Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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29/05/2021 18h01

Mulheres exigem fim do ciclo de viol?ncia dom?stica

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<div class="js_trackNews js_newsNormal" id="content_01_body" style="margin-top: 15px;"> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> Nomear o feminic&iacute;dio &eacute; importante para quebrar sua invisibilidade e sua naturaliza&ccedil;&atilde;o.&rdquo; A frase da professora Marlise Matos resume o prop&oacute;sito da audi&ecirc;ncia realizada nesta quarta-feira (26/5/21) pela Comiss&atilde;o de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A partir do&nbsp;<strong>manifesto &ldquo;Nem pense em me matar&rdquo;, lan&ccedil;ado pelo coletivo Levante Feminista contra o Feminic&iacute;dio</strong>, as participantes debateram novos dados da crescente viol&ecirc;ncia de g&ecirc;nero e refor&ccedil;aram o grito pelo fim da morte de mulheres.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> <strong>O Levante Feminista, um movimento nacional, foi lan&ccedil;ado em Minas Gerais no dia 30 de mar&ccedil;o deste ano</strong>. Seu manifesto j&aacute; conta com 108 mil assinaturas e n&atilde;o apenas denuncia o aumento do n&uacute;mero de mortes de mulheres, sobretudo a partir de 2016, como tamb&eacute;m corte de verbas para o combate ao crime. A deputada Andr&eacute;ia de Jesus (Psol) leu o documento e defendeu que as medidas de enfrentamento ao problema tenham recorte de ra&ccedil;a, j&aacute; que as negras s&atilde;o maioria das v&iacute;timas.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> <a href="https://www.almg.gov.br/atividade_parlamentar/comissoes/internaPauta.html?idCom=1132&amp;dia=26&amp;mes=05&amp;ano=2021&amp;hr=15:30&amp;tpCom=2&amp;aba=js_tabResultado" style="color: rgb(171, 0, 0); cursor: pointer; text-decoration-line: none;" title="Ir para o resultado da reunião">Consulte o resultado e assista ao v&iacute;deo completo da reuni&atilde;o</a>.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> Professora associada do Departamento de Ci&ecirc;ncia Pol&iacute;tica e coordenadora do N&uacute;cleo de Estudos e Pesquisas Sobre a Mulher da UFMG (Nepem), Marlise Matos apresentou dados que sustentam a afirma&ccedil;&atilde;o de que&nbsp;<strong>as taxas de feminic&iacute;dio no Brasil est&atilde;o est&aacute;veis em um patamar muito elevado, com leve tend&ecirc;ncia de alta</strong>. Em 2015, a taxa brasileira, ponderada pela popula&ccedil;&atilde;o, era a quinta maior do mundo.&nbsp;<strong>Em 2017, 13 brasileiras foram assassinadas por dia</strong>, mais de 80% delas pelos companheiros ou ex-companheiros.</p> <div class="js_moveAudio noticias_multimidia_destacado hide right" style="float: right; width: 282px; font-size: 13px; padding: 5px 0px 0px 15px; margin-bottom: 10px;"> <div class="content-foto-noticia-vejaTambem" style="background-color: rgb(240, 241, 243); border-bottom: 2px solid rgb(118, 118, 118); padding: 3px 10px 0px;"> <div class="noticiasAudio" style="padding: 10px 10px 10px 25px; border: 0px none; background: url(&quot;/system/modules/br.gov.almg.site.portal/resources/img/ico_audios.gif&quot;) 5px 14px no-repeat;"> <p style="text-align: justify;"> <a href="https://www.almg.gov.br/acompanhe/radio_assembleia/podcasts/index.html?idAudio=1561840" style="color: rgb(85, 85, 85); cursor: pointer; text-decoration-line: none; display: block;" target="_blank">Manifesto pede fim da viol&ecirc;ncia contra a mulher</a></p> <div class="midia_audio_player_box" style="margin: 5px 0px;"> <div class="jwplayer_loadingAudio" style="font-size: 0px; line-height: 0; overflow: hidden; background: none 50% 50% no-repeat; width: 225px;"> <div id="js_jwplayerMediaAudioDestacadoAudio1" style="text-align: justify;"> <audio autobuffer="" class="video-js vjs-default-skin" controls="" data-setup="{&quot;responsive&quot;:true,&quot;width&quot;:225,&quot;height&quot;:35}" id="js_jwplayerMediaAudioTAGDestacadoAudio1" preload="auto" style="width: 225px; height: 35px;"></audio></div> </div> </div> </div> </div> </div> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> Em Minas, segundo ela, entre feminic&iacute;dios tentados e consumados, os n&uacute;meros sa&iacute;ram de 1,2/dia em 2018 para 0,9/dia em 2021 (at&eacute; abril). &ldquo;Cada vida importa. Esses n&uacute;meros s&atilde;o vidas. Mas, estatisticamente, essa queda n&atilde;o &eacute; nada. Estamos estabilizados no alto&rdquo;, refor&ccedil;ou Marlise Matos.