05/08/2022 13h38
AUTISMO - CONHECER, ENTENDER E ACOLHER!
Coluna Mirante - por Sheila Malta
<div id="/uploads/imagem_arquivo/913142_simone.png" style="float:left; margin:15px; margin-left:0; margin-top:5px; margin-right:20px; width:320px;">
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<strong style="text-align: justify;"><em>“Alguém, com AUTISMO, me ensinou que, o AMOR não precisa de PALAVRAS.”</em></strong></p>
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<strong><em>(Autor desconhecido)</em></strong></p>
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<em>Na coluna de hoje, estaremos trazendo uma entrevista exclusiva com a Presidente da ASPAAS - Associação de Pais e Amigos dos Autistas, entidade aqui de Joao Monlevade/MG, que presta relevantes serviços no acolhimento e feitio de ações positivas, voltadas a respeito, informação e valorização desses portadores e suas famílias.</em></p>
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<strong><em>1 - Sheila Malta: Quem é Simone Barcelos?</em></strong></p>
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<strong><em>Simone Barcelos:</em></strong><em>Sou Simone de Oliveira Barcelos, mãe da Bárbara, João Pedro e o Lorenzo, que é responsável por toda mudança da minha vida. Minha primeira graduação foi Letras. Fui professora durante vários anos. Depois do nascimento do Lorenzo e da descoberta do diagnóstico do autismo quando ele tinha apenas 1 ano e 6 meses, começamos, eu e meu esposo, o Geraldo Luciano, a termos um olhar diferenciado em relação a educação infantil. Resolvi fazer Pedagogia e durante o curso fiz vários outros cursos e participei de diversas palestras referentes ao Autismo e transtornos de aprendizagem e quanto mais estudo percebo que ainda sei muito pouco. Concluí minha Pós graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional e imediatamente iniciei neuropsicopedagogia, pois quero entender melhor como o cérebro aprende, aprender mais dos transtornos de aprendizagem. Atualmente atendo na Associação e na Med Lab como Psicopedagoga, amo ver a evolução das crianças.</em></p>
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<strong><em>2 - Sheila Malta: Quando da criação da ASPAAS, qual os principais desafios enfrentados,desde a sua assunção como Presidente?</em></strong></p>
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<strong><em>Simone Barcelos:</em></strong><em>A Associação foi criada em 2017, momento em que grupo de mães lutávamos para ter um direito adquirido por lei desde 2012, ( Lei Berenice Piana) que garante o direito do Autista a ter um monitor em sala para orientar e cuidar da criança ou adolescente. Vemos que se fossemos uma Associação seria mais fácil sermos ouvidas, e foram várias reuniões com a prefeita até que conseguimos nosso direito. Sabemos que ainda temos muitos desafios, atualmente sofremos com a falta de atendimento na área da saúde, devido também a falta de profissionais na área, infelizmente atualmente Sabemos que tem lista de espera tanto na rede pública quanto na privada, visto que essas crianças normalmente não têm alta como em outras áreas, o transtorno é um atendimento constante, por exemplo meu filho está com os profissionais desde antes dos 3 anos e atualmente está com 7 anos e não tem previsão de alta com nenhum deles. O custo é dos atendimentos algo também que atrapalha muito para o desenvolvimento das crianças, por exemplo um autista precisa para seu melhor desenvolvimento de vários profissionais, psiquiatra, psicólogo, fonológo, psicomotricista, terapeuta ocupacional, psicopedagogo, e o ideal é que seja mais de uma sessão com cada profissional para melhor desenvolvimento da criança, e sabemos que fica muito caro arcar com todos esses gastos, fora as medicações.</em></p>
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<strong><em>3 - Sheila Malta: Quantos associados são hoje e qual o endereço da mesma?</em></strong></p>
