Rio de Janeiro. &ldquo;Apesar de n&atilde;o ser t&oacute;xico, o material que est&aacute; se sedimentando n&atilde;o apresenta condi&ccedil;&otilde;es para a germina&ccedil;&atilde;o de sementes, nem para o desenvolvimento radiculares das plantas. Al&eacute;m da baixa fertilidade e dificuldade de infiltra&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua, o n&iacute;vel de mat&eacute;ria org&acirc;nica necess&aacute;rio para a vida microbiana do solo tamb&eacute;m foi bastante prejudicado&rdquo;, explica Amarildo Kalil.</p> <p> &nbsp;O estudo aponta redu&ccedil;&atilde;o no solo dos n&iacute;veis de pot&aacute;ssio, magn&eacute;sio e c&aacute;lcio que s&atilde;o necess&aacute;rios para o desenvolvimento de atividades agr&iacute;colas. O pH, que mede a acidez do solo, tamb&eacute;m foi alterado. A tend&ecirc;ncia &eacute; que o solo fique bastante compactado por causa dos altos teores de silte e areia fina, com baixa presen&ccedil;a de argila.</p> <p> &nbsp;Outra an&aacute;lise que a Embrapa Solos est&aacute; fazendo &eacute; do aspecto f&iacute;sico do solo. &ldquo;A segunda etapa da an&aacute;lise, que ainda est&aacute; em andamento, &eacute; para saber em que este material que cobriu o solo original ir&aacute; se transformar. Qual ser&aacute; o grau de compacta&ccedil;&atilde;o. Deveremos concluir este estudo no in&iacute;cio de fevereiro do pr&oacute;ximo ano&rdquo;, explica o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos, Jos&eacute; Carlos Polidoro.</p> <p> &nbsp;&ldquo;Infelizmente, o resultado dos estudos confirmou o estrago para a atividade agropecu&aacute;ria na regi&atilde;o. Nosso desafio agora, envolvendo todas as esferas do setor p&uacute;blico, &eacute; reduzir os problemas dos produtores e buscar alternativas econ&ocirc;micas para eles. A contribui&ccedil;&atilde;o da Secretaria de Agricultura e suas vinculadas, em articula&ccedil;&atilde;o com a Embrapa, ser&aacute; disponibilizar todo o nosso conhecimento t&eacute;cnico e cient&iacute;fico para, no futuro, reconvertermos os solos atingidos em aptos para a agricultura&rdquo;, diz o secret&aacute;rio de Estado de Agricultura, Jo&atilde;o Cruz.</p> <p> <strong>&nbsp;Recomenda&ccedil;&otilde;es</strong></p> <p> &nbsp;O presidente da Emater-MG, Amarildo Kalil, prop&otilde;e uma intensa atividade de reflorestamento, com diversas esp&eacute;cies nativas, na &aacute;rea atingida pelos rejeitos da minera&ccedil;&atilde;o. &ldquo;&Eacute; um trabalho que s&oacute; apresentar&aacute; resultados daqui a alguns anos, mas precisa ser feito para tentar recuperar o solo&rdquo;, explica. Segundo ele, a a&ccedil;&atilde;o consiste na abertura de covas maiores onde seriam acondicionados todos os nutrientes e mat&eacute;ria org&acirc;nica para viabilizar o desenvolvimento das plantas.</p> <p> &nbsp;Segundo o pesquisador da Embrapa Solos, Jos&eacute; Carlos Polidoro, a a&ccedil;&atilde;o imediata &eacute; a conten&ccedil;&atilde;o da eros&atilde;o, que ainda pode levar sedimentos da &aacute;rea afetada para os cursos d&#39;&aacute;gua, principalmente neste per&iacute;odo de chuvas. &ldquo;Este material ainda &eacute; muito inst&aacute;vel e precisa ser contido&rdquo;, afirma.</p> <p> A Emater-MG tamb&eacute;m elaborou um plano de a&ccedil;&atilde;o junto com a Epamig e prefeituras para fazer visitas aos produtores atingidos pelo rompimento da barragem. Est&atilde;o sendo aplicados question&aacute;rios para, principalmente, quantificar as perdas sofridas pelos agricultores.</p>

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