03/02/2023 12h14
O MAIOR EVENTO DE TODOS OS TEMPOS EM MONLEVADE
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Houve um tempo em que grandes redes de TV promoviam grandes festivais de música. Os Festivais da TV Record talvez tenha sido os mais importantes, revelando artistas como Milton Nascimento, Chico Buarque, Gil, Vandré, entre outros. As rede GLOBO e Tupi também faziam seus FESTIVAIS, revelando artistas como OSVALDO MONTENEGRO, Guilherme Arantes, Tetê Espíndola, entre outros.</p>
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Pois em 1974 aconteceu em João Monlevade um festival que marcou época e influenciou todas as cidades em derredor. Provavelmente, o maior festival de música que já aconteceu em Minas, pelos artistas que participaram e estrutura.</p>
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Peço licença à fotógrafa monlevadense Lutécia Mafra para pegar emprestado parte de um texto e foto que ela publicou e que nos dá uma noção do que é esse evento.</p>
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" O festival da Música Popular foi apresentado por Vera Fischer, considerada uma das mulheres mais lindas do mundo à época. Foi um luxo, com shows de Jair Rodrigues na abertura e o Rei Roberto Carlos no de encerramento. Teve ainda Elke Maravilha e o maestro Erlon Chaves no juri. Facilitou o fato do empresário do Roberto Carlos em Minas ser o produtor João Bosco Pascoal, um sujeito muito bem relacionado e com moral em âmbito nacional".</p>
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Há de se registrar que foi um momento muito especial em que a cidade vivia uma fase realmente iluminista, com muitas pessoas incríveis trabalhando conjuntamente. Me lembro muito de Wilson Vacari ( tivemos oportunidade de conhece-lo num festival que vencemos no Grêmio e ele era muito, mais muito entusiasmado). Tinha ainda professor Guido, fantástico. E o prefeito também da época também não mediu forças para glória da jovem cidade. </p>
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O FESTIAÇO aconteceu como parte das comemorações dos 10 anos de emancipação político-administrativa de Monlevade. Houve uma série de atividades, por vários dias e o festival de música foi uma vitrine para os compositores, atraindo gente como Marcus Viana (da música de abertura do Terra de Minas, Pantanal), que participou com a música "Crença". Dentre os participantes de Monlevade, destaco o meu amigo Edimar Martins, o saudoso, querido amigo e excelente compositor Weber Costa (filho de Diló), o também saudoso Severino Miguel, o maestro Luciano (Clemente Mendes) Lima, Wagner Costa, Adão Alves (que depois chegou a gravar um Compacto Simples pela Bemol, com o nome artístico de Adonis Alves). E ainda tinha os participantes de outras cidades, que viravam amigos, como o Viola, de Raul Soares e muitos outros que não estão nessa lista".</p>
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Pois é! E teve gente da minha Alvinópolis também: Antonio de Pádua Vieira, conhecido como Neguinho e Frankinho, dois integrantes do famoso conjunto "os Morcegos".</p>
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Esse festival mexeu com toda a região. Depois disso, Alvinópolis passou a fazer seu festival que ficou famoso e durou por quase 40 anos. Em nossa região tínhamos Festivais no Prata, Dionísio, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Bela Vista de Minas, Nova Era, Itabira, Alvinópolis, Dom Silvério, Ponte Nova, São Pedro dos Ferros, Raul Soares, Rio Casca, Santo Antônio do Grama, Ouro Preto.</p>
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Os festivais foram eventos importantes por anos. Em Alvinópolis era o mais importante. Mas em dado momento os festivais foram sendo preteridos. Como dependiam das prefeituras para custear as despesas, foi perdendo espaço quando houve uma clara opção por eventos mais populares, que agradassem mais ao povão e gerassem votos. As prefeituras passaram a investir nas festas agropecuárias e cavalgadas. </p>
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Recentemente o assunto festivais voltou a entrar na pauta. Eu venho escrevendo e batendo na tecla, sugerindo que nossos prefeitos e secretários culturais voltem a fazer festivais. São eventos relativamente baratos que incentivam demais a criatividade, o talento da nossa gente.</p>
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Eu tenho sempre insistido que os festivais são mais que entretenimento. São escolas também, oportunidades de crescimento. Quem quer ser competitivo precisa ter um texto perfeito, afinação, bom arranjo. poesia, senão não passa pelo crivo do juri e não consegue bons prêmios. Num festival, não cabem erros grosseiros de português como vemos na pobre música popular de hoje em dia</p>
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Insisto que FESTIVAL não deve ser confundido com festa. Pode até ter festas também, shows pro pessoal dançar, namorar, enfim. Mas a função primordial do festival é ser vitrine para as canções, para a poesia, para a criatividade. Ouvir músicas inéditas exige paciência por parte do público e paciência hoje em dia é moeda rara. Desde sempre nos sentimos mais confortáveis quando ouvimos músicas conhecidas e ficamos incomodados com as inéditas, autorais. Mas tudo bem. Dá pra equilibrar cultura e entretenimento, autorais e covers. Nos primeiros festivais de alvinópolis,havia uma coisa que funcionava muito bem: depois dos festivais sempre tinha bailes dançantes, onde os pés de valsa podiam brilhar.</p>
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Portanto,meu amigo. Se vc é prefeito ou secretário de cultura, presidente de fundação ou mesmo produtor cultural, se vc compõe, se sempre foi doido pra colocar a sua música na roda, se interpreta bem, toca algum instrumento, nada melhor que os festivais de música, pra lapidar talentos e fazer cultura de verdade.</p>
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Esse Glorioso Festival de 1974 foi uma prova de dá pra fazer eventos com shows memoráreis de artistas consagrados e o brilho amador da música autoral, provando que a cultura tem mais a oferecer que peitos, bundas, cerveja e sofrência.</p>