Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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15/05/2020 08h13

Com mais de 50% dos casos confirmados da regi?o, Monlevade vive dilemas no auge da pandemia

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<div id="cke_pastebin" style="text-align: justify;"> Jo&atilde;o Monlevade - Jo&atilde;o Monlevade, polo regional do M&eacute;dio Piracicaba, &eacute; a cidade com o maior n&uacute;mero de casos confirmados da Covid-19 na regi&atilde;o, o novo Coronav&iacute;rus, superando at&eacute; mesmo o seu maior e mais populoso munic&iacute;pio, que &eacute; Itabira, com 12 casos. Dos 52 casos confirmados na regi&atilde;o, 28 s&atilde;o de Jo&atilde;o Monlevade, ou seja, a cidade contabiliza mais de 50% dos casos, com os outros pouco menos de 50% distribu&iacute;dos nos 17 munic&iacute;pios da microrregi&atilde;o. At&eacute; o fechamento dessa edi&ccedil;&atilde;o, j&aacute; eram contabilizados 28 casos da doen&ccedil;a na cidade, sem nenhum registro de &oacute;bito. Desses casos, 11 j&aacute; est&atilde;o recuperados, 15 est&atilde;o em isolamento domiciliar e dois se encontram internados, por&eacute;m, apenas em observa&ccedil;&atilde;o e sem necessidade de utiliza&ccedil;&atilde;o de ventiladores respirat&oacute;rios mec&acirc;nicos.</div> <div id="cke_pastebin" style="text-align: justify;"> No auge da pandemia, que assola todo o planeta, Monlevade vive s&eacute;rios dilemas, entre eles, aquele que aflige todos os demais munic&iacute;pios do pa&iacute;s e que diz respeito &agrave; import&acirc;ncia do isolamento social e o pleno funcionamento do com&eacute;rcio. Enquanto alguns defendem a retomada da economia de forma urgente e, para isso, a abertura do com&eacute;rcio, muitos acreditam que o isolamento social e o consequente funcionamento parcial do mesmo &eacute; a solu&ccedil;&atilde;o para combater a pandemia com sucesso.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> <div id="cke_pastebin"> O Bom Dia conversou com a m&eacute;dica Maria Eug&ecirc;nia T&oacute;tola, que est&aacute; na linha de frente no atendimento &agrave;s v&iacute;timas da Covid-19 em jo&atilde;o monlevade e regi&atilde;o&nbsp;</div> <div> &nbsp;</div> <div> <div id="cke_pastebin"> Outra quest&atilde;o que vem &agrave; tona &eacute; sobre os pacientes que tiveram os resultados positivos s&oacute; depois de ter passado pela doen&ccedil;a. E como ficam as pessoas que tiveram contato com esses pacientes? H&aacute; riscos evidentes de transmiss&atilde;o? Sobre esse assunto, o Bom Dia conversou com a m&eacute;dica Maria Eug&ecirc;nia T&oacute;tola, que est&aacute; na linha de frente no atendimento &agrave;s v&iacute;timas da Covid-19 em Jo&atilde;o Monlevade e em outras cidades da regi&atilde;o, al&eacute;m da capital, Belo Horizonte.</div> <div> &nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> Confira, a seguir, a entrevista concedida ao Bom Dia pela m&eacute;dica:</div> <div> &nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> Bom Dia - Em sua opini&atilde;o, Jo&atilde;o Monlevade est&aacute; enfrentando o novo coronav&iacute;rus de forma adequada? Em outras palavras, podemos dizer que a cidade est&aacute; entre os munic&iacute;pios que podem ser considerados exemplos nesse combate?</div> <div> &nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> Maria Eug&ecirc;nia - Em minha opini&atilde;o, poder&iacute;amos estar numa situa&ccedil;&atilde;o muito mais confort&aacute;vel. Se, por um lado, vimos uma movimenta&ccedil;&atilde;o inicial da Prefeitura, que adequou um espa&ccedil;o para o atendimento ambulatorial de pacientes suspeitos de doen&ccedil;a por coronav&iacute;rus, providenciou kits para diagn&oacute;stico sorol&oacute;gico, ao lado de v&aacute;rias a&ccedil;&otilde;es realizadas pelo hospital Margarida, como a cria&ccedil;&atilde;o de novos leitos e novas escalas m&eacute;dicas, treinamento de pessoal, etc, por outro lado n&atilde;o consegui ver um grande empenho por parte da popula&ccedil;&atilde;o e de alguns grandes comerciantes da cidade.</div> <div> &nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> BD - Qual o maior desafio a se enfrentar nessa luta?