29/03/2019 08h12
ENTREVISTA COM DANIEL BAHIA
ENTREVISTA COM DANIEL BAHIA
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ENTREVISTA COM DANIEL BAHIA</p>
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DANIEL BAHIA É GUITARRISTA, VIOLONISTA, EMPREENDEDOR, FILÓSOFO NAS HORAS VAGAS, PROFESSOR, DIFUSOR, INCENTIVADOR, VÁRIOS OFÍCIOS CABEM NESSE CAMALEÃO MONLEVADENSE QUE TRANSBORDA IDEIAS E PROJETOS...MAS VAMOS À ENTREVISTA.</p>
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- O que você ouvia em sua infância? O que tocava no rádio ou radiola da sua casa?</li>
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Tenho na memória um presente que meu pai me deu, um “compacto” do Queen e do Michael Jackson (que continha duas faixas de cada lado). Sem sombras de dúvidas foi uma influência marcante na minha trajetória pessoal, e claro artística. Essas duas referências estavam no auge – isso por volta de 1985 -, e adorava as performances de ambas, assim tal como a sonoridade expressiva.</p>
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Sempre tive o ímpeto – atitude que está atrelado com curiosidade –, de buscar coisas novas para ouvir. Isso de certa forma, foi fundamental para minha formação.</p>
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E como todo adolescente da minha geração, o Rock Brasil foi uma influência máxima. Todas aquelas bandas como: Legião Urbana, Barão Vermelho, Cazuza, Titãs, Paralamas do Sucesso, enfim, fizeram partes da minha escuta.</p>
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Teve um episódio marcante, que foi um show do Barão Vermelho – logo após quando o Cazuza sai da banda e o Frejat assumiu os vocais – que meu pai me levou para assistir. Foi ali que tudo começou. Aquele lance do rockstar me conquistou e eu segui em frente.</p>
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Claro, que na minha casa tocava um pouco de tudo do “bom gosto”. Meu pai ouvia muita música brasileira, e fui assim me formando.</p>
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Mais tarde, me enveredei pela música clássica e jazz, que foram sábias descobertas que até hoje considero máximas no quesito de criatividade musical.</p>
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- E o que o influenciou a ingressar na carreira musical? Como você começou? Com um violãozinho?</li>
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Lá por volta dos 13 anos, meu pai comprou um violão para minha mãe aprender. Ela fez aulas, e até começou bem, só que com o tempo desistiu. E já naquela onda de gostar muito de música, foi um pulo. Comecei minhas primeiras lições e a coisa foi ficando séria. Só para ter ideia, comecei a lecionar com 16 anos. Daí pra frente vieram muitas coisas.</p>
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- E depois em sua trajetória você tocou em diversas bandas. Consegue lembrar os nomes das bandas e projetos de que participou?</li>
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Minha primeira banda foi o Curto Circuito. Ensaiávamos no minúsculo porão da casa do Fábio Sartori, que era o baterista e posteriormente foi membro do Calk. Participei de inúmeras bandas. O Rat Tomago foi primeira que me levou para fora da cidade. Fizemos vários shows, e foi uma experiência fundamental. A banda tinha vocal feminino da Juliana Hosken e fazíamos colagens musicais. Era maior barato, inédito para uma banda de interior. Toquei guitarra na Big Band FUNCEC, que foi uma escola – onde tive contato com excelentes músicos, como o grande Maestro cubano Nestor Lombida.</p>
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A carreira foi se desenvolvendo, e vieram projetos como: Relicário (que teve duas fases, uma com João Roberto e depois com Claudinei Godoi), sou membro fundador da Dizarm, criamos o Umbigo (Rock instrumental psicodélico) , 2Jazz (jazz com pitadas de eletrônico), Stone Free (Jimi Hendrix Tribute), Só pra Variar (Tributo ao Raul Seixas), Mutantes Molhados, tive um duo de música brasileira com a clarinetista Vivian Fernandes, que foi minha colega de faculdade, além de show com diversos artistas da região. Toquei com um Hermano <em>mui</em> gente boa, o argentino Alejandro Yaques. Por fim, deve ter mais coisas que não me recordo. Atualmente estou pesquisando algo na área do instrumental, se Deus dará, nos próximos tempos teremos coisas novas, tudo muito sem pressa.</p>
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- Você, além de tocar uma guitarra inventiva, também é compositor de mão cheia. De que é feita a sua música? Que elementos utiliza para criar?</li>
