17/09/2016 16h03
Romance que se transformou em trag?dia
<p>
“Já no local deparamos com um corpo, aparentemente há bastante tempo lá, e o veículo dele totalmente queimado. Acreditamos que ele tenha colocado fogo no carro para tentar um auto-extermínio, porque o corpo dele, que estava distante do veículo, apresentava queimaduras e uma perfuração de arma de fogo no peito. Foi encontrado também perto do corpo um revólver calibre 22. Isso nos leva a crer que ele tenha tentado se matar queimado junto com o carro, e após desistir, deu um tiro no peito. Isso é apenas uma hipótese, pelo menos até que o laudo técnico seja concluído. Não tem nenhum indício de participação de outra pessoa na morte dele”, informou a delegada Monique Bicalho.</p>
<p>
Após as investigações, através de documentos, descobriu-se que se tratava de Alisson Fabiano Rocha, que seria o assassino de sua esposa, desaparecida há cerca de 14 dias.</p>
<p>
Ainda segundo a delegada, Alisson teve conhecimento que a polícia havia pedido o Mandado de Prisão dele e por isso fugiu. Sabendo que seria preso, acabou se matando.</p>
<p>
<strong>Juciléia, esposa assassinada, era adotada</strong></p>
<p>
Durante as investigações a Polícia Civil descobriu que Juciléia era filha adotiva e, por isso, não tinha como fazer exames de DNA no corpo encontrado perto de São Gonçalo, onde o médico legista poderia confirmar através dele, se o corpo era da cabeleireira.</p>
<p>
Na ocasião a perícia não soube informar nem o sexo do carpo carbonizado.</p>
<p>
</p>
<p>
A polícia conseguiu radiografias recentes dela, de um tratamento dentário, e foi possível fazer a comparação, que foi confirmado na manhã desta sexta-feira, 16, que era Juciléia.</p>
<p>
<strong>O casal havia bebido na noite anterior</strong></p>
<p>
A Delegada Regional, Ângela Furtado disse que os investigadores descobriram que o casal havia feito uso de bebida alcoólica na noite anterior, e foram até o local onde eles teriam comprado as bebidas. “Isso foi comprovado através das filmagens que conseguimos com o supermercado, onde o casal aparece fazendo as compras. Eles devem ter bebido e discutido e ele a estrangulou. O legista comprovou o estrangulamento. Ele enrolou a vítima no colchão e a levou para o local. Tudo indica que a situação teve início com uma discussão”, destacou a delegada.</p>
<p>
<strong>Importância de denunciar casos de violência</strong></p>
<p>
Ângela Furtado ressaltou sobre a importância da mulher em denunciar casos de violência doméstica e parabenizou toda a equipe no trabalho investigativo que solucionou o caso. “Quero parabenizar a todos os policias civis da Divisão de Homicídios, que participaram das investigações. Eles não mediram esforços para desvendar esse caso, trabalhando diuturnamente em diligências; e a delegada Monique Bicalho que coordenou todo o trabalho. Não posso dizer que a Polícia Civil está feliz, está satisfeita, não estamos. Ficamos consternados com as tragédias, não é isso que a gente quer, mas estamos com a sensação de dever cumprido, porque tudo que a Polícia Civil pode fazer em um curto espaço de tempo foi feito. Quero ressaltar também o trabalho do médico legista, e o apoio do Ministério Público. Ao Delegado Paulo Tavares, de Itabira, que acelerou o processo de identificação do corpo. Foi um trabalho de equipe muito bem feito e tudo indica que foi um suicídio, e lamento muito isso. Tinhamos um mandado de prisão, mas infelizmente ela não chegou a ser efetuada, mas concluímos que ocorreu essas duas tragédias. Quero aproveitar a imprensa para pedir às mulheres, que passam por qualquer tipo de violência doméstica, seja agressão física ou ameaça, maus tratos, enfim. Porque às vezes a pessoa acha que é normal em um relacionamento, mas o normal é as pessoas viveram em harmonia. Portanto pedimos que denunciem para evitar casos semelhantes. Infelizmente não tivemos como a tempo. Esse foi o primeiro caso de feminicídio (morte intencional de pessoas do sexo feminino) em João Monlevade, depois do advento da Lei, e esperamos que seja o último. O Juiz sempre defere os pedidos de medidas protetivas e a doutora Monique os encaminha com a maior presteza, para afastar o agressor da vítima. Então, é muito importante que se faça a denúncia para termos elementos para trabalhar e assim, evitar tragédias como essa”, finalizou Ângela Furtado.</p>