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> Ela tamb&eacute;m questionou a Secretaria de Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica (Sejusp) sobre o&nbsp;<strong>por qu&ecirc; de apenas metade das mortes serem classificadas como feminic&iacute;dio, j&aacute; que a maioria ocorre nos domic&iacute;lios</strong>. Em 2019, segundo a professora, morreram 284 mulheres em Minas, de acordo com dados do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, mas s&oacute; 144 foram classificadas como feminic&iacute;dio pela Sejusp.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> <strong>Classifica&ccedil;&atilde;o de crime como feminic&iacute;dio &eacute; feita por delegados</strong></p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> A necessidade de&nbsp;<strong>esclarecer melhor os crit&eacute;rios que levam &agrave; disparidade entre o total de mortes de mulheres e o que se apura como feminic&iacute;dio</strong>&nbsp;tamb&eacute;m foi ressaltada por outras participantes da reuni&atilde;o, como a promotora de Justi&ccedil;a Patr&iacute;cia Habkouk e a representante da Ag&ecirc;ncia ONU Mulheres Brasil, Aline Yamamoto.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> A delegada Isabella Franca Oliveira, que representou a Pol&iacute;cia Civil, afirmou que a&nbsp;<strong>tipifica&ccedil;&atilde;o do assassinato de uma mulher como feminic&iacute;dio depende do delegado de Pol&iacute;cia</strong>&nbsp;encarregado do caso. Ela admitiu que os n&uacute;meros ainda s&atilde;o altos, mas apontou novos servi&ccedil;os que vem auxiliando no combate a esse crime, tais como a Delegacia Virtual. Criada a partir de um projeto aprovado pela ALMG, ele viabilizou mais de 2,6 mil registros durante a pandemia, segundo a delegada.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> A ju&iacute;za L&iacute;via Borba, da 2&ordf; Vara Criminal de Ribeir&atilde;o das Neves (Regi&atilde;o Metropolitana de Belo Horizonte), disse que&nbsp;<strong>alimenta&ccedil;&atilde;o dos dados pelas unidades judici&aacute;rias espalhadas pelos 853 munic&iacute;pios do Estado ainda &eacute; falha</strong>, inclusive pela falta de funcion&aacute;rio, mas o Tribunal de Justi&ccedil;a de Minas Gerais (TJMG) tem investido na solu&ccedil;&atilde;o desse problema, al&eacute;m de se preocupar com a forma&ccedil;&atilde;o de ju&iacute;zes e servidores em geral.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> &quot;O TJMG fez a forma&ccedil;&atilde;o em perspectiva de g&ecirc;nero para todos os ju&iacute;zes com compet&ecirc;ncia para julgamento de viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica. Tal iniciativa incluiu, ainda, ao menos outros mil servidores do Judici&aacute;rio. Al&eacute;m disso, em 2018 foi feita a recomenda&ccedil;&atilde;o para a correta alimenta&ccedil;&atilde;o de dados t&eacute;cnicos pela alta administra&ccedil;&atilde;o do TJMG. Ademais, n&oacute;s nos colocamos &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o para estabelecer novas estrat&eacute;gias de enfrentamento a este problema&rdquo;, declarou a ju&iacute;za L&iacute;via Borba.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> A defensora p&uacute;blica Diana Moura cobrou a interioriza&ccedil;&atilde;o dos instrumentos p&uacute;blicos e da rede de prote&ccedil;&atilde;o &agrave;s mulheres.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> Representante da Pol&iacute;cia Militar de Minas Gerais (PMMG) no debate, a capit&atilde; Jane Calixto disse que a corpora&ccedil;&atilde;o vem ampliando sua atua&ccedil;&atilde;o contra a viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica. Segundo ela,&nbsp;<strong>em 2019, apenas 25 munic&iacute;pios mineiros contavam com o servi&ccedil;o de patrulha de preven&ccedil;&atilde;o &agrave; viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica</strong>.&nbsp;<strong>Em maio de 2021, esse n&uacute;mero j&aacute; era de 97 munic&iacute;pios</strong>, e continua crescendo. At&eacute; o final do ano, segundo ela, todos os pol&iacute;ciais militares ter&atilde;o passado por um treinamento espec&iacute;fico sobre o tema.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> <strong>Homens n&atilde;o se consideram violentos</strong></p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> Para a pesquisadora da Funda&ccedil;&atilde;o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) Elizabeth Fleury Teixeira, somente um novo &ndash; e urgente &ndash; padr&atilde;o de educa&ccedil;&atilde;o pode reverter o problema da viol&ecirc;ncia contra mulheres. Ela acompanhou, por um ano,&nbsp;<strong>reuni&otilde;es de homens obrigados a participar de grupos de reflex&atilde;o, como puni&ccedil;&atilde;o por algum tipo de viol&ecirc;ncia</strong>&nbsp;dom&eacute;stica. O objetivo era ver a origem da tend&ecirc;ncia de viol&ecirc;ncia.