08/04/2021 22h32
DEPOIS DA BIG DATA AT? SEUS SENTIMENTOS SER?O CONTROLADOS
<div id="/uploads/imagem_arquivo/956251_conhecaos4maioresdesafiosdousodobigdataanalyticsemumaempresa.jpeg" style="float:left; margin-top:10px; margin-bottom:5px; width:645px;">
<img alt="Z" class="3" height="402.73923445" name="956251_conhecaos4maioresdesafiosdousodobigdataanalyticsemumaempresa.jpeg" src="/uploads/imagem_arquivo/956251_conhecaos4maioresdesafiosdousodobigdataanalyticsemumaempresa.jpeg" style="float:left;" title="Z" width="645" /></div>
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<span style="font-size: 14px; text-align: justify;">O liberalismo não aposta nos sentimentos e nas livres decisões dos indivíduos. Essa forma de pensar não é natural nem mesmo muito antiga. Durante muitos séculos se acreditava que toda a autoridade provinha dos ditames divinos e jamais do coração humano. Por essa razão a santificação da palavra de Deus e não a crença na liberdade humana.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Somente nos últimos séculos a fonte de autoridade desceu miraculosamente das mãos celestiais para a carne e os ossos dos humanos.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">O que é possível é que, em pouco tempo, possa mudar de mão outra vez. Sairá da cerne e dos ossos tão humanos para a cibernética dos algoritmos. A autoridade divina foi validada por folclores religiosos e o domínio humana foi abonado pelo conto liberal, a futura revolução tecnológica vai estabelecer o posto dos algoritmos no absoluto comando, ao mesmo tempo em que sabota a simples ideia da liberdade individual.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">O próprio funcionamento do nosso corpo e cérebro afirma que nossos sentimentos não são uma qualidade espiritual exclusiva do ser humano, e não indicam nenhum tipo de “livre arbítrio”. Os sentimentos não passam de mecanismos bioquímicos que os mamíferos e aves utilizam para medir probabilidades de sobrevivência e reprodução. Os sentimentos não estão fundamentados em intuição, liberdade e inspiração. Estão abalizados por cálculos.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Quando qualquer animal ou ser humano encontram uma cobra o medo aflora porque milhões de neurônios processam imediatamente os dados relativos ao perigo porque o perigo existe e as possibilidades de morte são grandes. Sentimentos de atração sexual afloram quando outros algoritmos bioquímicos abalizam que alguém próximo oferece probabilidade de coito, ligação social ou outro objetivo qualquer desejado por ambos. Sentimentos morais como indignação, culpa ou perdão procedem de mecanismos neurais que evoluíram para proporcionar cooperação global. Todos esses algoritmos bioquímicos foram aprimorados durante milhões de anos de evolução. Se os sentimentos de algum ancestral cometeram um erro, os genes que configuraram esses sentimentos foram passados à geração seguinte. Assim sendo, sentimentos contrários de racionalidade passam a ajuntarem racionabilidade evolutiva.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Acontece que não notamos que os sentimentos são cálculos porque esse intenso processo ocorre abaixo do nível da consciência. Não sentimos a agitação de bilhões de neurônios computando possibilidades de sobrevivência e reprodução., e assim acreditamos, equivocadamente, que nosso medo de cobras, nossa escolha de parceiros ou parceiras sexuais ou nossas opiniões sobre muitas coisas que nos rodeiam são resultantes do misterioso “livre arbítrio”.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Mas, confiar nos sentimentos faz sentido e se transforma em uma prática de vida. Embora não exista nada prestidigitador ou livre no que diz respeito aos nossos sentimentos, eles sempre serão o melhor método para decidir o que estudar, em que partido votar, com quem casar. Não existe sentimento externo que possa compreender melhor meus sentimentos melhor que eu. Mesmo que eu estivesse sendo espionado pela CIA, KGB e Polícia federal eles não conseguiriam saber nem hackear os processos bioquímicos que formam desejos e escolhas. Poderíamos alegar que, na prática, disponho de livre arbítrio, porque minha vontade foi formada primordialmente entre forças interiores, que ninguém no exterior seria capaz de ver ou saber. Posso desfrutar da ilusão de que controlo o meu picadeiro interior secreto, enquanto quem está de fora jamais seria capaz de compreender o que na verdade está acontecendo dentro de mim e como tomo as minhas decisões.