Os jovens não querem empregos físicos e repetitivos, e agora?"
A CRISE DA MÃO DE OBRA
Na última semana, um empresário do setor do comércio me relatou o drama que enfrenta para contratar funcionários. "Ninguém mais quer trabalhar carregando peso ou fazendo serviços rotineiros", desabafou. A queixa não é isolada. Reflete uma mudança profunda no perfil das novas gerações. Os jovens de hoje parecem mais atraídos por carreiras intelectuais, como coaching, marketing digital ou criação de conteúdo, do que por empregos que exigem esforço físico.
Muitos apontam o dedo para os programas assistenciais, como bolsas e auxílios governamentais, que supostamente desincentivariam a busca por empregos formais. No entanto, a questão é mais complexa.
Realmente o advento da internet e das redes sociais mexeu profundamente no imaginário, nas ambições de juventude, que hoje valorizam mais o tempo livre e não tem apego aos empregos e nem aceitam se submeter às autoridades.
O certo é que o fenômeno cria uma lacuna preocupante no mercado de trabalho. A ironia é que enquanto vagas em setores como comércio, logística e construção civil ficam em aberto, os governos noticiam que o desemprego caiu. A conta não fecha.
De olha nessa demanda, o futuro pode reservar uma revolução ainda maior. Elon Musk, visionário e CEO da Tesla e SpaceX, já prevê um mundo onde robôs multifuncionais assumirão tarefas pesadas e repetitivas. Ele profetiza que haverão robôs auxiliares pra fazer todas as tarefas humanas.
Mas se as máquinas vão fazer tudo, o que vai sobrar pra nós? Pois é. Em uma reunião recente com líderes árabes, Musk sugeriu que, no médio prazo, uma renda universal pode ser necessária para garantir que as pessoas tenham condições de consumir e pagar suas contas, já que as máquinas farão grande parte do trabalho.
Grandes desafios pela frente. OS empresários seguem buscando soluções para preencher vagas essenciais e automatizando, pois não tem outra opção. A pergunta que fica é: como equilibrar as aspirações das novas gerações com as demandas do mercado? E, mais importante: como preparar a sociedade para um futuro onde o trabalho humano pode se tornar cada vez mais dispensável?