Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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31/03/2019 18h54

Atingidos por minera??o em Bar?o de Cocais pedem socorro

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<p> A Comiss&atilde;o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) discutiu, nesta sexta-feira (29/3/19), den&uacute;ncias de viola&ccedil;&otilde;es de direitos dos atingidos pela minera&ccedil;&atilde;o no Estado. Acompanharam a audi&ecirc;ncia p&uacute;blica moradores de Bar&atilde;o de Cocais (Regi&atilde;o Central) e de outros munic&iacute;pios pr&oacute;ximos, como Catas Altas, Itatiaiu&ccedil;u, Jo&atilde;o Monlevade, Ouro Preto e Nova Lima.</p> <p> Ap&oacute;s eleva&ccedil;&atilde;o do n&iacute;vel de risco da Barragem Sul Superior, da mina de Gongo Soco, em Bar&atilde;o de Cocais, centenas de pessoas foram retirados de suas casas no &uacute;ltimo dia 18 de fevereiro, e o restante da popula&ccedil;&atilde;o, segundo os relatos dos moradores, vive em p&acirc;nico constante.</p> <p> O representante da Vale na audi&ecirc;ncia, o gerente executivo Marcelo Klein, afirmou que a empresa est&aacute; trabalhando para, dentro dos pr&oacute;ximos 90 dias, alojar em moradias provis&oacute;rias todas as 478 pessoas que hoje ainda est&atilde;o em hot&eacute;is e casas de parentes.</p> <p> A reuni&atilde;o foi pontuada por reclama&ccedil;&otilde;es emocionadas de atingidos e pessoas que participaram, inclusive, de uma simula&ccedil;&atilde;o de evacua&ccedil;&atilde;o de emerg&ecirc;ncia, feita em Bar&atilde;o de Cocais, na &uacute;ltima segunda-feira (25).</p> <p> O representante da Defesa Civil Estadual, major PM Marcos Afonso Pereira, explicou os procedimentos adotados pela institui&ccedil;&atilde;o na trag&eacute;dia de Brumadinho (Regi&atilde;o Metropolitana de Belo Horizonte) e informou que o momento &eacute; de aprimoramento de rotinas, rotas de fuga, pontos de bloqueio e tamb&eacute;m das a&ccedil;&otilde;es de comunica&ccedil;&atilde;o com as popula&ccedil;&otilde;es que ainda correm risco de serem atingidas por desastres semelhantes.</p> <p> A coordenadora do Movimento Estadual pela Soberania Popular na Minera&ccedil;&atilde;o (MAM), Sandra Santos, leu o relato de um morador que teria participado ativamente da simula&ccedil;&atilde;o e que apontou v&aacute;rias falhas. Baixa ades&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o ao exerc&iacute;cio de simula&ccedil;&atilde;o, volume muito baixo das sirenes e carros de som que demoraram a chegar aos bairros foram alguns dos problemas apontados.</p> <p> <strong>Falta de informa&ccedil;&atilde;o -</strong>De acordo com alguns moradores, os profissionais da Vale que participaram da simula&ccedil;&atilde;o se mostraram pouco aptos a atender as pessoas nos pontos de encontro definidos para o exerc&iacute;cio. Para Sandra Santos, a simula&ccedil;&atilde;o alarmou ainda mais a popula&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Mesma impress&atilde;o teve Maxwell Andrade, representante dos moradores que foram retirados de suas casas, que participou como volunt&aacute;rio da simula&ccedil;&atilde;o. Ele afirmou que os moradores da chamada zona de autossalvamento (que est&atilde;o a 10 km ou 30 minutos do poss&iacute;vel rompimento da barragem) continuam esquecidos, sem informa&ccedil;&otilde;es claras por parte da empresa.</p> <p> A deputada Beatriz Cerqueira (PT), que presidiu a reuni&atilde;o, prometeu levar todas as demandas apresentadas &agrave; Comiss&atilde;o Parlamentar de Inqu&eacute;rito (CPI) da Barragem de Brumadinho, que funciona na ALMG desde o dia 14 de mar&ccedil;o.