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<strong><em>Simone Barcelos:</em></strong><em>Atualmente o nosso grupo conta com total de 227 pessoas, mas lembrando que temos pessoas das cidades vizinhas, como Alvinopolis, Catas Altas, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Itabira, São Gonçalo, São Domingos do Prata, Nova Era, Mariana embora a maior parte seja daqui a Associação orienta essas famílias de outras cidades também, inclusive orientamos as mães de Itabira na criação da Associação de lá também. Temos como princípio acolher a aquelas pessoas, que buscam informações acerca do autismo, quando tive o diagnóstico do meu filho tive um sentimento de estar sozinha e não ter outra pessoa na mesma situação, vejo que a Associação hoje consegue dar esse consolo para uma família que passa por esse momento. Já foram feitas diversas palestras tanto nas escolas públicas e privadas em João Monlevade e região, para informar aos professores o que é autismo como identificar e até mesmo como agir em caso de crise. </em></p>
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<strong><em> 4 - Sheila Malta:Na sua opinião, a falta de informação sobre o autismo na cidade ainda é grande?</em></strong></p>
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<strong><em>Simone Barcelos</em></strong><em>: Quanto a informação, infelizmente vejo que muitas pessoas ainda nem sequer sabem o que é autismo, e percebemos que muitas vezes quando sabem ou percebem não sabem como abordar a mãe ou até mesmo como conversar com a criança, ou adolescente.Sempre falo com as famílias que cabe principalmente a nós pais estarmos nos informando para informamos e formarmos mais pessoas com relação ao autismo. Infelizmente ainda têm pessoas que acham que o direito dos autistas ou pessoas com deficiência é privilégio, espero que esse olhar mude. Acredito que com um número maior de pessoas diagnosticadas vai mudar esse quadro, segundo o último senso dos Estados Unidos, um dos países que mais investe em pesquisas acerca do autismo, atualmente é 1 para cada 30 nascidos. Ou seja daqui a pouco teremos a maior parte da população entendendo o que é autismo e como lidar.</em></p>
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<strong><em> 5 - Sheila Malta: Quais as conquistas alcançadas pela ASPAAS?</em></strong></p>
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<strong><em>Simone Barcelos</em></strong><em>: Vejo que foi os monitores nas escolas e essa parceria da Assis com a secretaria de educação que hoje são parceiras temos muitos problemas mas vejo que a Associação tem contribuído para melhoria dessa busca pela inclusão. Além de recentemente, a carteirinha de identificação do Autista, foi fruto de um projeto de lei, feito pelo vereador Belmar Diniz com ajuda e olhar da Associação.</em></p>
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<strong><em> 6 - Sheila Malta: Uma mensagem que você gostaria de deixar acerca do autismo, para que as pessoas que ainda não se inteiraram do assunto e ou ignoram completamente a sua relevância possam estar mais conscientes de seu papel no processo de humanização e dignidade desses portadores?</em></strong></p>
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<strong><em>Simone Barcelos: </em></strong><em>O meu maior sonho enquanto mãe e educadora, atualmente é que, a escola de modo geral, desde o porteiro, recebam informações sobre o que é autismo, como lidar com um autista. Que ter uma prova adaptada não é um favor ao aluno, assim como ter dever e atividades adaptadas de acordo com o cognitivo dele também é um direito dele, fazer um relatório condizente com a realidade dele também é de suma importância para a família e os profissionais que o atende, porque o PDI ( Plano de desenvolvimento individual) é como se fosse um termômetro para medir a evolução do aluno e isso precisa ser feito com muito zelo porque é a vida de uma pessoa. Esperamos que possamos ter esses profissionais mais qualificados e também melhor remunerados, sabemos que falta muita formação infelizmente. Enfim, nós, família, dessas criança, queremos que nossos filhos, sejam respeitados, em todos os espaços da sociedade.</em></p>
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<em>Obrigada pela entrevista!</em></p>
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<strong><em>“Conhecimento não ocupa espaço e ainda ajuda a impedir que preconceitos e estigmas se espalhem e causem transtornos desnecessários a vida dos usuários e portadores de qualquer síndrome, transtorno ou mesmo deficiencia de ordem mental ou cognitiva.”</em></strong></p>
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<em>Para maiores esclarecimentos e demais dúvidas sobre o assunto ou mesmo curiosidade para conhecer acerca do trabalho desenvolvido pela entidade, o telefone da AASPAS: <strong>31 98585-3824.</strong></em></p>