Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

notícias

27/01/2019 10h46

Lei das Barragens

Compartilhe
<p> <strong>LEI N&ordm; 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010.</strong></p> <p> <strong>Estabelece a Pol&iacute;tica Nacional de Seguran&ccedil;a de Barragens destinadas &agrave; acumula&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua para quaisquer usos, &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o final ou tempor&aacute;ria de rejeitos e &agrave; acumula&ccedil;&atilde;o de res&iacute;duos industriais, cria o Sistema Nacional de Informa&ccedil;&otilde;es sobre Seguran&ccedil;a de Barragens</strong>e altera a reda&ccedil;&atilde;o do art. 35 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do art. 4o da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000.</p> <p> <em>O PRESIDENTE DA REP&Uacute;BLICA Fa&ccedil;o saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: </em></p> <p> <strong>CAP&Iacute;TULO I</strong></p> <p> <strong>DISPOSI&Ccedil;&Otilde;ES GERAIS </strong></p> <p> <strong>Art. 1o</strong>&nbsp; Esta Lei estabelece a Pol&iacute;tica Nacional de Seguran&ccedil;a de Barragens (PNSB) e cria o Sistema Nacional de Informa&ccedil;&otilde;es sobre Seguran&ccedil;a de Barragens (SNISB).</p> <p> Par&aacute;grafo &uacute;nico.&nbsp; Esta Lei aplica-se a barragens destinadas &agrave; acumula&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua para quaisquer usos, &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o final ou tempor&aacute;ria de rejeitos e &agrave; acumula&ccedil;&atilde;o de res&iacute;duos industriais que apresentem pelo menos uma das seguintes caracter&iacute;sticas:</p> <p> <strong>I -</strong>altura do maci&ccedil;o, contada do ponto mais baixo da funda&ccedil;&atilde;o &agrave; crista, maior ou igual a 15m (quinze metros);</p> <p> <strong>II -</strong>capacidade total do reservat&oacute;rio maior ou igual a 3.000.000m&sup3; (tr&ecirc;s milh&otilde;es de metros c&uacute;bicos);</p> <p> <strong>III -</strong>reservat&oacute;rio que contenha res&iacute;duos perigosos conforme normas t&eacute;cnicas aplic&aacute;veis;</p> <p> <strong>IV -</strong>categoria de dano potencial associado, m&eacute;dio ou alto, em termos econ&ocirc;micos, sociais, ambientais ou de perda de vidas humanas, conforme definido no art. 6o.</p> <p> <strong>Art. 2o</strong>&nbsp; Para os efeitos desta Lei, s&atilde;o estabelecidas as seguintes defini&ccedil;&otilde;es:</p> <p> <strong>I -</strong>barragem: qualquer estrutura em um curso permanente ou tempor&aacute;rio de &aacute;gua para fins de conten&ccedil;&atilde;o ou acumula&ccedil;&atilde;o de subst&acirc;ncias l&iacute;quidas ou de misturas de l&iacute;quidos e s&oacute;lidos, compreendendo o barramento e as estruturas associadas;</p> <p> <strong>II -</strong>reservat&oacute;rio: acumula&ccedil;&atilde;o n&atilde;o natural de &aacute;gua, de subst&acirc;ncias l&iacute;quidas ou de mistura de l&iacute;quidos e s&oacute;lidos;</p> <p> <strong>III -</strong>seguran&ccedil;a de barragem: condi&ccedil;&atilde;o que vise a manter a sua integridade estrutural e operacional e a preserva&ccedil;&atilde;o da vida, da sa&uacute;de, da propriedade e do meio ambiente;</p> <p> <strong>IV -</strong>empreendedor: agente privado ou governamental com direito real sobre as terras onde se localizam a barragem e o reservat&oacute;rio ou que explore a barragem para benef&iacute;cio pr&oacute;prio ou da coletividade;</p> <p> <strong>V -</strong>&oacute;rg&atilde;o fiscalizador: autoridade do poder p&uacute;blico respons&aacute;vel pelas a&ccedil;&otilde;es de fiscaliza&ccedil;&atilde;o da seguran&ccedil;a da barragem de sua compet&ecirc;ncia;</p> <p> <strong>VI -</strong>gest&atilde;o de risco: a&ccedil;&otilde;es de car&aacute;ter normativo, bem como aplica&ccedil;&atilde;o de medidas para preven&ccedil;&atilde;o, controle e mitiga&ccedil;&atilde;o de riscos;</p> <p> <strong>VII -</strong>dano potencial associado &agrave; barragem: dano que pode ocorrer devido a rompimento, vazamento, infiltra&ccedil;&atilde;o no solo ou mau funcionamento de uma barragem.