</p> <p> O deputado federal Rog&eacute;rio Correia (PT-MG) fez um relato do cronograma de a&ccedil;&otilde;es da Comiss&atilde;o Externa do Desastre de Brumadinho, da C&acirc;mara do Deputados. Entre elas, ele anunciou a abertura de uma consulta p&uacute;blica, no pr&oacute;ximo m&ecirc;s, para que a sociedade possa se manifestar sobre o assunto, al&eacute;m da apresenta&ccedil;&atilde;o de oito a dez novos projetos de leis para reformular a legisla&ccedil;&atilde;o federal sobre barragens.</p> <p> <strong>Representante da Vale pede ajuda da popula&ccedil;&atilde;o </strong></p> <p> A deputada Beatriz Cerqueira teve que intervir para garantir que o representante da Vale continuasse a falar, tamanha a indigna&ccedil;&atilde;o dos moradores que acompanhavam a audi&ecirc;ncia. Marcelo Klein coordena o chamado &quot;Comit&ecirc; de Resposta&quot;, exatamente para dar os encaminhamentos &agrave;s demandas da popula&ccedil;&atilde;o atingida pela atividade da empresa.</p> <p> O executivo listou uma s&eacute;rie de provid&ecirc;ncias que a Vale estaria tomando para evitar novas cat&aacute;strofes e garantir que todos os atingidos sejam ouvidos. Segundo ele, as recentes eleva&ccedil;&otilde;es no n&iacute;vel de risco de v&aacute;rias barragens de rejeitos se devem n&atilde;o &agrave; piora na condi&ccedil;&atilde;o das estruturas, mas ao rigor m&aacute;ximo que se tem adotado nas avalia&ccedil;&otilde;es. &quot;Muitas empresas avaliadoras, inclusive, n&atilde;o querem mais fazer o trabalho, ficam temerosas de dar a certifica&ccedil;&atilde;o&quot;, ressaltou.</p> <p> Marcelo assumiu o compromisso de ampliar a comunica&ccedil;&atilde;o da empresa sobre os riscos das barragens e pediu ajuda da popula&ccedil;&atilde;o para que n&atilde;o se espalhe ainda mais p&acirc;nico, mas foi vaiado pelos moradores presentes. Marcelo Klein negou a informa&ccedil;&atilde;o trazida pelo representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Pablo Dias, de que a Vale teria reduzido drasticamente os investimentos na seguran&ccedil;a dessas estruturas nos &uacute;ltimos anos.</p> <p> <strong>Direitos -</strong>Pablo Dias, mais conhecido como Binho, trouxe, em nome do MAB, uma s&eacute;rie de reivindica&ccedil;&otilde;es com direitos b&aacute;sicos dos atingidos, que foram entregues &agrave; comiss&atilde;o. Entre os pedidos, est&atilde;o os direitos: &agrave; organiza&ccedil;&atilde;o dos atingidos e &agrave; repara&ccedil;&atilde;o integral dos danos (materiais e morais); a sair de suas casas em &aacute;rea de risco, mesmo antes de a sa&iacute;da ser obrigat&oacute;ria; e &agrave; informa&ccedil;&atilde;o completa sobre a situa&ccedil;&atilde;o e de participa&ccedil;&atilde;o direta na elabora&ccedil;&atilde;o dos planos emergenciais.</p> <p> Pablo Dias lembrou a situa&ccedil;&atilde;o do munic&iacute;pio de Congonhas (Regi&atilde;o Central), que abriga v&aacute;rias barragens de rejeitos, onde j&aacute; houve recomenda&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico Estadual para que as fam&iacute;lias sejam retiradas de suas casas.</p> <p> Cl&aacute;udio Almeida, promotor de justi&ccedil;a em Bar&atilde;o de Cocais, afirmou que o pr&oacute;prio f&oacute;rum e v&aacute;rios &oacute;rg&atilde;os de Justi&ccedil;a locais j&aacute; sa&iacute;ram do pr&eacute;dio que ocupavam no centro da cidade, por se tratar de zona de risco, que seria atingida pelos rejeitos da mina em, no m&aacute;ximo, uma hora e meia, em caso de rompimento da barragem.</p> <p> <strong>Requerimentos -</strong>Ao final da audi&ecirc;ncia, a deputada Beatriz Cerqueira apresentou uma s&eacute;rie de requerimentos, que ser&atilde;o votados na pr&oacute;xima reuni&atilde;o da comiss&atilde;o, dando encaminhamento &agrave;s quest&otilde;es discutidas durante a reuni&atilde;o.</p>

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