23/08/2019 09h03
Espa?o democr?tico: Bom Dia entrevista Luiz Ernesto
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Nessa semana conversamos com o jornalista e escritor Luiz Ernesto, que nos atendeu com muita cortesia.</div>
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Luiz vai concorrer pela Rede Sustentabilidade e tem a seu favor representar a novidade, não pertencer</div>
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aos grupos políticos que vem se revezando no poder há algumas décadas. Vamos à entrevista.</div>
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BOM DIA - Você vem acalentando o sonho de ser prefeito de Monlevade há tempos ou foi recentemente que começou a cogitar a candidatura?</div>
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Luiz Ernesto - Fundamos a REDE em João Monlevade em fevereiro de 2017 e um dos objetivos do partido sempre foi participar de forma ativa do processo eleitoral e democrático em nossa cidade, com a possibilidade de apresentar nomes para o Legislativo e para o Executivo. A formação de uma chapa consistente de candidatos a vereador sempre foi pautada e, há alguns meses, viemos amadurecendo a ideia de uma pré-candidatura à Prefeitura, o que culminou no lançamento de meu nome, em abril passado. Pelo lado pessoal, é uma vontade e um sonho que sempre mantive acesso.</div>
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BOM DIA - O que o ajudou a decidir e a se posicionar publicamente como candidato a prefeito de João Monlevade?</div>
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Luiz Ernesto - Sem dúvida, a confiança dos nossos filiados, do Diretório Estadual e da Executiva Nacional da REDE. da deputada estadual Ana Paula Siqueira e, claro, a força, a motivação e as palavras de apoio dos monlevadenses que confiam em nosso projeto, em mim e nas pessoas que estão conosco. Tudo isso me motivou e me ajudou na decisão.</div>
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BOM DIA - O que a sua candidatura traz de diferente?</div>
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Luiz Ernesto - Essencialmente, o fato de não pertencer a grupos políticos com interesses estritamente voltados para seus correligionários. Não queremos o poder pelo poder, o fomento à troca de favores, a obtenção de benefícios e à perpetuação no poder, inclusive, somos contra a reeleição, no Executivo e no Legislativo. Isso, sem contar que temos um projeto desenvolvimentista e progressista para a cidade, e não projetos pessoais.</div>
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BOM DIA - Sua candidatura será pela Rede de Marina Silva. Podemos dizer que uma provável administração do Luiz Ernesto terá forte viés ambiental?</div>
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Luiz Ernesto - Sem dúvida. O agente público que não pauta a questão ambiental em sua agenda está fadado ao fracasso. É de suma importância, vital e hoje em dia já deixou de ser um viés ideológico e se tornou uma questão de sobrevivência. As questões de proteção ao meio ambiente e respeito à biodiversidade são muito caras à nossa querida Marina Silva, que é uma das maiores ambientalistas do planeta e nos transmite esse legado. </div>
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BOM DIA - A cidade vive praticamente da siderurgia e do setor de serviços. Não tem áreas agriculturáveis e a área física do município é pequena. Ainda assim, você vislumbra espaços de crescimentos? Outras vocações que podem gerar mais emprego e renda?</div>
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Luiz Ernesto - Sim, vislumbro. Sempre há espaços de crescimento, principalmente para um município forjado por trabalho, para onde muitos vieram exatamente para trabalhar e crescer. A essência de João Monlevade é essa é não pode ser perdida. A siderurgia, o comércio varejista e os serviços são de extrema importância e fundamentais para o desenvolvimento do município, mas também podemos ser polo em outras áreas, porque não nos próprios setores de agricultura familiar, cultura, esporte e entretenimento e no fomento à ciência e tecnologia, com a base acadêmica que temos? O incentivo às pequenas indústrias também seria um bom caminho e não virar as costas para o Distrito Industrial e para a Incubadora de Empresas pode ser um bom início. Temos muita gente boa e importantes grupos trabalhando por João Monlevade, como o próprio Pensando Monlevade, do qual você parte, entre outros, que estão ocupando os espaços e lacunas deixados pelo poder público.</div>
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BOM DIA - Você não acha que os prefeitos, não só de Monlevade, como da região deviam se unir e formar uma bancada da 381? Buscando apoios de todos os políticos de forma suprapartidária, para fechar de vez essa moedora de carne humana?</div>