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Toco vários instrumentos de corda, mas, meu braço direito é o violão de nylon. E não é à toa que me graduei em Violão na Universidade Federal de Ouro Preto.</p>
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A música brota na minha mente de forma espontânea, e tem coisas que não tem explicação, por exemplo: a gênese criatividade. Isso são coisas natas e de vivências, só que ninguém sabe de onde vem.</p>
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Gosto de ficar testando harmonias (explicando para os leigos: Harmonia é a denominação para o conjunto de acordes que se entrelaçam entre si), e que quando surge um caminho interessante registro em algum lugar; pode em ser na partitura, áudio ou vídeo. Depois vem a labuta da melodia até chegar ao arranjo final.</p>
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Música é uma questão espiritual. O poder da natureza é tal que, toda a arte se esforça para ser. Quanto mais podemos entrar em sintonia em harmonia com o planeta, mais a nossa arte pode se beneficiar dessa relação. A música nos atinge de uma maneira muito emocional, para mim, isso me elevou de uma forma que nada mais poderia. Só tem um tremendo poder, o fato de fazer isso com os olhos fechados. Mas o objetivo criativo em fazer música é o mesmo como, uma tempestade ou apenas a maneira como as ondas atingem a praia, há uma perfeição que nós tentamos aproximar, que é o objetivo. Quanto mais você entende o silêncio da alma, mais equilibrado musicalmente ficamos.</p>
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- Eu já te falei que considero o UMBIGO como um dos melhores trabalhos que ouvi, nível internacional, sem limites linguísticos. Projetos de descongelar o Umbigo?</li>
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O Umbigo foi um projeto de criação coletiva, onde eu, Fábio Sartori e o André Freitas fizemos várias sessões de improvisos e surgiram os temas. Agora, quanto a volta aos shows é bem difícil. Não temos mais a disponibilidade para tais encontros.</p>
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- E sobre a safra musical. Tem ouvido coisas novas?</li>
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Fico vendo um monte de nostálgicos dizendo que a safra musical está indo mal. Digo o contrário, tem muitas coisas novas e interessantes no mercado. Basta abrir a mente para as novidades. Estou ouvindo Snarky Puppy, Vulpeck, Castelo Branco, entre outros sons.</p>
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- Você acha que o gosto musical do pessoal hoje tá muito ruim ou tem espaço pra tudo?</li>
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A grande questão é que hoje a música é um meio de entretenimento, e os desejos são outros. E muitas vezes baseadas em “memes”, o que torna a música comercial em algo de espécie de “música comercial de zoação”. Mas, tem mercado para todo mundo e basta você acreditar naquilo quer e que você alcançará. E a forma de distribuição é quase que imediata, provavelmente, dando chance para qualquer um que tenho uma estratégia de divulgar lançar seu produto. Querer que todo mundo escuto que a gente gosta já é demais.</p>
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- E onde vc busca música hoje? Em quais fontes bebe? Indica alguns caminhos pro pessoal ouvir músicas legais?</li>
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Meus caminhos são exóticos. Há muito tempo estou quedado pela música indiana, mais isso não é novidade. Vários músicos já fizeram essa imersão. A dica é olhar para seu cotidiano, e sentir o que você quer ouvir e buscando onde for preciso.</p>
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- E seu trabalho com violão? Você também compõe para violão? Em quais trabalhos você está envolvido hoje?</li>
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*Item 4.</p>
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10)- Me fale sobre seu trabalho de educação musical. A galera continua procurando aprender guitarra ou tá numa fase mais acústica de violão e viola?</p>
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A carreira de educador é fascinante, está atrelada com a de empreendedor e professor/educador. Estou na direção da Daniel Bahia Escola de Música, onde atua quase que em tempo integral e coordeno um projeto de educação infantil.</p>
