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24/01/2020 07h22

CANDEEIRO - A loucura art?stica de Bispo

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<div id="cke_pastebin" style="text-align: justify;"> Ouvindo tanta besteira desrespeitosa sobre cultura vindo de quem devia zelar por ela, resolvi jogar a luz do Candeeiro sobre a nossa cultura art&iacute;stica, que em sua ess&ecirc;ncia &eacute; realmente algo que nos move e toca de forma imponder&aacute;vel. E isso independe de g&ecirc;nero, estilo, linguagem, express&atilde;o e abrang&ecirc;ncia. Refor&ccedil;a minha opini&atilde;o a hist&oacute;ria de um personagem que me interessa profundamente h&aacute; mais de 25 anos, o artista pl&aacute;stico sergipano Arthur Bispo do Ros&aacute;rio (1909-1989).</div> <div id="cke_pastebin" style="text-align: justify;"> Estabelecido como louco e confinado no manic&ocirc;mio carioca denominado &ldquo;Col&ocirc;nia Juliano Moreira&rdquo; por meio s&eacute;culo, Arthur Bispo do Ros&aacute;rio criou incansavelmente obras de extrema sensibilidade art&iacute;stica. Pe&ccedil;as de um artesanato com toques regionais e tintas de um humanismo pouco vistos em galerias com assinaturas consagradas mundo afora. A fuga de sua solid&atilde;o e dita esquizofrenia estava na arte criativa.</div> <div id="cke_pastebin" style="text-align: justify;"> Conheci parte de sua obra em 1994, quando adquiri o disco Rio Severino, da banda Os Paralamas do Sucesso. Capa, contracapa e encartes do vinil eram decorados com reprodu&ccedil;&otilde;es da obra de Arthur. Por sinal, em minha opini&atilde;o, al&eacute;m de ser o melhor disco do grupo (do qual sou f&atilde; desde a adolesc&ecirc;ncia) &eacute; o melhor trabalho gr&aacute;fico da discografia do trio. Um show que me chamou profundamente a aten&ccedil;&atilde;o para o trabalho desse artista.</div> <div id="cke_pastebin" style="text-align: justify;"> Quando nos deparamos com a obra de Arthur, uma mistura de emo&ccedil;&atilde;o e de questionamento nos assola. &Eacute; que fica sempre a interroga&ccedil;&atilde;o sobre uma quest&atilde;o que se torna cl&aacute;ssica diante de seus trabalhos: como pode algu&eacute;m diagnosticado como louco, internado num manic&ocirc;mio (&ldquo;cemit&eacute;rio dos vivos&rdquo;, como disse Lima Barreto), totalmente exclu&iacute;do da sociedade e atirado ao limbo de um mundo &agrave; margem, produzir tanto e t&atilde;o bem? Para mim, &eacute; a magia da arte. A magia de sua ess&ecirc;ncia que cito no in&iacute;cio do texto. O que nos toca e move. Saliento que n&atilde;o discuto aqui as t&eacute;cnicas, linguagens e demais bl&aacute;bl&aacute;bl&aacute;s acad&ecirc;micos que possam nortear as obras de Ros&aacute;rio. Talvez venha da&iacute; uma quest&atilde;o at&eacute; mais profunda, a da d&uacute;vida em o que realmente seja loucura ou a de que a arte n&atilde;o seja express&atilde;o exclusiva dos &ldquo;s&atilde;os&rdquo;.</div> <div id="cke_pastebin" style="text-align: justify;"> Viva Arthur Bispo do Ros&aacute;rio e sua arte louca! Ou sua loucura art&iacute;stica! Viva a arte como ess&ecirc;ncia de uma na&ccedil;&atilde;o. Chega de bravatas tidas como s&atilde;s e sem arte alguma.</div>

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