14/04/2019 18h39
Vale apresenta megaestrutura de 35 metros de altura para conter rejeitos em Bar?o de Cocais
<p>
Em reunião com os moradores de Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, a Vale apresentou o esboço de um enorme muro para, em caso de rompimento, conter rejeitos da Barragem Sul Superior, na Mina de Gongo Soco. Segundo a Defesa Civil da cidade, a mineradora projeta uma megaestrutura de concreto, com 35 metros de altura, 307 de comprimento e 10 de largura na parte superior. A parte inferior ainda depende de análises a serem feitas no solo.</p>
<p>
O encontro com a comunidade local aconteceu na noite dessa quinta-feira (11). O murão demoraria um ano para ficar pronto, segundo a Defesa Civil. Os recursos viriam da própria empresa responsável pela administração da represa.</p>
<p>
Em nota, a Vale informou que “iniciou estudos para encontrar soluções de contenção para a barragem Sul Superior”. Contudo, a companhia salientou que “não há nenhuma estimativa de valores envolvidos ou prazos para eventuais projetos”.</p>
<p>
Também em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) disse que "não houve concessão de licença" para a construção do muro. Contudo, a pasta destacou que "a construção de obras emergenciais de segurança é dispensada de autorização prévia, bastando ao empreendedor oficiar o órgão ambiental, pela própria natureza da emergencialidade".</p>
<p>
Ainda de acordo com a Semad, "o processo para regularização de obras emergenciais deve ser protocolado no órgão em até 90 dias, quando são verificadas se as obras estão regulares e o cumprimentos de compensações".</p>
<p>
A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) informou que não foi avisada sobre a apresentação. </p>
<p>
<strong>Histórico</strong></p>
<p>
Desde 22 de março, a Barragem Sul Superior está no nível 3 da escala de alerta, o que representa uma “situação iminente de rompimento”. Dias depois, o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Coordenadoria</p>
<p>
Porém, na ocasião, Godinho ressaltou que qualquer solução para a barragem não estava próxima. Outra saída seria intervenções na barragem para que sua estrutura seja melhorada. Qualquer saída, no entanto, esbarra no nível de emergência atual da represa, que impede a atuação de operários no local.</p>
<p>
A utilização de máquinas operadas a distância poderia ocorrer. “Quando? Não tem data”, disse o tenente-coronel no último dia 25, quando ocorreu o simulado de evacuação da Zona de Segurança Secundária (ZSS). Naquele dia, aproximadamente 3,6 mil moradores participaram da ação. O total equivale a 60% da expectativa, que era de mobilização de 6 mil pessoas.</p>
<p>
O ponto positivo foi o tempo máximo de chegada a um dos sete locais de apoio distribuídos pelo município: 32 minutos, bem abaixo dos 72 minutos de intervalo estimado até que a lama atinja a primeira casa da cidade.</p>
<p>
As comunidades próximas à Sul Superior, na Zona de Autossalvamento (ZAS), foram evacuadas em 8 de fevereiro. No total, 452 pessoas saíram às pressas de suas casas, durante a madrugada de uma sexta-feira, após o acionamento dos sinais sonoros de emergência.</p>
<p align="right">
<em>Fonte: EM </em></p>