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Então podemos dizer que o liberalismo está certo quando aconselha às pessoas a seguirem o coração e não o que possa afirmar um pastor, sacerdote ou militante partidário. Na Inglaterra, a separação do bloco europeu era anunciada assim: “Diga o que você sente sobre a separação da Inglaterra da União Europeia”. Não pediam para a pessoa “dizer o que pensa e sim o que sente”. Entretanto, em pouco tempo mais algoritmos de computadores poderão nos aconselhar melhor do que os próprios sentimentos humanos. Enquanto a KGB e a CIA dão lugar ao Google o “livre arbítrio” será desmascarado como um mito, e o liberalismo perderá suas vantagens práticas.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Vivemos no momento no meio de duas grandes revoluções. Por um lado, biólogos estão decodificando os mistérios do corpo humano, em particular do cérebro e dos sentimentos. Ao mesmo tempo cientistas da computação estão nos entregando um poder de processamento de dados sem precedente. Quando as duas revoluções se fundirem produzirá algoritmos da Big Data capazes de monitorar e compreender meus sentimentos muito melhor do que eu. Neste momento a autoridade passará dos humanos para os computadores. Minha ilusão de livre arbítrio vai virar pó à medida que eu me deparar, todos os dias, com instituições, corporações e agências do governo que compreendem e manipulam o que era meu intransponível reino interior.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">Isso já está acontecendo no campo da medicina. As decisões médicas mais importantes de nossa vida não na sensação de estarmos doentes ou saudáveis, nem mesmo nos prognósticos do nosso médico, mas sim nos cálculos de computadores que entendem de nosso corpo bem melhor do que nós. Dentro de pouco tempo os algoritmos da Big Data, alimentados por um fluxo constante de dados biométricos, poderão monitorar nossa saúde 24 horas por dia, sete dias por semana. Serão capazes de descobrir, logo no início, a gripe, o câncer ou o mal de Alzheimer, muito antes de sentirmos que existe algo errado conosco. Recomendarão tratamentos adequados, dietas e regimes diários, sob medida, para a nossa compleição física, nosso DNA e nossa personalidade, que são únicos.</span></p>
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<span style="font-size:14px;">As pessoas gozarão dos melhores serviços de saúde de toda história da humanidade e, ao mesmo tempo, estarão doentes todo tempo. Todos nós temos alguma coisa errada em algum lugar do corpo. Antigamente, seu estado de saúde estava sempre normal até você sentir uma pequena dor ou incômodo por uma aparente deficiência, como por exemplo, pequenas falhas na visão. Porém agora, digamos 2040, com os cuidados dos sensores biométricos e algoritmos da Big Data, as doenças poderão ser diagnosticadas e tratadas muito antes de causarem dor e debilidade. O resultado vai ser você sentindo a necessidade de prevenir algum “mal de saúde” e terá que seguir as recomendações de algum algoritmo. Você pode até mesmo recusar e não seguir os ditames impostos, mas seu seguro de saúde será cancelado, ou você será demitido pagando assim o preço de sua teimosia. Você pode fumar, mesmo sabendo que este proceder causa câncer de pulmão. Mas não poderá fazê-lo depois que receba uma concreta advertência de um sensor biométrico que terminou de detectar dezenas de células cancerosas no seu pulmão esquerdo. Você pode até mesmo desafiar o sensor até o momento que ele passar essa informação ao sua empresa, ao seu seguro de saúde e a sua família. Isso deixa de ser advertência para ser obrigatoriedade. Não poderá haver resistência de sua parte se até mesmo o seu Smartphone estará constantemente atualizando a informação e apontando a gravidade de seus problemas. Os hipocondríacos na certe observarão as mensagens obedientemente. A maioria de nós vai ignorá-las da mesma maneira que fazemos com as mensagens incômodas que recebemos de antivírus em nossos computadores. Também haverá os incomodados pela interferência do algoritmo no mais íntimo do seu eu mexendo nos seus sentimentos de forma muito mais eficiente que você mesmo. O acelerador da biotecnologia foi acionado. A única solução é OBDC...</span></p>