</p> <p> <strong>CAP&Iacute;TULO II</strong></p> <p> <strong>DOS OBJETIVOS </strong></p> <p> <strong>Art. 3o</strong>&nbsp; S&atilde;o objetivos da Pol&iacute;tica Nacional de Seguran&ccedil;a de Barragens (PNSB):</p> <p> <strong>I -</strong>garantir a observ&acirc;ncia de padr&otilde;es de seguran&ccedil;a de barragens de maneira a reduzir a possibilidade de acidente e suas consequ&ecirc;ncias;</p> <p> <strong>II -</strong>regulamentar as a&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a a serem adotadas nas fases de planejamento, projeto, constru&ccedil;&atilde;o, primeiro enchimento e primeiro vertimento, opera&ccedil;&atilde;o, desativa&ccedil;&atilde;o e de usos futuros de barragens em todo o territ&oacute;rio nacional;</p> <p> <strong>III -</strong>promover o monitoramento e o acompanhamento das a&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a empregadas pelos respons&aacute;veis por barragens;</p> <p> <strong>IV </strong>- criar condi&ccedil;&otilde;es para que se amplie o universo de controle de barragens pelo poder p&uacute;blico, com base na fiscaliza&ccedil;&atilde;o, orienta&ccedil;&atilde;o e corre&ccedil;&atilde;o das a&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a;</p> <p> <strong>V </strong>- coligir informa&ccedil;&otilde;es que subsidiem o gerenciamento da seguran&ccedil;a de barragens pelos governos;</p> <p> <strong>VI </strong>- estabelecer conformidades de natureza t&eacute;cnica que permitam a avalia&ccedil;&atilde;o da adequa&ccedil;&atilde;o aos par&acirc;metros estabelecidos pelo poder p&uacute;blico;</p> <p> <strong>VII</strong>- fomentar a cultura de seguran&ccedil;a de barragens e gest&atilde;o de riscos.</p> <p> <strong>CAP&Iacute;TULO III</strong></p> <p> <strong>DOS FUNDAMENTOS E DA FISCALIZA&Ccedil;&Atilde;O </strong></p> <p> <strong>Art. 4o</strong>&nbsp; S&atilde;o fundamentos da Pol&iacute;tica Nacional de Seguran&ccedil;a de Barragens (PNSB):</p> <p> <strong>I -</strong>a seguran&ccedil;a de uma barragem deve ser considerada nas suas fases de planejamento, projeto, constru&ccedil;&atilde;o, primeiro enchimento e primeiro vertimento, opera&ccedil;&atilde;o, desativa&ccedil;&atilde;o e de usos futuros;</p> <p> <strong>II -</strong>a popula&ccedil;&atilde;o deve ser informada e estimulada a participar, direta ou indiretamente, das a&ccedil;&otilde;es preventivas e emergenciais;</p> <p> <strong>III -</strong>o empreendedor &eacute; o respons&aacute;vel legal pela seguran&ccedil;a da barragem, cabendo-lhe o desenvolvimento de a&ccedil;&otilde;es para garanti-la;</p> <p> <strong>IV -</strong>a promo&ccedil;&atilde;o de mecanismos de participa&ccedil;&atilde;o e controle social;</p> <p> <strong>V -</strong>a seguran&ccedil;a de uma barragem influi diretamente na sua sustentabilidade e no alcance de seus potenciais efeitos sociais e ambientais.