17/09/2016 15h57
PC identifica corpo encontrado carbonizado em S?o Gon?alo
<p>
A Polícia Civil de João Monlevade confirmou que o corpo encontrado carbonizado no último dia 4 em uma mata, próximo à cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, era da cabeleireira Juciléia de Fátima Camilo, 30, desaparecida desde a madrugada do mesmo dia.</p>
<p>
Através de análise da arcada dentária do corpo com exames de raio-x, a Perícia Técnica da Polícia Civil concluiu que se tratava da mesma pessoa.</p>
<p>
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, 16, as delegadas, Monique Bicalho, da Delegacia da Mulher de João Monlevade, a Delegada Regional Ângela Furtado Braga, acompanhadas do inspetor Mauro Eduardo Alves Silva, contaram detalhes das investigações que apontaram Alisson Fabiano Rocha, 38, marido de Juciléia, como principal suspeito do crime.</p>
<p>
Segundo Monique Bicalho, Alisson procurou a Polícia Civil na segunda-feira 5, para denunciar o desaparecimento da esposa. Ele contou que na noite anterior os dois tiveram uma discussão e que Juciléia saiu de casa dizendo que iria dormir no salão dela, que fica no Bairro Rosário, e que não mais teria visto a esposa. No entanto, segundo a delegada, no dia seguinte familiares da vítima estiveram na Delegacia e contaram que o casal vinha apresentando problemas no relacionamento, e que a vítima era ameaçada, constantemente por Alisson. A mulher já teria contado para a mãe dela que o marido tinha em casa uma arma de fogo e que queria se separar porque não estava mais feliz ao seu lado. Disse ainda que Alisson não aceitava a separação.</p>
<p>
Diante dessas declarações, a polícia desconfiou que o marido poderia estar envolvido com o desaparecimento da esposa, uma vez que ela não teria feito qualquer contato com familiares desde a madrugada de sábado, 3, para domingo. Segundo a delegada, a vítima não tinha qualquer problema com parentes mais próximos. “Ela não iria sair no sábado de casa, sem avisar a família e principalmente porque segundo a mãe dela, eles tinham o hábito de almoçarem juntos aos domingos. A partir daí passamos a trabalhar nessas evidências”, pontuou Monique Bicalho. A delegada disse ainda que Alisson tinha antecedentes por agressão contra uma mulher com quem foi casado, antes do relacionamento com Juciléia.</p>
<p>
De posse dessas informações, e como as declarações de Alisson não eram convincentes, e a vítima ainda continuava desaparecida, ele foi chamado para um novo depoimento na segunda-feira, 12. “Ele teria dito que Juciléia saiu de casa e entrou em um carro preto, que ele não conseguiu anotar a placa. Disse que esteve no salão e que a esposa não estava lá. Entrevistamos testemunhas do comércio dela e elas falaram que Juciléia não tinha costume de dormir no salão, ou seja, começamos a desconfiar da versão dele”, disse Monique Bicalho. “Ela não teria levado nenhum pertence, nem um telefone celular, peças de roupas, nada. Saiu de casa sem avisar ninguém e como ninguém entrou na casa deles, não deu nenhum nome se ela tinha algum amante, então isso tudo fortaleceu as suspeitas sobre ele”, completou a delegada Ângela Furtado.</p>
<p>
Ainda de acordo com as delegadas, testemunhas relataram que a vítima era uma pessoa de idoneidade ilibada e que ela não tinha amante, e que o suspeito tinha muito ciúmes.</p>
<p>
A ex-esposa de Alisson, com quem ele teve três filhos, também foi chamada para depor. Ela teria informado no depoimento que teve um casamento muito conturbado com ele e que chegou a ser agredida. Disse que, na época denunciou o caso à polícia. Já Juciléia, que morou com ele por quatro anos, não havia denunciado nenhum caso de violência doméstica, envolvendo Alisson.</p>
<p>
Durante as investigações os policias vistoriaram o carro dele, um VW/Fox, e encontrou “material orgânico”, aparentemente sangue, no banco do passageiro. O acento foi recolhido e levado para análise técnica. Um colchão de casal também foi recolhido porque estava molhado, como se estivesse sido lavado, segundo a polícia. Nele os policias constaram manchas, aparentemente de sangue. Ele também foi aprendido para ser periciado, na sexta-feira, 9.</p>
<p>
<strong>Alisson teria confessado o crime para familiares</strong></p>
<p>
Diante das evidências, mais o laudo da Perícia Técnica e das contradições durante o depoimento, foi pedido, junto ao Ministério Público, o mando de prisão temporária dele na segunda-feira, 12. Na quarta-feira seguinte o mandado foi deferido pela Justiça e uma equipe policial foi até os locais prováveis onde Alisson poderia estar, mas ele não foi encontrado. “Familiares disseram que Alisson chegou a confessar que teria matado a esposa por estrangulamento e depois ateado fogo ao corpo próximo de São Gonçalo”, disse a delegada.</p>
<p>
A polícia acredita que ele tenha assassinado a esposa em casa e desovado o corpo em meio a uma plantação de eucaliptos da Cenibra e ateado fogo. O corpo foi entrado amarrado com arame e totalmente carbonizado.</p>
<p style="text-align: right;">
Fonte: Bell Silva O Popular</p>