&nbsp;&nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> ME - O maior desafio &eacute; evitar que v&aacute;rias pessoas sejam contaminadas ao mesmo tempo. Os estudos j&aacute; mostraram que cerca de 5% da popula&ccedil;&atilde;o infectada vai desenvolver quadros graves, precisando de leito de UTI. Suponhamos que 30% da popula&ccedil;&atilde;o de Jo&atilde;o Monlevade se contaminem nos pr&oacute;ximos meses. Isso d&aacute; cerca de 24 mil pessoas. Se pegarmos os 5% que desenvolver&atilde;o quadro grave, estamos falando de 1.200 pessoas. &Eacute; muita gente para leitos de CTI. Se isso ocorrer no espa&ccedil;o de dois meses, &eacute; um grav&iacute;ssimo problema. Se esse mesmo n&uacute;mero for contaminado ao longo de um ano inteiro, ou mesmo mais, a sobrecarga do sistema ser&aacute; muito menor. N&atilde;o &eacute; quest&atilde;o de ser pessimista ou otimista. Temos v&aacute;rios exemplos de locais atingidos pela pandemia antes de n&oacute;s. &Eacute; s&oacute; observar o n&uacute;mero dos outros pa&iacute;ses e trazer para a nossa realidade.</div> <div id="cke_pastebin"> &nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> BD - H&aacute; informa&ccedil;&otilde;es de que muitas pessoas descobriram que foram contaminadas s&oacute; depois de ter passado pela doen&ccedil;a. Sendo assim, as pessoas que tiveram contato com elas correm grande risco de transmiss&atilde;o?&nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> ME - Um dos grandes problemas dessa doen&ccedil;a, que a torna de dif&iacute;cil controle, &eacute; a possibilidade de transmitir o v&iacute;rus para outra pessoa mesmo que voc&ecirc; esteja completamente sem sintomas. Isso n&atilde;o acontece com outras viroses de car&aacute;ter respirat&oacute;rio, como a gripe, por exemplo, e, por isso, nesse momento, temos que olhar para o outro e pensar que ele pode estar contaminado! Infelizmente &eacute; assim. Precisamos manter dist&acirc;ncia para conversar com outras pessoas, precisamos colocar em pr&aacute;tica, o tempo inteiro, medidas de higiene, como tossir e espirrar da maneira correta, higienizar as m&atilde;os frequentemente, evitar tocar no rosto a qualquer custo e usar m&aacute;scaras ao sair de casa. Resumindo: se voc&ecirc; manteve contato pr&oacute;ximo com algu&eacute;m contaminado, se dividiu objetos com essa pessoa, como copos, talheres, papeis, celular, etc, voc&ecirc; corre sim, alto risco de ter se contaminado.</div> <div> &nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> BD - Qual sua opini&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o a esse embate &ldquo;economia x sa&uacute;de&rdquo; que se estabeleceu em virtude da pandemia?&nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> ME - Quanto &agrave; economia, penso o tempo inteiro que o &ldquo;grande culpado&rdquo; pela crise atual n&atilde;o &eacute; o governo, n&atilde;o s&atilde;o os m&eacute;dicos e sanitaristas que pedem para ficarmos em casa, nada disso: o grande culpado de toda a crise &eacute; um v&iacute;rus, potencialmente fatal, para o qual n&atilde;o temos vacina nem tratamento. Ele &eacute; nosso inimigo! Acredito que seja hora das pessoas serem solid&aacute;rias, mas n&atilde;o vejo isso acontecendo da maneira que queria. &Eacute; hora de abrir m&atilde;o de um outro aluguel para aquele comerciante que teve que fechar as portas, hora do governo subsidiar contas de &aacute;gua, g&aacute;s e energia, hora de dividirmos nossos alimentos com quem est&aacute; passando fome e hora dos pol&iacute;ticos abrirem m&atilde;o de parte dos seus sal&aacute;rios, por exemplo. N&atilde;o vejo nada disso acontecer e, para variar, os grandes prejudicados s&atilde;o sempre as classes menos favorecidas economicamente.</div> <div> &nbsp;</div> <div id="cke_pastebin"> BD - Quais as suas expectativas em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; pandemia?</div> <div id="cke_pastebin"> ME - A minha esperan&ccedil;a em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; pandemia recai sobre o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o coronav&iacute;rus. At&eacute; l&aacute;, acredito que n&atilde;o teremos sossego nem poderemos voltar a realizar nossas atividades do dia a dia livremente. O v&iacute;rus n&atilde;o vai sumir de circula&ccedil;&atilde;o, ele vai ficar entre n&oacute;s enquanto n&atilde;o formos vacinados. Claro que em menor propor&ccedil;&atilde;o, dentro de alguns meses, mas n&atilde;o consigo pensar em atividades como shows e atividades esportivas. Vamos ter que nos reinventar enquanto sociedade e isso &eacute; um processo dolorido, mas necess&aacute;rio para a preserva&ccedil;&atilde;o de vidas humanas.</div> </div> </div>

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