Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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19/02/2019 08h58

F?rum Mineiro de Comit?s de Bacias Hidrogr?ficas querem fim das barragens

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<p> O perigo &eacute; iminente. No Brasil, 45 barragens das mais de 24 mil existentes, apontam risco de rompimento, segundo o &uacute;ltimo Relat&oacute;rio de Seguran&ccedil;a de Barragens, publicado pela Ag&ecirc;ncia Nacional de &Aacute;guas (ANA) em 2018. O documento n&atilde;o esconde que outras bacias hidrogr&aacute;ficas brasileiras est&atilde;o amea&ccedil;adas. Com o objetivo de unir for&ccedil;as para exigir mudan&ccedil;as e evitar que aconte&ccedil;am novas trag&eacute;dias em outros Estados do Brasil, como os provocados em Minas Gerais pela Samarco (2015) e o recente rompimento da barragem da Vale na mina C&oacute;rrego do Feij&atilde;o, os comit&ecirc;s de bacias hidrogr&aacute;ficas de todo pa&iacute;s estiveram em Belo Horizonte, nos dias 12 e 13 de fevereiro, para 58&ordm; F&oacute;rum Mineiro de Comit&ecirc;s de Bacias Hidrogr&aacute;ficas.</p> <p> Na presen&ccedil;a de representantes do governo estadual, federal, do Minist&eacute;rio P&uacute;blico de Minas Gerais (MPMG) e da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o presidente do F&oacute;rum Nacional de Comit&ecirc; de Bacias, Hildebrando Buch, o presidente do F&oacute;rum Mineiro de Comit&ecirc;s de Bacias Hidrogr&aacute;ficas (FMCBH) e do Comit&ecirc; da Bacia Hidrogr&aacute;fica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Marcos Vin&iacute;cius Polignano, o presidente do Comit&ecirc; da Bacia Hidrogr&aacute;fica do S&atilde;o Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, o presidente do Comit&ecirc; da Bacia Hidrogr&aacute;fica do Rio Paraopeba (CBH Rio Paraopeba), Winston Caetano de Souza, a ativista ambiental do Movimento Pelas Serras e &Aacute;guas de Minas Gerais, Maria Tereza Corujo e os integrantes de comit&ecirc;s de todo pa&iacute;s trouxeram &agrave; luz suas preocupa&ccedil;&otilde;es e propostas para medidas urgentes que devem ser cobradas do poder p&uacute;blico.</p> <p> Foram propostos e elaborados documentos que questionam os procedimentos adotados atualmente nos licenciamentos ambientais para minera&ccedil;&atilde;o; que cobram o esclarecimento da Ag&ecirc;ncia Nacional de &Aacute;guas (ANA) e da Ag&ecirc;ncia Nacional de Minera&ccedil;&atilde;o (ANM) sobre a real situa&ccedil;&atilde;o das barragens em todo territ&oacute;rio nacional; que pedem o posicionamento de deputados e senadores com rela&ccedil;&atilde;o a cria&ccedil;&atilde;o e participa&ccedil;&atilde;o efetiva dos mesmos nas Comiss&otilde;es Parlamentares de Inqu&eacute;rito (CPIs) relacionadas &agrave; minera&ccedil;&atilde;o; que exigem a criminaliza&ccedil;&atilde;o da Vale pelo desastre ambiental com a barragem que se rompeu em Brumadinho (MG); que demandam a participa&ccedil;&atilde;o do CBH Rio Paraopeba no gabinete de crise para tomada de decis&otilde;es &agrave; respeito da trag&eacute;dia causada pela Vale na calha do rio.</p> <p> &ldquo;O F&oacute;rum Nacional de Comit&ecirc;s est&aacute; aqui em Belo Horizonte, conjuntamente com o F&oacute;rum Mineiro, contribuindo nas propostas e nos encaminhamentos. Nossa maior preocupa&ccedil;&atilde;o agora &eacute; a recupera&ccedil;&atilde;o e revitaliza&ccedil;&atilde;o do rio Paraopeba e n&atilde;o vamos aceitar que o comit&ecirc; do Paraopeba fique de fora de todas as discuss&otilde;es da revitaliza&ccedil;&atilde;o e recupera&ccedil;&atilde;o do rio&rdquo;, afirma Hildebrando Bush, presidente do F&oacute;rum Nacional de Comit&ecirc; de Bacias.