25/01/2019 14h44
Sem informa??o popula??o especula sobre situa??o das barragens
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O Tribuna do Piracicaba - A Voz do Rio, em sua edição 245, de novembro de 2018, quando dos 3 anos da tragédia de Mariana, trouxe em sua capa a manchete "BOMBA RELÓGIO", se referindo às barragens gigantes de rejeito da Vale que coloca em risco as cidades de Rio Piracicaba e São Gonçalo do Rio Abaixo.</p>
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A matéria questionava sobre a situação dos planos de emergência conforme segue:</p>
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“A empresa e os auditores independentes garantem em 99,99% a segurança e a estabilidade das barragens sob nossa responsabilidade”, diziam os diretores, gerentes e engenheiros da Samarco antes do rompimento da barragem de Fundão, matando 19 pessoas e causando o maior desastre ambiental do Brasil.</p>
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A história se repete em Rio Piracicaba e São Gonçalo do Rio Abaixo, cidades que, situadas pouco abaixo de imensas barragens de rejeito da Vale, vivem a mercê da própria sorte, já que a desinformação virou rotina em relação à novela – E Se romper?.</p>
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<strong>Legislação e falta de comunicação</strong></p>
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A legislação, de 2010, prevê a implantação dos Planos de Ações Emergenciais de Barragens (PAEMBs), entretanto, as empresas somente começaram a implantação do pano sete anos depois, após o desastre da Samarco.</p>
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Apesar de darem início à implantação do plano, a Vale, no caso das cidades de Rio Piracicaba e São Gonçalo do Rio Abiaxo, não apresenta um cronograma e não mantêm um canal de comunicação prático e aberto com essas populações, transformando a situação em uma “tragédia anunciada”.</p>
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Quando resolvem desenvolver ações sem a devida comunicação, o medo e o pânico toma conta das cidades, caso ocorrido em Rio Piracicaba, quando em julho a empresa desenvolveu um simulado de rompimento envolvendo o bairro Bicas.</p>
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O que era para ser um exercício de treinamento acabou se transformando em desespero para muitos, já que, como não houve comunicação, divulgação e esclarecimentos à toda população, posteriormente ao simulado boatos circularam na cidade, relatando um possível rompimento e problemas nas barragens.</p>
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O Tribuna recebeu diversos áudios em whatsapp relatando o pânico vivido pela população menos avisada, conforme reprodução abaixo:</p>
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“Disseram que é pra ficar com os documentos em mãos, porque não teremos tempo de pegar nada”.</p>
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“A barragem da Batatinha está pra estourar. Já começaram a soltar a lama aos poucos pra ver se conseguem evitar o pior”.</p>
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“Colocaram sirenes perto das casas pra avisar se a coisa piorar”.</p>
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<strong>Tribuna questiona Vale</strong></p>
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Diante do exposto o Tribuna buscou informações junto a assessoria da Vale repassando questionamentos feitos pela população conforme a seguir:</p>
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Como estão os cronogramas de implantação dos planos em Rio Piracicaba e São Gonçalo? Quando acontecerão os próximos simulados? No caso de rompimento – qual a altura a lama atinge nas duas cidades?</p>
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<strong>Vale responde</strong></p>
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A empresa, em suas respostas não esclareceu os questionamentos feitos relatando o que se segue:</p>
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<em>Os simulados de emergência acontecem em caráter preventivo e são realizados pelas defesas civis municiais e a Vale, em parceria com as comunidades que vivem e trabalham próximas às barragens de mineração da empresa. Esses exercícios têm o objetivo de testar as rotas de fuga, pontos de encontro, sinalização e tempo de deslocamento das comunidades até o local seguro indicado no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) de cada território. Além das equipes de Defesa Civil dos municípios e da Vale, os exercícios contam com a participação da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e do Núcleo de Emergências Ambientais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Secretarias Municipais de Saúde. Também participam, eventualmente, bombeiros civis e equipes de resgate que atuam nas regiões. A programação das ações previstas nos PAEBMs é, portanto, definida conforme disponibilidade dos órgãos e das comunidades.</em></p>
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Finalizando, assim como os responsáveis pela barragem de Fundão, a assessoria informa que “a empresa reitera que todas as suas barragens possuem atestado de estabilidade e reforça seu compromisso com a segurança e sustentabilidade de suas operações”.</p>
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<strong>Mais um susto</strong></p>
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Na manhã de segunda-feira, 26, o toque de uma sirene assustou todos os moradores do centro de Rio Piracicaba, muitos acordaram com o alarme.</p>
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Entre medo, corre corre e busca por informações, após um determinado momento foi revelado que se tratava do alarme do Super Mercado da Vargem, que teria sido acionado acidentalmente.</p>
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