29/03/2019 08h17
Monlevade corre risco de ficar sem ?gua
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<strong>João Monlevade -</strong>Dez barragens de rejeito ameaçam o abastecimento de Monlevade e outras oito ameaçam bairros ribeirinhos como Tietê, Amazonas e Santa Cruz.</p>
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Estão redondamente enganados aqueles que acham que João Monlevade estaria fora dos riscos que as barragens de contenção de rejeitos oferecem.</p>
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Em torno de dez barragens, incluindo a Sul Superior de Gongo Soco que ameaça se romper, se encontram na vertente do rio Santa Bárbara que abastece João Monlevade e outras oito se encontram na vertente Piracicaba que colocam em risco de inundação as localidades do Beira Rio, Tietê, Amazonas e Santa Cruz.</p>
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O jornal Tribuna do Piracicaba – A Voz do Rio, vem desde 2016 chamando a atenção para os riscos das barragens para a Bacia do Piracicaba, mas como acontece na maioria das vezes, os alertas caíram no vazio e somente agora com risco eminente do desastre, autoridades se posicionam.</p>
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O risco de desabastecimento de água em Monlevade é tão eminente quanto o rompimento da barragem Sul Superior de Gongo Soco.</p>
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Há cerca de um mês foi feito questionamentos à prefeitura sobre um plano B caso ocorresse uma contaminação do rio Santa Bárbara, mas somente esse fim de semana, com a situação agravada é que a administração assumiu: “Não temos um plano B”.</p>
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<strong>Monlevade sem água</strong></p>
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No fim de semana a administração monlevadense admitiu que a cidade pode ter o abastecimento de água prejudicado: “Hoje não temos um ‘Plano B’. Só nos restaria suspender o abastecimento de água e aguardar os níveis de poluição diminuírem”, informou a prefeitura.</p>
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Entretanto, diante do tamanho da ameaça, essa poluição pode não diminuir em curto espaço de tempo – aí outros questionamentos vêm a tona: Quanto tempo a cidade ficaria sem abastecimento? Quais as medidas poderiam ser tomadas? Abastecimentos em carros pipas? Já foi feito contato com a Vale para que a empresa se posicione? .</p>
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<strong>DAE se reúne com a Vale e Defesa Civil do Estado</strong></p>
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Após os questionamentos, nessa terça-feira, 26, em Barão de Cocais, o diretor do DAE (Departamento Municipal de Água e Esgoto), Cleres Roberto de Souza, acompanhado dos servidores da autarquia Gilmar Rodrigues Dias (engenheiro civil), Laurentino Amador Silva (chefe da Divisão de Operação) e Heveline Cristina de Figueiredo Silva (chefe da divisão de Operação e Engenheira Ambiental), reuniram com o Tenente-Coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais e ainda com membros da equipe ambiental da Vale, em busca de informações e medidas estratégicas emergenciais.</p>
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Cleres Roberto externou a preocupação do DAE e da Prefeita de João Monlevade, Simone Carvalho Moreira, com relação à possível interrupção do abastecimento de água na cidade.</p>
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Durante a explanação Cleres disse ao presentes que, em caso de acidente, o DAE não teria outra alternativa exequível de abastecimento a curto e médio prazo, sendo que a longo prazo seria um custo altíssimo, solicitando então que a Vale crie um plano de contingência para mitigar os efeitos de um possível acidente e paralização do abastecimento em João Monlevade.</p>
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Na ocasião a Defesa Civil do Estado e a Vale informaram que, em caso de rompimento, a lama seria contida na região de São Gonçalo e Peti, e não alcançaria João Monlevade.</p>
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Segundo eles o que ocorreria seria o aumento do nível de turbidez.</p>
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<strong>Informação truncada</strong></p>
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As informações prestadas pela Defesa Civil e Vale dizendo que a lama seria contida na região de Peti não procedem, mesmo porque já existe a projeção e previsão de chegada da lama em São Gonçalo seis horas após o colapso da barragem, quando atingiria cerca de 2 mil pessoas naquela cidade, sendo que está previsto para hoje – 29, um simulado de evacuação para os locais que poderão ser atingidos.</p>
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<strong>Compromisso</strong></p>
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Conforme informou a assessoria da prefeitura de Monlevade, durante a reunião a Vale teria informado que, em caso de rompimento da barragem “toda assistência será prestada pela empresa para garantir o abastecimento de água à população”.</p>
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Diante as informações da empresa e da Defesa Civil o DAE afirmou que já executa o monitoramento dos parâmetros e, mesmo assim, solicitou um plano de contingência para garantir o abastecimento de João Monlevade.</p>
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Na reunião, teria ficado acordado ainda que o DAE fornecerá todas as informações sobre o sistema de abastecimento da cidade, como número de reservatórios, volume consumido, quantidade e localização da população atendida, entre outros detalhes, para que a Vale faça um estudo mais aprofundado sobre a situação.</p>
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Cleres Roberto disse que será remarcada uma nova reunião entre o DAE e a Vale, objetivando-se alinhar o planejamento desse estudo.</p>
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<strong>Planos em estudo</strong></p>
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Atendendo uma solicitação do Bom Dia, o diretor do DAE informou que também está sendo estudando vários planos de contingência para ser aplicados concomitantes ou não e que serão levados como sugestões para a vale.</p>
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Questionado sobre a judicialização antecipada do problema que poderá acontecer, Cleris informou que o DAE e a prefeitura estão estudando as medidas legais cabíveis para garantir o abastecimento de toda a cidade pela vale diante a eminência de contaminação do rio Santa Bárbara.</p>
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