01/11/2019 08h02
Ativista cultural protesta no plen?rio da C?mara ap?s ser proibido de falar na tribuna
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João Monlevade - A reunião ordinária da Câmara Municipal de João Monlevade realizada na última quarta-feira, 30, foi marcada por protestos, vaias, gritos, palavras de ordem e pela suspensão da sessão para que se reestabelecesse a ordem no plenário. </div>
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Todo o alvoroço foi causado em virtude do Projeto de Lei 1.087/2019, de autoria da Prefeitura, que regulamenta a utilização de espaços públicos na cidade e que traz, em seu artigo 9º, a proibição de manifestações políticas em áreas públicas, como a Praça do Povo, Parque do Areão, quadras esportivas e outros. O plenário do Legislativo estava lotado de manifestantes contra o projeto, entre eles, ativistas culturais, artistas, artesãos, feirantes, sindicalistas e estudantes. </div>
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O clima ficou mais tenso quando o ator, ativista cultural e estudante universitário Nataniel Flávio Nascimento teve sua fala na tribuna impedida após um pedido do vereador Pastor Carlinhos (MDB), por meio de uma questão de ordem solicitada ao presidente, Leles Pontes (Republicanos), já que Nataniel estava inscrito na Tribuna Popular como representante do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmon–Metal), porém, de acordo com a reivindicação do parlamentar, ele não fazia parte da direção da entidade e, sendo assim, não estaria autorizado, de acordo com o Regimento Interno, a utilizar a tribuna. Após análise do caso feita pela Procuradoria Jurídica da casa, a pedido da presidência, a fala de Niel foi impedida e passou-se a palavra ao diretor do Sindicato, José Quirino, que não utilizou os dez minutos regimentais e criticou o ato, o classificando de censura.</div>
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Após a proibição, Niel, como é mais conhecido, realizou, entre os vereadores e de dentro do plenário, um protesto solitário e silencioso, tapando a boca, fazendo referências a um possível “cala boca” e a uma censura em sua fala. A proibição da fala do ativista cultural também gerou protestos da plateia, que se manifestou com gritos e palavras de ordem, como “Sem censura, abaixo a ditadura”. Com os manifestos, o presidente da Câmara suspendeu a reunião. </div>
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Após a polêmica, o vereador Djalma Bastos (PSD) propôs que a reunião fosse encerrada e que, assim, Niel utilizasse a tribuna, o que foi feito após o cumprimento de toda a pauta e da discussão de projetos.</div>
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Censura</div>
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Utilizando a Tribuna Popular para falar sobre o Projeto 1.087/2019, a ex-vereadora, líder comunitária e presidente do Centro Comunitário do bairro Novo Cruzeiro, Filinha Fernandes, criticou duramente a proposta, principalmente em relação às restrições impostas aos grupos culturais da cidade para a utilização de espaços públicos para apresentarem seus trabalhos. “O projeto dificulta a atuação, na região central, de vários grupos culturais, que não possuem uma estrutura financeira adequada para preencher os requisitos do projeto. Vários grupos poderão se apresentar lá em cima, na região do Cruzeiro Celeste, mas não poderão atuar aqui embaixo, na região central. Eles lutam com muita dificuldade e todos aqui sabem disso. É uma covardia. Peço a ajuda de todos os vereadores para reverem esse projeto”, desabafou Filinha, que também criticou o fato dos artistas terem que explanar, antes, o conteúdo de suas apresentações, para, depois, terem suas atuações liberadas pelo Executivo, o que classificou como “uma censura que nunca houve na cidade”.</div>
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Foto: Indio do Forro / Divulgação Facebook</div>