10/09/2021 09h25
DEPRESS?O E SEXUALIDADE
Setembro amarelo
<div id="/uploads/imagem_arquivo/2424_depressaoansiedadeemmulheresfatoresderisco1.jpg" style="float:left; margin-top:10px; margin-bottom:5px; width:645px;">
<img alt="z" class="3" height="430" name="2424_depressaoansiedadeemmulheresfatoresderisco1.jpg" src="/uploads/imagem_arquivo/2424_depressaoansiedadeemmulheresfatoresderisco1.jpg" style="float:left;" title="z" width="645" /></div>
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<span style="font-size: 14px; text-align: justify;">Você sabia que a depressão pode afetar gravemente a vida sexual de uma pessoa? Mas também pudera, né? Depressão afeta tudo. Infelizmente nem sempre a pessoa se dá conta de que a depressão prejudica a vida sexual. Podendo inclusive colocar em risco o relacionamento amoroso.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Pois bem! O mês de setembro é o mês de prevenção do suicídio no Brasil. O Setembro Amarelo é uma campanha criada com o intuito de informar as pessoas sobre o suicídio, uma prática normalmente motivada pela depressão. Mesmo com tantos casos famosos, crescentes a cada ano, ainda existe uma grande barreira para falar sobre o assunto.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">A depressão impacta os diversos campos da vida, inclusive a sexualidade. Quando falamos de depressão, muitas vezes pensamos que não tem nada a ver com o tema sexualidade. Apesar de vários tabus e preconceitos, todos dois fazem parte da nossa vida, sendo questões que interferem diretamente na nossa vivência como seres humanos e sexuais.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Na depressão um dos sintomas é a diminuição e até perda da libido, perda de interesse em coisas prazerosas, baixa da energia e junto com a fadiga vem a redução da vontade do ato sexual, afetando diretamente a vida afetiva do casal, afastando a pessoa ainda mais da vivência da sua sexualidade.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Normalmente a depressão afeta também a auto-estima e auto-imagem, o que leva a pessoa a não querer se arrumar, se sentindo menos confiante e atraente para si e para os outros. A pessoa acaba se isolando do convívio social e principalmente dos encontros amorosos, o que acaba alterando sua imagem como ser sexual. Outra dificuldade também na sexualidade é a de lidar com a excitação. Vem a preocupação e insegurança na hora dos encontros e também na hora do sexo, que pode vir acompanhada de impotência, falta de orgasmo, ansiedade, dificuldade para respirar, medo, entre outras questões, é visível os efeitosque a enfermidade pode causar em diversas questões tanto do corpo, quanto da mente.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Conforme uma pesquisa publicada pelo Journal of Sexual Medicine, onde foram entrevistados <strong>200 homens</strong>, dentro da faixa etária de 20 a 77 anos e com níveis limítrofes de testosterona total entre 200 e 350 ng/dL, foi capaz de apontar dados que relacionam depressão e sexualidade. As informações colhidas pelo levantamento incluíam aspectos demográficos, histórico médico, uso de medicações, dentre outras, para apurar qual era a relação da quantidade de testosterona apresentada por esses homens em seus organismos e como ela afeta a saúde mental dos mesmos.Os resultados apontaram que a depressão e/ou sintomas depressivos estavam presentes em 56% dos participantes, totalizando mais da metade do grupo. A pesquisa também revelou que aqueles que faziam uso de medicamentos antidepressivos apresentam altas taxas de obesidade e baixo registro de atividades físicas. Eles representam ¼ do grupo pesquisado. Os sintomas mais relatados durante a pesquisa foram: disfunção erétil, diminuição da libido, menos ereções matinais, baixa de energia e distúrbios do sono. É possível que entre os homens a doença seja sub-diagnosticada.”</span></p>
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<span style="font-size:14px;">E nas mulheres, como a depressão afeta? Segundo um estudo do Instituto Nielsen, a ligação entre depressão e sexualidade para as mulheres também é muito clara. A pesquisadora Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, afirma que a depressão afeta mais gravemente à mulher do que o homem: “Na mulher, ela [a depressão] é mais longa e os quadros são mais crônicos e recorrentes a depressão, metade também reclamava de baixo desejo sexual. Conforme a pesquisa da Doutora Abdo, o número de mulheres que fazem uso de antidepressivos e relatam algum tipo de disfunção sexual pode chegar a 70%.Resumindo, a depressão pode afetar negativamente o apetite e atividade sexuais femininos. O tratamento da doença agrava ainda mais os casos e a gravidade das disfunções sexuais. Os antidepressivos que normalmente são receitados nesses casos vêm acompanhados de para-efeitos sexuais como a diminuição da libido e a dificuldade de atingir o orgasmo.</span></p>
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<span style="font-size:14px;"><strong>Podemos afirmar com convicção, que a relação entre depressão e sexualidade, mais precisamente problemas relacionados ao sexo, afetam negativamente tanto homens quanto mulheres.</strong></span></p>
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<span style="font-size:14px;">Então, mas lendo esse texto a gente fica pensando. Mas e aí? O que fazer? Existe esperança? Mas é claro que sim. É obvio que a solução é se cuidar, buscar ajuda, não ter medo ou vergonha de assumir que as coisas não estão legais e que não esta sabendo lidar sozinha(o) com os problemas.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Todos nós passamos por situações desafiadoras ao longo da vida. Entender que aquele momento não é para sempre e principalmente saber que a medicação é importante e necessária, mas a medicação sozinha não fará milagre. Por isso, peça ajuda de pessoas da família, parceiros, parceiras, amigos, ou profissionais competentes.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">A saúde física e mental andam sempre juntas e não podem, em hipótese alguma, serem vistas de forma separada.E como boa notícia, cuidar de uma é automaticamente cuidar da outra, preservando nosso bem estar como um todo. A psicoterapia e os remédios são aliados no tratamento, assim como a prática de exercícios físicos.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Ressalto sempre a importância do diálogo aberto e sincero com a parceria, falando dos efeitos do transtorno, do tratamento, dos medos, das dúvidas e incertezas é uma das formas de estar presente nesse momento e ajudar a superar a depressão. Vale inclusive, buscar novas formas para explorar a sexualidade, o que pode ser benéficos para o sucesso do tratamento.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Na vida não existe a tecla de voltar, não temos como desfazer o passado, importe-se hoje, valorize agora e principalmente ouça com muita atenção.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Acolha hoje quem precisa de você! Amanhã pode ser tarde demais!!!</span></p>
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<span style="font-size: 14px;">Nádia Guimarães</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Sexóloga, Consultora em Saúde e Educação Sexual</span></p>