ENTREVISTA COM RENATO GARCIA, um paulista  muito gente boa que tem feito muito sucesso tocando rock acústico de excelente qualidade. Segundo o papa Zé Rocknaldo, o embaixador do Rock na região, RENATO faz um show de tirar o fôlego  É uma música atrás da outra, que agrada a todos. Mas vamos à entrevista...

MARCOS MARTINO: Renato, como foi sua formação musical? 

RENATO GARCIA: Meu nome é Renato Garcia. Tenho 51 anos. Sou natural de Santos - SP. Minha formação musical foi muito eclética, de verdade. Eu tive a sorte de ter uma formação artística muito forte. Cresci escutando muita MPB, muito samba. Alcione, Beth Carvalho, Cartola, Monarco, Noite Ilustrada, Paulinho da Viola, João Nogueira, João Bosco, etc. Poderia ficar aqui o dia todo mencionando. Até que um belo dia, e eu me lembro como se fosse hoje, eu vi na televisão o Pepeu Gomes tocando "A Flor do Desejo e do Maracujá". Aquilo mudou tudo. Infernizei a vida do meu pai pra me dar uma guitarra. Daí pra frente a minha vida nunca mais foi a mesma.. Depois, quando eu comecei a aprender de verdade, dei sorte de novo de ser aluno do saudoso Prof. Antônio Manzione que tinha um método chamado de "Sensibilização Artística". Ali, além de aprender a valorizar a música (clássica e popular) a gente aprendeu a olhar todas as artes com olhos mais atentos. Daí pra frente foi ladeira abaixo. Nunca mais parei.A minha formação a princípio é de Processamento de Dados, mas na verdade eu nunca trabalhei na área propriamente dita.

MARCOS MARTINO: PERCEBO QUE VC TEM VERDADEIRA DEVOÇÃO COM O GÊNERO ROCK. A QUE SE DEVE ESSA PREFERÊNCIA E FIDELIDADE AO ESTILO.

RENATO GARCIA: Eu gosto de tocar todos os estilos de música de verdade. Aqui eu faço mais Rock mesmo. E eu gosto. Mas lá na minha terra a gente fazia muito blues, reggae, roda de samba, baile de carnaval. A gente toca o que precisar.

MARCOS MARTINO: VC USUALMENTE SE APRESENTA EM QUAIS FORMATOS?

RENATO GARCIA: Normalmente eu prefiro tocar sozinho. Já tive banda mas é muito complicado. A minha banda era bem boa. A gente até ganhou um festival competindo com mais de 3.000 bandas. Isso me deu oportunidades de tocar com grandes músicos, Chorão, Heitor e Champignon que eram do CB Jr. Meus parceiros Christyan Simões e Betinho Gonçalves, dois dos melhores músicos com quem já tive a felicidade de compartilhar umas melodias. Tô sendo injusto porque faltam váááários outros.

MARCOS MARTINO: VC TAMBÉM TEM AUTORAIS OU SEU NEGÓCIO É SÓ COVER MESMO?

RENATO GARCIA: Tenho pouquíssimas autorais. E as que eu tenho eu não costumo tocar não. Minha proposta não é essa não.

MARCOS MARTINO: VC É PROFESSOR DE INGLÊS, IMAGINO QUE DEVA VIVER DO OFÍCIO. POR QUE É TÃO DIFÍCIL SOBREVIVER SÓ DE ARTE?

RENATO GARCIA: Não sei. Acho que aqui no BR é difícil que as pessoas entendam a dimensão prática da arte. Na verdade eu relutei por anos a tocar na noite por várias razões. Mas foi muito curto o período da minha vida em que eu consegui sobreviver exclusivamente da música. São poucos os privilegiados que conseguem essa façanha. Pelo menos por aqui.

MARCOS MARTINO:O FATO DE SER PROFESSOR DE INGLÊS, TE PROPORCIONA UMA VISÃO MAIS AMPLA DO ROCK, NÃO SÓ NA SONORIDADE COMO NA LITERATURA, NAS LETRAS. QUAIS VC CONSIDERA AS BANDAS DAS MELHORES LETRAS?

RENATO GARCIA: Isso é outra coisa que eu não tenho certeza se as pessoas dão a devida atenção. Eu curto muito as letras das músicas. Música independe de ter letra mas eu acho que enriquece muito. Eu tenho uma preferência pelas músicas que contam uma história. Me and Bob McGee, Hey Joe, ou vindo mais pra cá, Faroeste Cabocle, De Frente pro crime, etc. São muitas também.

MARCOS MARTINO:VC TAMBÉM ACHA QUE O ROCK SÓ FUNCIONA EM INGLÊS OU ACHA QUE NOSSOS POETAS COMPOSITORES DE ROCK COMO CAZUZA E RENATO RUSSO, ROMPERAM COM ESSE MITO?

RENATO GARCIA: De jeito nenhum. Eu fui adolescente nos anos 80 e tudo aquilo que a gente ouvia derruba por terra essa teoria de que rock tem que ser em inglês. A língua portuguesa forneceu inúmeros clássicos da música. O rock não fica de fora dessa não !!

MARCOS MARTINO: O QUE VC ESTÁ ACHANDO DA ATUAL CENA DO ROCK EM JOÃO MONLEVADE? NÃO TÁ SENTINDO UM CLIMA FERVILHANTE NO ROCK LOCAL?

RENATO GARCIA: Pode ser coisa da chamada "bolha". Mas o pessoal com quem eu ando gosta bastante. Pra mim tá ótimo. Mas acho que se o movimento continuar, a gente abre mais espaço.

MARCOS MARTINO: NESSE MUNDO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, DO STREAMMING COMENDO A GRANA DOS ARTISTAS, ACHA QUE O ROCK AINDA TEM FUTURO?

RENATO GARCIA: Tava mesmo falando sobre isso esses dias. Eu acho que o Rock tá meio em baixa com a juventude. Acho que aquela rebeldia que a gente encontrava no estilo agora está sendo encontrado em outros lugares hoje em dia. Mas eu não acho que o Rock vai acabar não. Ele já passou por várias transformações e provavelmente vai se transformar em uma coisa que a gente nem consegue imaginar, no futuro. Aconteceu na Invasão Britânica nos 60. Aconteceu com o Movimento Hippie nos 70. Aconteceu com o Punk, a New Wave, o Metal, o Pop e vai acontecer de novo.

MARCOS MARTINO: DEIXE SEUS CONTATOS PARA QUEM QUISER CONTRATAR OU CONHECER SEU TRABALHO

RENATO GARCIA: Então é isso. Um paulista radicado e MG que leva um som de uma maneira meio caótica mas engajada.

Se quiser ouvir um som, chama aí no (31) 98452-8507. Cola que tem Rock, Reggae, Pop, Blues, MPB, Samba e o escambau !!!!!