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O projeto “Sete Pedrinhas musicais” é fruto de uma parceira da Daniel Bahia Escola de Música e o Centro Educacional Pequeno Polegar, cujo a professora regente é a Vivian Fernandes.</p>
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O projeto começou com o intuito de valorizar e trazer uma nova perspectiva para as aulas de música, pois sabemos o quanto é importante a inserção desta nas fases de aprendizagem.</p>
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Acredito muito que o ensino da música ajuda no desenvolvimento psicológico e afetivo, além de ser um ótimo instrumento de socialização.</p>
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Estamos no 4ºano de projeto, a ideia é expandir para outras cidades.</p>
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11) - A sua DANIEL BAHIA ESCOLA DE MÚSICA é uma das mais respeitadas do MEDIOPIRACICABA. Qual o segredo dessa longevidade e reconhecimento?</p>
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Comecei muito cedo a empreender, e isso se tornou uma paixão. Temos um legado importante no Médio Piracicaba quando se trata do segmento Escola de Música. Formamos vários alunos e professores.</p>
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A disciplina é fator principalmente, e estar sempre antenado com a mudanças é sempre preponderante. Gosto muito da frase do McCoy Tyner já dizia: "Para alcançar a liberdade, antes você precisa passar pelo processo da disciplina."</p>
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12) - Você acha que a internet faz bem pra música ou diminui sua importância? A imagem não roubou o lugar do som no imaginário das pessoas? E os direitos autorais na internet? Acha justa a pirataria geral?</p>
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A internet é importante para música. Olha o quão imediato é o lançamento de uma música hoje em dia? Acho fantástico, a nova métrica de alce que são os <em>views</em>. Não tem aquele lance de gravadora mandando o que tem que ser feito, é tudo muito direto. Agora, tudo tem que ser usado com ponderação. Quanto aos direitos autorais, já existem critérios para o recolhimento, se o artista tem sua carreira formalizada, claro que tudo fica mais fácil para cercar contra o uso indevido. Sou a favor do livre comercio da música.</p>
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13) - Ultimamente, tem sido sensível a queda dos públicos para os eventos considerados culturais, enquanto os eventos “populares” atraem mega-multidões. Você vislumbra alguma alternativa para reverter esse quadro?</p>
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Vamos pegar uma base partindo dos grandes; olha a abertura dos festivais e shows internacionais na atualidade? A maioria tudo lotado. Volto a dizer que os tempos são outros e temos que adaptar nossa crítica sem ficar com os pés no passado. A música pode ser grande e séria, mas graneza e seriedade não são suas características definidoras. Ela também pode ser estúpida, vulgar e insana. Os artistas têm o direito de expressar qualquer emoção, qualquer estado mental</p>
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14) - Quais os projetos que estão na mira, que vc deve colocar na roda em breve?</p>
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Estou com desejo de gravar um álbum com músicas cantadas, mas, ainda não tenho nada planejado. Vai ficar para posteridade.</p>
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15) - Em sua opinião, qual o futuro da música?</p>
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Escrever sobre música é como dançar sobre a arquitetura. A crítica musical é certamente uma ciência curiosa e dúbia, e o jargão do futuro varia no inexpressivo. Toda forma de arte luta contra a armadilha de uma descrição verbal. E não tem futuro definido.</p>
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Passamos por diversas épocas, e o fator decisivo sempre foi romper/transgredir com alguma temática do momento, seja ela, política, religiosa ou estética.</p>
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Resumindo, “A melhor música é a que nos persuade de que não existe outra música no mundo” Alex Ross</p>
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16) - Deixe seus contatos para quem quiser contatá-lo, zap, face, insta, youtube e etc...</p>
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Para entrar em contato: danielbahiaoficial no Instagram, Daniel Bahia no Facebook e Linkedin, e 9 8929 6613 WhatsApp.</p>