02/08/2019 09h09
Para dissipar as sombras
O Candeeiro
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Longe de querer, com minhas simplórias linhas, iluminar os caminhos errantes como bem faz o mestre Elomar Figueira de Melo, o “príncipe da caatinga”, assim batizado pelo poeta Vinicius de Moraes. O Candeeiro é, além de singela homenagem ao músico do sertão baiano, a tentativa de jogar luz onde sempre é preciso mais percepção, buscando em uma simples palavra utilizada em uma bela composição, chamar a atenção para o que precisa ser lido, analisado, criticado, debatido e exposto.</div>
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O Candeeiro pode ser aquele que ilumina a sala da Casa dos Carneiros, às margens do rio Gavião em pleno sertão baiano, como também pode ser o que mostra as mazelas de quem não tem voz e vez, que vivem clamando. O que joga luz sobre as necessidades dos invisíveis aos olhos do poder estabelecido e que buscam espaço e oportunidade para soltarem seus gritos. </div>
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O Candeeiro pode também, humildemente, iluminar os caminhos pedregosos de nossa cultura local, sempre ávida por produzir gente talentosa, repleta de garra e sedenta por mostrar sua arte, em sol inclemente ou à meia luz. Em palcos, clipes ou nas praças e ruas. No meio da rua. No olho da rua, como bem fazem Dan e Duca, com seus talentos e sensibilidades afloradas. Que casal bom te se ver! Que presente ganhou João Monlevade! </div>
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Esse singelo Candeeiro pode também iluminar as trilhas verdes que nos levam ao tradicional, belo e moribundo Floresta Clube, que respira por aparelhos em virtude do descaso e não se finda em razão do trabalho de gente valente e de coração repleto de arte, como a turma do Coletivo 7Faces com seu Arte na Floresta. Um viva à Carla Lisboa e sua trupe.</div>
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Pretendo um Candeeiro que ilumine as ações renovadoras de esperança, mas que não deixe de lado a informação e a crítica ácida ao que quer porque quer ser escondido por debaixo de tapetes. Ou dentro de gavetas, cofres, pastas... Um Candeeiro que mostre o bem feito, mas que não deixe passar despercebido o desrespeito.</div>
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Vamos iluminar as salas de amor, assim como fizeram os sete candeeiros da famosa Casa dos Carneiros. “Lá na Casa dos Carneiros, sete candeeiros iluminam a sala de amor; Sete violas em clamores, sete cantadores, são sete tiranas de amor, para amiga em flor...”. </div>
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Que esse candeeiro espalhe luz e dissipe sombras.</div>
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Luiz Ernesto é jornalista e escritor</div>