Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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05/11/2013 22h00

Munic?pios perdem arrecada??o

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<p> Direito do munic&iacute;pio minerador e garantia de extra no caixa da prefeitura, a arrecada&ccedil;&atilde;o da Compensa&ccedil;&atilde;o Financeira pela Explora&ccedil;&atilde;o de Recursos Minerais (Cfem) sobre as empresas exploradoras de riquezas minerais &ndash; sejam elas &aacute;gua, pedras preciosas, areia, argila, metais preciosos ou n&atilde;o, entre outros &ndash; &eacute; obrigat&oacute;ria e pode trazer in&uacute;meros benef&iacute;cios &agrave; cidade, como por exemplo, o aumento de suas divisas territoriais.</p> <p> De acordo com o advogado Eduardo Moreth &ndash; especialista em Direito Empresarial &ndash;, no que diz respeito &agrave; essa arrecada&ccedil;&atilde;o, v&aacute;rios munic&iacute;pios no Brasil s&atilde;o lesados pelo n&atilde;o pagamento da compensa&ccedil;&atilde;o ou pelo repasse de valores muito menores que o devido por parte das empresas. &ldquo;Essa &eacute; uma realidade muito comum nos Estados de Minas Gerais e na Bahia, onde j&aacute; trabalho e conhe&ccedil;o a pr&aacute;tica. Embora ainda esteja em fase de pesquisa em Goi&aacute;s, posso garantir que casos como esses tamb&eacute;m n&atilde;o s&atilde;o raros&rdquo;, pontuou.</p> <p> Segundo Moreth, o que facilita os golpes &agrave; Cfem &eacute; a fiscaliza&ccedil;&atilde;o falha dessa arrecada&ccedil;&atilde;o. Conforme o especialista, os pr&oacute;prios munic&iacute;pios &ndash; maiores interessados nesse processo &ndash; n&atilde;o contam com equipes fiscalizadoras e, quase sempre, n&atilde;o t&ecirc;m dimens&atilde;o da quantia que cada empresa lhes deve.</p> <p> &ldquo;Os munic&iacute;pios n&atilde;o t&ecirc;m, em sua maioria, capacidade t&eacute;cnica para conhecer essa realidade. Em quatro meses de atua&ccedil;&atilde;o num munic&iacute;pio pequeno, no interior da Bahia, descobrimos que a prefeitura poderia ter recolhido R$ 10 milh&otilde;es. Dinheiro que ela sequer sabia que existia. Promovemos, ent&atilde;o, uma auditoria de valores pedindo a recupera&ccedil;&atilde;o de receitas patrimoniais e j&aacute; conseguimos R$ 5 milh&otilde;es&rdquo;, relatou o advogado.</p> <p> &nbsp;</p> <p> <strong>DNPM</strong></p> <p> &nbsp;</p> <p> Como contou Moreth, a fiscaliza&ccedil;&atilde;o sobre a contribui&ccedil;&atilde;o das empresas e o valor do recolhimento &eacute; responsabilidade do Departamento Nacional de Produ&ccedil;&atilde;o Mineral (DNPM) de cada Estado. Mas, segundo o especialista, o problema est&aacute; na falta de estrutura e profissionais para compor as equipes fiscalizadoras da institui&ccedil;&atilde;o.</p> <p> De acordo com o DNPM, as equipes fiscalizadoras s&atilde;o realmente pequenas, uma situa&ccedil;&atilde;o generalizada. Outras superintend&ecirc;ncias tamb&eacute;m passam pelo mesmo impedimento que n&oacute;s&rdquo;, ressaltou o chefe da Divis&atilde;o de Fiscaliza&ccedil;&atilde;o da Atividade Mineradora da superintend&ecirc;ncia goiana do DNPM, Valdyjon Estrela.</p> <p> Mas, segundo ele, as fiscaliza&ccedil;&otilde;es nos munic&iacute;pios mineradores ocorrem durante o ano inteiro. &ldquo;Somos respons&aacute;veis apenas pelas empresas legalizadas, que s&atilde;o as que visitamos. No entanto, a fiscaliza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o tem controle sobre as empresas n&atilde;o autorizadas, at&eacute; porque isso &eacute; usurpa&ccedil;&atilde;o dos recursos naturais&rdquo;, acusa Estrela.</p> <p> Para Valdyjon, parte da bagun&ccedil;a sobre os valores do pagamento da Cfem tamb&eacute;m &eacute; culpa da falta de interesse dos pr&oacute;prios munic&iacute;pios. Segundo ele, os cobres das cidades s&atilde;o os mais beneficiados pelo recolhimento e, mesmo assim, muitas prefeituras n&atilde;o est&atilde;o interessadas em montar fiscaliza&ccedil;&otilde;es ou mesmo firmar conv&ecirc;nios com o DNPM.</p> <p> Conforme o chefe da Divis&atilde;o de Fiscaliza&ccedil;&atilde;o, mais da metade da Cfem recolhida (65%) &eacute; destinada para o pr&oacute;prio munic&iacute;pio e pode ser aplicada onde a administra&ccedil;&atilde;o decidir. Do valor restante, 23% v&atilde;o para o governo estadual e apenas 12% ficam com a Uni&atilde;o. &ldquo;H&aacute; casos em que as empresas compensam esse valor de alguma outra forma para as prefeituras e, &eacute; por isso, que nem sempre os repasses est&atilde;o corretos. At&eacute; porque, para receber a Cfem, n&atilde;o pode ser qualquer pessoa. &Eacute; preciso contar com economista, ge&oacute;grafo ou outro profissional devidamente treinado&rdquo;, comentou Estrela.</p>

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