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Luiz Ernesto - Claro. Essa pauta é de extrema importância e deve ser levada muito a sério pelos prefeitos da região. Já chega de levantar a bandeira da 381 apenas para angariar votos em época de eleições. Algo consistente deve ser feito. Menos blá blá blá e jogo de interesses seria fundamental.</div>
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BOM DIA - Qual a sua visão da Monlevade hoje? Concorda com a gestão de austeridade em função da crise ou faria diferente?</div>
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Luiz Ernesto - Minha visão é de inércia, má vontade política e pura utilização do poder administrativo para fomentar um grupo de pessoas. É claro que faria diferente. Os tempos são difíceis e é preciso responsabilidade, mas onde há crise com uma arrecadação de R$200 milhões? Onde há crise quando se gratifica servidores municipais com 80% a mais do seu salário apenas por amizade ou por serem correligionários, sem qualquer meritocracia? Onde há crise quando se paga um aluguel de R$4.300,00 durante dois anos para manter uma casa vazia? Onde há crise quando se consomem R$22 milhões para construir um hospital que nunca curou uma unha encravada? A crise em Monlevade é de caráter. Com a Deputada Ana Paula Siqueira</div>
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BOM DIA - Sua candidatura está mais pra esquerda ou vc tem facilidade de dialogar com o pessoal de centro e de direita também ?</div>
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Luiz Ernesto - Temos facilidade em dialogar com gente de bem, seja de esquerda, centro ou direita. Gente bem intencionada e que pense em Monlevade antes do seu umbigo é bem vinda para o diálogo, independente de corrente ideológica ou partidária. A REDE possui, obviamente, seus princípios e condutas de ética e posicionamentos políticos, sociais e ideológicos, mas longe de radicalismos.</div>
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BOM DIA - Você também é escritor e jornalista. Como vê a cidade hoje sob o ponto de vista da cultura, da literatura, da arte em geral.</div>
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Luiz Ernesto - Infelizmente, fragmentada, diluída, dispersa e inconsistente. Não se fomenta ou produz cultura sem sensibilidade cultural. Não se produz cultura e arte de forma consistente e sistemática só pensando em votos e entretenimento. Quando se assiste a um governo alardear aos quatro ventos, no aniversário da cidade, um curso de design de sobrancelhas (nada contra, especificamente) como se fosse a formatura de uma orquestra de câmara, é porque algo não vai bem.Temos que ser mais pontuais com a cultura como lazer e oferta de arte e no incentivo aos nossos artistas e escritores, que são muitos e talentosos.</div>
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BOM DIA - Monlevade, para a maioria das cidades próximas é uma espécie de capital regional. Mas já conversei com muitos monlevadenses que só criticam, que afirmam que a cidade não tem nada e só falam mal. O que fazer pra aumentar a autoestima e o sentimento de amor à cidade?</div>
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Luiz Ernesto - Devolvê-la ao seu povo e a todos que a amam. Fazer com que o monlevadense sinta-se filho e, ao mesmo tempo, pai e tutor da cidade. Ter orgulho de ser monlevadense. E isso não é difícil, um bom começo é mudar a mentalidade dos que estão no poder, ou melhor dizendo, mudar quem está no poder e detém esse pensamento de posse da cidade para servir apenas a um grupo de pessoas. João Monlevade tem que voltar a ser do povo. Eu estou prestes a completar 44 anos e vivi uma Monlevade assim, que se perdeu. Se perdeu pela cegueira do poder.</div>
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BOM DIA - Um candidatura decola quando o postulante consegue sonhar o mesmo sonho dos cidadãos. O que vc sonha para João Monlevade?</div>
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Luiz Ernesto - Sonho em ver João Monlevade virar esse jogo e voltar a ser um lugar aprazível de se viver e que gere orgulho em seus filhos e moradores. Sonho em ver uma João Monlevade ser administrada por gente que não quer o poder pelo poder, pelo dinheiro, pela fama e pela ganância, mas que deseja dedicar seu tempo para contribuir por uma cidade melhor e ouvir quem deseja o mesmo, em todas as áreas. Uma Monlevade sem conchavos, sem aparelhamento político. Uma Monlevade que não pare no tempo e que olhe para o futuro, mas que recupere a aura dos bons anos de 1970 e 1980, dos ex-prefeitos Lúcio Flávio, Antônio Gonçalves e Bio, que fizeram muito sem semear ódio e desavença. Sonho em ver uma Joao Monlevade mais leve, que gere oportunidades para seus jovens e não os façam sonhar em deixar a cidade. Enfim, uma Monlevade nossa, de volta.</div>
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