</p> <p> <strong>Bacias em alerta</strong></p> <p> Ap&oacute;s o desastre com a lama de rejeitos que invadiu o rio Paraopeba, a bacia hidrogr&aacute;fica do rio S&atilde;o Francisco, curso d&rsquo;&aacute;gua que percorre 2.300 km por cinco estados brasileiros, entrou em alerta. E n&atilde;o &eacute; para menos. S&atilde;o quase 200 km do Paraopeba que est&atilde;o intoxicados com a queda da barragem Mina C&oacute;rrego do Feij&atilde;o, o que impossibilita o uso da &aacute;gua que est&aacute; indo em dire&ccedil;&atilde;o ao S&atilde;o Francisco. &ldquo;Temos uma intoxica&ccedil;&atilde;o que &eacute; cr&ocirc;nica e a gente entende que esse problema n&atilde;o diz respeito somente a Minas Gerais. &Eacute; um evento nacional, j&aacute; que compromete a bacia do S&atilde;o Francisco. E estamos aqui no F&oacute;rum de Comit&ecirc;s para trazer essa dimens&atilde;o&rdquo;, relata o presidente do FMCBH e do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinicius Polignano, sobre a import&acirc;ncia da presen&ccedil;a dos outros comit&ecirc;s no F&oacute;rum para colaborarem neste processo.</p> <p> Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF, cuja bacia &eacute; respons&aacute;vel por abastecer 70% da regi&atilde;o Nordeste do Brasil, preocupa-se com as &aacute;guas que v&atilde;o chegar no lago de Tr&ecirc;s Marias, local onde o rio Paraopeba des&aacute;gua no S&atilde;o Francisco. &ldquo;Um desastre como esse, que comprometeu um rio de grandes dimens&otilde;es e da import&acirc;ncia como &eacute; o Paraopeba, afeta todo mundo. N&oacute;s estamos preocupados porque h&aacute; outras barragens que, se desmoronarem, poder&atilde;o atingir o S&atilde;o Francisco com muito mais gravidade e n&atilde;o podemos correr esse risco&rdquo;, alerta o presidente.</p> <p> <strong>&nbsp;&ldquo;Ser&aacute; que vai ter que matar todos os nossos rios e 100 mil pessoas para que o setor miner&aacute;rio pare?&rdquo;</strong></p> <p> Durante o encontro do F&oacute;rum Mineiro de Comit&ecirc;s de Bacias Hidrogr&aacute;ficas, os participantes entenderam que &eacute; de fundamental import&acirc;ncia pressionar o Congresso Nacional sobre a mudan&ccedil;a na legisla&ccedil;&atilde;o ambiental atual. Ao contr&aacute;rio de se flexibilizar as leis, &eacute; preciso tomar medidas mais efetivas e mudan&ccedil;as estruturantes com rela&ccedil;&atilde;o ao procedimento adotado para licenciamento de barragens.</p> <p> Representante da sociedade civil na c&acirc;mara t&eacute;cnica do Conselho Ambiental de Minas Gerais e integrante do Movimento pelas Serras e &Aacute;guas de Minas Gerais, Maria Tereza Corujo, a Teca, acompanha os licenciamentos e a situa&ccedil;&atilde;o das barragens no estado de perto. A ativista relembra que, ap&oacute;s o rompimento da Samarco, ela e muitos outros tinham a esperan&ccedil;a de que aquele evento seria um divisor de &aacute;guas na forma de tratamento da minera&ccedil;&atilde;o como atividade econ&ocirc;mica, mas isso n&atilde;o aconteceu. &ldquo;N&oacute;s ficamos tr&ecirc;s anos testemunhando a impunidade, a n&atilde;o mudan&ccedil;a das normas e um grav&iacute;ssimo retrocesso das nossas normas ambientais. Ser&aacute; que vai ter que matar todos os nossos rios e 100 mil pessoas para que o setor miner&aacute;rio pare?&rdquo;, desabafa a ativista.</p> <p> Para Polignano, presidente do FMCBH e do CBH Rio das Velhas, &eacute; fundamental a mudan&ccedil;a na legisla&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a barragens. &ldquo;O que n&oacute;s queremos &eacute; que se mude a legisla&ccedil;&atilde;o em n&iacute;vel nacional, que se instale as CPIs no Senado e na C&acirc;mara Federal, para que se apure n&atilde;o s&oacute; as responsabilidades, mas as fragilidades todas da legisla&ccedil;&atilde;o que permitiram que essa situa&ccedil;&atilde;o criminosa acontecesse em Minas Gerais&rdquo;, afirma.</p> <p> &ldquo;Esperamos que se crie uma comiss&atilde;o para analisar esses projetos que est&atilde;o tramitando e que a gente tenha, de forma mais c&eacute;lere, uma legisla&ccedil;&atilde;o que seja cumprida e que evite novos eventos como este. O Brasil n&atilde;o pode se dar o luxo de, todo ano, perder um ecossistema, al&eacute;m das vidas humanas&rdquo;, explica Miranda, presidente do CBHSF.</p>

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