16/08/2019 07h42
Treinamento de fuga para Itabira neste s?bado
Quase 20 mil pessoas devem participar de simulado em caso de rompimento de barragem da Vale em Itabira
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Itabira – Desde segunda-feira, 12, a Vale e a Defesa Civil vem preparando as cerca de 19 mil pessoas que deverão participar do simulado em caso de rompimento das barragens de rejeito da Vale em Itabira. O número representa pouco mais de um sexto da população da cidade.</div>
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Essas pessoas que participarão do treinamento vivem em zonas de autossalvamento de seis estruturas da Vale, Itabiruçu, Conceição, Rio de Peixe, Sistema Pontal, Cambucal l e Cambucal ll. Moradores que vivem nas chamadas zonas de segurança secundária urbana de Itabiruçu e Conceição também serão afetados.</div>
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Cidade fechada</div>
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Mais de 60 trechos de ruas e avenidas da cidade serão fechadas temporariamente para a montagem de tendas, cadeiras e banheiros químicos em 96 pontos da cidade. Os preparativos vão acontecer até este sábado, 17, dia da realização do simulado.</div>
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A medida faz parte do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) e do Plano de Contingência e Evacuação de Itabira. O objetivo é orientar a população e empregados sobre como proceder em caso de rompimento.</div>
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Esse plano era para ter sido implantado desde 2010, mas a empresa veio empurrando e só iniciou após tragédias de Mariana e Brumadinho.</div>
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Sistema Pontal</div>
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Em março, uma liminar mandou a Vale suspender o lançamento de rejeitos em dois diques do Sistema Pontal, na Mina do Cauê. De acordo com a mineradora, a determinação de paralisação das atividades foi atendida imediatamente.</div>
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Ainda segundo a empresa, a decisão da comarca de Itabira foi baseada em uma notificação recebida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com informações sobre os diques Minervino e Cordão Nova Vista.</div>
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Segundo a decisão, a empresa alemã TÜV SÜD informou que as barragens foram sinalizadas preliminarmente “como fonte particular de preocupação”. O MPMG ainda argumentou que a notificação “recomendou que qualquer atividade de construção nessas barragens e qualquer vibração devem ser evitadas, pois podem gerar falhas”.</div>
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De acordo com a Vale, o Sistema Pontal não obteve declaração de estabilidade em março deste ano, “em razão da necessidade de obras de reforço no Dique 2”. Por causa disso, a empresa acionou em 1° de abril o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM).</div>
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A mineradora disse que a medida “não prevê acionamento de sirene de alerta, nem evacuação de pessoas e animais da Zona de Autossalvamento (ZAS). O nível 1 significa estado de prontidão, indicando uma situação adversa na estrutura ainda controlável pela empresa”.</div>
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A mineradora informou ainda que está “realizando atividades de investigação geotécnica no Dique 2 do Sistema Pontal para subsidiar estudos de reforço nesta estrutura, conforme orientações dos auditores externos”. A Vale também estabeleceu inspeções diárias e monitoramento 24 horas do Sistema Pontal.</div>
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Complexo Conceição</div>
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e Mina do Meio</div>
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Em abril, a Justiça determinou que a Vale comprovasse regularidade e a segurança das barragens nos complexos Conceição e Mina do Meio em Itabira, na Região Central de Minas Gerais.</div>
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A decisão incluía as barragens Conceição, Itabiruçu e Rio do Peixe, no complexo Conceição; e Cambucal I e II e Três Fontes, no Complexo Mina do Meio. O pedido foi feito pelo Ministério Público.</div>
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A Justiça também havia determinado que a Vale elaborasse um plano de ação que garantisse a estabilidade e a segurança nos dois complexos; adotasse as providências recomendadas pelos órgãos fiscalizadores; produzisse um plano de segurança de barragens dos empreendimentos, mapeando as pessoas na zona de autossalvamento.</div>
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Há quatro ações civis públicas visando estabilidade em barragens de Itabira, ajuizadas pelo Ministério Público, que correm em segredo de Justiça.</div>
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Itabiruçu</div>
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No dia 28 de julho, as obras de alteamento da barragem Itabiruçu foram paralisadas. De acordo com a mineradora, houve identificação de alteração decorrente de assentamentos do terreno. Por isso, o projetista do empreendimento, em medida de segurança preventiva, recomendou a paralisação. A empresa disse que a barragem está segura e que não há qualquer risco de rompimento.</div>
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A mineradora afirmou, ainda, que a barragem de Itabiruçu é construída pelo método a jusante, tido como mais seguro. Em Mariana e em Brumadinho, as barragens que se romperam eram do método chamado de alteamento a montante, que permite que o dique inicial seja ampliado para cima quando a barragem fica cheia.</div>
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A Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) foi renovada em 30 de março, segundo a mineradora e a Defesa Civil.</div>
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Simulado</div>
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As atividades do simulado serão realizadas a partir das 15h deste sábado (17). Cerca de quatro mil pessoas vão conduzir o trabalho.</div>
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Algumas rodovias devem ser fechadas por cerca de uma hora, entre 15h e 16h.</div>
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Mais de oito mil imóveis, localizados em 27 bairros do município, podem ser atingidos em caso de rompimento das barragens.</div>