04/02/2016 14h56
Sala de aula ? inaugurada em pres?dio de Monlevade
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O presídio de João Monlevade agora conta com mais uma importante ferramenta na reintegração social dos detentos. Foi inaugurado nesta quarta-feira, 3, na unidade prisional da cidade, o segundo endereço da Escola Estadual Manoel Loureiro.</p>
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Uma sala de aula com capacidade para 15 alunos, por turno, uma sala de professores e uma biblioteca foram construídas na unidade. Os materiais para a construção foram doados pelas empresas, Minas Premoldados, ArcelorMittal e Prefeitura de João Monlevade. A mão de obra ficou a cargo de seis detentos e teve a duração de 10 meses.</p>
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O projeto foi elaborado pelo diretor da unidade, Fabiano Dutra da Silva, que também será o responsável, juntamente com o quadro técnico de servidores da unidade através do PIR (Programa Individual Ressocializador), para selecionar os apenados que poderão participar do programa de ressocialização, tanto para trabalhar quanto para estudar.</p>
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Através do programa, a cada 12 horas na escola o apenado ganha um dia de remissão de pena.</p>
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Estiveram presentes autoridades municipais e da Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS).</p>
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Durante a solenidade foram expostos objetos artesanais confeccionados pelos presos, e um fez apresentação musical, tocando violão e cantando canções de bandas como Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, dentre outros cantores da música popular brasileira.</p>
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Fabiano Dutra disse que o projeto é a realização de um sonho. “É um sonho realizado. Quando assumi a unidade em 2014 já tinha em mente esse projeto. Pra mim é uma das maiores conquistas pessoais e profissionais. Teremos todos os professores de todas as disciplinas escolares e vamos trazer aos reeducandos uma nova visão para que, não tenha em mente apenas o crime. Serão dois turnos (manhã e tarde) com 15 alunos cada e agentes penitenciários darão suporte na segurança dos profissionais de ensino durante as aulas”, pontuou o diretor.</p>
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O presídio de João Monlevade tem capacidade para 77 detentos, no entanto abriga hoje cerca de 230 apenados, o que já preocupa as autoridades.</p>
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O Juiz Rodrigo Braga Ramos, da Comarca de João Monlevade, disse que os apenados que já concluíram o ensino médio não poderão participar do projeto. “Esse projeto é muito bom porque além ressocializar o apenado, o prepara para um retorno e convívio com a sociedade, além disso, libera vagas na unidade, que tem sido uma das nossas maiores preocupações”, disse o magistrado. “Estamos estudando também um projeto de oficinas para implantar aqui na unidade. A idéia é usar as instalações aqui ao lado, onde funcionava a Delegacia de Polícia Civil. Parece-me que já foi cedido pela Prefeitura e faltam apenas algumas questões burocráticas para a liberação definitiva do espaço. Nossa intenção é proporcionar ao apenado, condições dele ser reinserido, com mais facilidade, no mercado de trabalho após cumprimento da pena”, completou.</p>
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Segundo a Secretária de Educação, do Município, Helena Perdigão, a princípio o projeto seria executado pela Prefeitura e que faltava apenas a assinatura do contrato. No entanto como o projeto já era uma proposta do Estado, em dezembro ele foi assumido em definitivo pelo governo estadual. “Recebemos um ofício em dezembro da Delegacia Regional de Ensino, em Nova Era, nos agradecendo pela parceria, mas que o Estado assumiria os trabalhos na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos a Distância). Ele fará a contratação de professores e demais funcionários que forem necessários. Nós vamos dar apoio na questão pedagógica e em projetos específicos como o de leitura, foi o que nos solicitou o diretor do Presídio”, disse Helena.</p>