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> Entre os participantes da pesquisa, 60% tinham menos de 40 anos e apenas 18% tinham curso superior. J&aacute; o recorte de ra&ccedil;a apontou 65% de pardos e negros. O conflito foi, na maioria dos casos (85%) com companheiras ou ex-companheiras, mas&nbsp;<strong>25% dos homens avaliaram como um &ldquo;mal entendido&rdquo;</strong>. &ldquo;Isso &eacute; produto da cultura. Eles n&atilde;o consideram suas pr&aacute;ticas violentas&rdquo;, observa Elizabeth, que tamb&eacute;m integra o movimento QuemAmaN&atilde;oMata.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> <strong>Emo&ccedil;&atilde;o</strong>&nbsp;&ndash; A participa&ccedil;&atilde;o dos homens na causa da viol&ecirc;ncia contra mulheres foi pontuada tamb&eacute;m por&nbsp;<strong>Marco Aur&eacute;lio Alves Silva, pai de Lorenza de Pinho, assassinada, segundo o Minist&eacute;rio P&uacute;blico, por seu marido, o promotor de Justi&ccedil;a Andr&eacute; de Pinho</strong>. &ldquo;Eu me mantinha calado. N&atilde;o vou mais. Enquanto durar a minha vida, farei essa luta. Somos homens, fortes. Isso deveria ser para proteger. Geramos filhas&rdquo;, salientou. Num relato emocionante, ele afirmou que perdeu sua metade.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> A presidente da comiss&atilde;o, deputada Ana Paula Siqueira (Rede), lembrou que a inclus&atilde;o dos homens na luta contra o feminic&iacute;dio &eacute; vital. &ldquo;Esse &eacute; um problema que envolve vidas e que, infelizmente, &eacute; naturalizado na sociedade. A viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica atinge todas as camadas sociais e exige educa&ccedil;&atilde;o e uni&atilde;o de todos nessa discuss&atilde;o&rdquo;, afirmou. Al&eacute;m de Ana Paula Siqueira (Rede) e Andr&eacute;ia de Jesus, solicitaram a reuni&atilde;o as deputadas Beatriz Cerqueira e Leninha, ambas do PT. Beatriz sugeriu que o Levante Feminista seja discutido tamb&eacute;m nas c&acirc;maras municipais de Minas.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> <strong>Secreatarias refor&ccedil;am avan&ccedil;os</strong></p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> <strong>Tr&ecirc;s programas desenvolvidos pela Sejusp</strong>&nbsp;foram citados por Andreza Abreu Gomes, subsecret&aacute;ria de Preven&ccedil;&atilde;o &agrave; Criminalidade da pasta, como avan&ccedil;os nessa tem&aacute;tica. A&nbsp;<strong>Media&ccedil;&atilde;o de Conflitos,</strong>&nbsp;segundo ela, atua nos maiores aglomerados do Estado e, muitas vezes, &eacute; a primeira porta de entrada para mulheres em situa&ccedil;&atilde;o de viol&ecirc;ncia. Ele sofreu cortes no ano passado, em 30 comunidades, mas ser&aacute; retomado este ano.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> A&nbsp;<strong>Central de Alternativas Penais</strong>, que atende cerca de 100 homens/m&ecirc;s, tamb&eacute;m ser&aacute; levada a mais tr&ecirc;s munic&iacute;pios. O programa busca a responsabiliza&ccedil;&atilde;o de homens que cometem viol&ecirc;ncia contra mulheres, os mesmos pesquisados por Elizabeth Fleury Teixeira. E h&aacute;, tamb&eacute;m o<strong>&nbsp;Selo Preven&ccedil;&atilde;o Minas</strong>, de capacita&ccedil;&atilde;o da rede de atendimento no interior. Andreza anunciou, ainda, novas parcerias do Executivo, com o Instituto Avon e com a Embaixada dos Estados Unidos para abrigamento e capacita&ccedil;&atilde;o de mulheres.</p> <p style="margin: 20px 0px; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: justify;"> Tamb&eacute;m Jailane Devaroop, coordenadora de Pol&iacute;tica para Mulheres da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese), abordou novos sistemas e metodologias em implanta&ccedil;&atilde;o no Estado para aprimorar o atendimento &agrave;s mulheres. Cursos de capacita&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m est&atilde;o na pauta da secretaria, incluindo-se a regulamenta&ccedil;&atilde;o da&nbsp;<a href="https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?tipo=LEI&amp;num=23680&amp;comp=&amp;ano=2020" style="color: rgb(171, 0, 0); cursor: pointer; text-decoration-line: none;" title="Ir para a página da Lei 23.680 de 2020">Lei 23.680, de 2020</a>, fruto de projeto de Ana Paula Siqueira, que cria banco de empregos para mulheres v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia.</p> </div> <div class="clear" style="clear: both; text-align: justify;"> &nbsp;</div>

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