VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM DISRITMIA?

As pessoas vivem em velocidades diferentes, cada um pulsando numa vibração. Também pudera. A modernidade nos apresenta tantas janelas, tantos buracos de minhoca, tantos estímulos, tantos afluentes que nem sabemos qual batida seguir. São muitas músicas tocando simultaneamente. Por isso nos sentimos tão bem quando vamos a shows musicais onde todos dançam e cantam no mesmo beat. Por isso os festivais de música eletrônica são tão apreciados pela juventude. Nesses eventos as pessoas obedecem ao bate-estacas mixados com sons sintetizados ou samplers, luzes. Rola uma harmonia humana mediada pelas máquinas. Olha que interessante. Mas nos shows de axé e funk não é diferente. A diferença tá no elemento sensualidade , um tempero a mais e um swing do capeta. Mas as coreografias são convites a emulação de movimentos rítmicos harmônicos. Todos aprendem as dancinhas e rola uma sintonia humana, tudo no compasso.. E tem ritmos onde os casais dançam juntos, como o forró, a dança de salão. As pessoas entram numa sintonia bárbara. A música tem esse poder de harmonizar, de fazer com que todos sintonizem a mesma onda. Isso acontece principalmente quando a pessoa aprende a tocar um instrumento e passa a tocar junto com companheiros e forma uma banda. A sensação de se fazer música coletiva é muito gostosa. Dá uma sensação de pertencimento e de sintonia deliciosos de se sentir. Pena que o imperativo capitalista mata o prazer de tocar, pois as bandas já começam a pensar no lucro e a alegria dá lugar à frustração. A palavra disritmia não é muito popular. Também é nome de uma grife que faz roupas que não são pro meu bolso. Martinho da Vila tinha um sambinha que eu adoro que se chama DISRITMIA. Da primeira vez que ouvi a palavra, tive ótima sensação. Depois fiquei sabendo que disritmia também é o nome de uma anomalia neurológica, um desacerto do ritmo das ondas cerebrais que provoca sintomas como tonturas e até convulsões e que pode ser tratada com fármacos. Sei de uma coisa, meus amigos. Querem um remédio natural para a disritmia, algo que dê prazer imenso e alivie a pressão de viver num mundo tão louco? Então lá vai o conselho: dance, toque um instrumento, cante, viva!