13/06/2014 10h45
Quatro anos atr?s
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Estava pesquisando no arquivo morto de baboseiras que escrevo e encontrei algo interessante. Quatro anos atrás, o caldo desandou. Eu tinha confiança. A mesma que tenho hoje. Torço pela Seleção Brasileira. Respeito quem não o faça. É do demo e da democracia. Torço pela Amarelinha a despeito de CBF, Fifa, Ricardo Teixeira, Marin e o raio que o parta. Essa turma já pilhou muito da nossa riqueza, não permito que me tirem o prazer do futebol apaixonado.</div>
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Voltando ao texto de quatro anos atrás, vejam como se inicia:</div>
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As loucuras que esse mundo dá engraçam a vida. Passamos pelo melodramático corte da jugular. O imbatível exército amarelo explodiu. A desclassificação me pegou de calça curta. O time era maciço e, ainda assim, ágil. Era o que demonstrava. Corpo uniforme que atacava como uma cobra, aos botes. Bicho de picada letal.</div>
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Pois é, a coisa tá parecida. Confiança não falta. Festa. Para cada dólar apostado no Brasil, as casas de apostas pagam dois. No mundo da jogatina isso se tem um nome: barbada. Esse cenário é meio temerário. Melhor do que entrar desacreditado, não restam dúvidas. No entanto, o cheiro de favoritismo desmedido dopa, lerda, afrouxa as pernas.</div>
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...a carenagem, a carcaça do time, era supimpa, parecia arrumadinha, brilhava até. Mas o problema era naquela pecinha do motor, coisa que só enxerga quem entende da função. Nessa jangada, 99% dos interessados embarcaram, apesar de apenas 60% admitirem a rasteira. Fui obrigado a acreditar. A turma ganhava jogando mal. Nada mais sintomático do que seu time triunfar sendo ridículo. Dali em diante, qualquer avanço seria lucro.</div>
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Então, qual seria nossa pecinha defeituosa no plantel 2014? Muitos falam das laterais, com razão. Mas Felipão, acredito, de bobo só tem o bigode. Colocará Luiz Gustavo na cobertura, tapará o buraco com o Paulinho. O goleiro é uma dúvida, não na escalação, mas na performance. Bem diferente de 2010, quando tínhamos o melhor do mundo e deu no que deu...</div>
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A coisa caminhou, ganhou ares de teoria do futebol, das mais acanhadas, hoje sei. Acreditei de fato depois que a equipe arremessou contra meus olhos a confiança. Em seguida, alguém gritou do fundo do país: Apeguem-se aos resultados! Aquilo se mostrou uma força a mais. Que venham os números e nos sustentem, nós que acreditamos nessa armada!</div>
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Resultados nós temos de um ano pra cá, depois que Felipão subiu no barco. Vinte e dois jogos, 16 vitórias, duas derrotas. O resto são empates, percebam. Diante de seleções campeãs mundiais, sete jogos, quatro vitórias e dois empates. Um revés.</div>
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Uma Copa das Confederações bem jogada, autoridade na cancha. A sapecada de 3 a 0 contra a Espanha foi assustadora. Quem se lembra da lambada na Argentina, 4 a 1, em 2005? Foi tão fantástico que nunca mais aquele time, aquele mesmo do quarteto fantástico, jogou do mesmo jeito. Em 2009, 3 a 2 contra os EUA, jogo duríssimo. Depois do terceiro gol brasileiro, testada de Lúcio, muitos dedos apontaram para o céu. "Obra de Deus", blasfemaram. Deus é matreiro.</div>
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Crédulos, esquecemos de matutar sobre o bafo quente da Copa, que queima cangote de nego mole. Será esse o azedume do caldo? Pode ser culpa do futebol ou do destino. Vou emitir a fatura meio a meio. Bastou. Coisa de onda braba, maremoto, daí pra frente. Fenômenos tão arrasadores que viraram a popa da seleção. Homens ao mar, gritou Dunga. Salve-se quem puder, cochichou a Globo. Eu não falei?, gabou-se a ESPN. Puta merda, exclamamos.</div>
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E, para fechar essa retrospectiva pseudoliterária, leiam o conselho fabricado em 2010 que pode nos amparar em 2014: </div>
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Não é salutar desmoronar ante a derrota. Saiam todos, o último que economize energia. Os pingos foram guinchados ao seu devido lugar. Torçamos para que em 2014 outro filme se desenrole.</div>
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Eu acho que dá jogo, samba e carteado. Mas só acho, perdidamente. Neymar tá massa, mas pode empelotar. Hulk, o jogador com derrière tamanho Tchan, pode rebolar. O Oscar pode perder a estatueta dourada. Fred pode ficar só curtindo a brisa. Bem, "se" e "pode" não ganham jogo, nem perdem. </div>
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Repito, eu acho que dá. Se não der, se vire com as próprias mãos cabra da moléstia!</div>
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Mas começamos bem.</div>