</p> <p> <strong>Art. 5o</strong>&nbsp; A fiscaliza&ccedil;&atilde;o da seguran&ccedil;a de barragens caber&aacute;, sem preju&iacute;zo das a&ccedil;&otilde;es fiscalizat&oacute;rias dos &oacute;rg&atilde;os ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama):</p> <p> <strong>I -</strong>&agrave; entidade que outorgou o direito de uso dos recursos h&iacute;dricos, observado o dom&iacute;nio do corpo h&iacute;drico, quando o objeto for de acumula&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua, exceto para fins de aproveitamento hidrel&eacute;trico;</p> <p> <strong>II -</strong>&agrave; entidade que concedeu ou autorizou o uso do potencial hidr&aacute;ulico, quando se tratar de uso preponderante para fins de gera&ccedil;&atilde;o hidrel&eacute;trica;</p> <p> <strong>III -</strong>&agrave; entidade outorgante de direitos miner&aacute;rios para fins de disposi&ccedil;&atilde;o final ou tempor&aacute;ria de rejeitos;</p> <p> <strong>IV -</strong>&agrave; entidade que forneceu a licen&ccedil;a ambiental de instala&ccedil;&atilde;o e opera&ccedil;&atilde;o para fins de disposi&ccedil;&atilde;o de res&iacute;duos industriais.</p> <p> <strong>CAP&Iacute;TULO IV</strong></p> <p> <strong>DOS INSTRUMENTOS </strong></p> <p> <strong>Art. 6o</strong>&nbsp; S&atilde;o instrumentos da Pol&iacute;tica Nacional de Seguran&ccedil;a de Barragens (PNSB):</p> <p> <strong>I -</strong>o sistema de classifica&ccedil;&atilde;o de barragens por categoria de risco e por dano potencial associado;</p> <p> <strong>II -</strong>o Plano de Seguran&ccedil;a de Barragem;</p> <p> <strong>III -</strong>o Sistema Nacional de Informa&ccedil;&otilde;es sobre Seguran&ccedil;a de Barragens (SNISB);</p> <p> <strong>IV -</strong>o Sistema Nacional de Informa&ccedil;&otilde;es sobre o Meio Ambiente (Sinima);</p> <p> <strong>V -</strong>o Cadastro T&eacute;cnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;</p> <p> <strong>VI -</strong>o Cadastro T&eacute;cnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais;</p> <p> <strong>VII -</strong>o Relat&oacute;rio de Seguran&ccedil;a de Barragens.</p> <p> <em>Se&ccedil;&atilde;o I</em></p> <p> <em>Da Classifica&ccedil;&atilde;o </em></p> <p> <em>Art. 7o</em>&nbsp; As barragens ser&atilde;o classificadas pelos agentes fiscalizadores, por categoria de risco, por dano potencial associado e pelo seu volume, com base em crit&eacute;rios gerais estabelecidos pelo Conselho Nacional de Recursos H&iacute;dricos (CNRH).</p> <p> <strong>&sect; 1o</strong>&nbsp; A classifica&ccedil;&atilde;o por categoria de risco em alto, m&eacute;dio ou baixo ser&aacute; feita em fun&ccedil;&atilde;o das caracter&iacute;sticas t&eacute;cnicas, do estado de conserva&ccedil;&atilde;o do empreendimento e do atendimento ao Plano de Seguran&ccedil;a da Barragem.</p> <p> <strong>&sect; 2o</strong>&nbsp; A classifica&ccedil;&atilde;o por categoria de dano potencial associado &agrave; barragem em alto, m&eacute;dio ou baixo ser&aacute; feita em fun&ccedil;&atilde;o do potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos econ&ocirc;micos, sociais e ambientais decorrentes da ruptura da barragem.</p> <p> <strong>Se&ccedil;&atilde;o II</strong></p> <p> <strong>Do Plano de Seguran&ccedil;a da Barragem </strong></p> <p> <strong>Art. 8o&nbsp; </strong>O Plano de Seguran&ccedil;a da Barragem deve compreender, no m&iacute;nimo, as seguintes informa&ccedil;&otilde;es:</p> <p> <strong>I -</strong>identifica&ccedil;&atilde;o do empreendedor;</p> <p> <strong>II -</strong>dados t&eacute;cnicos referentes &agrave; implanta&ccedil;&atilde;o do empreendimento, inclusive, no caso de empreendimentos constru&iacute;dos ap&oacute;s a promulga&ccedil;&atilde;o desta Lei, do projeto como constru&iacute;do, bem como aqueles necess&aacute;rios para a opera&ccedil;&atilde;o e manuten&ccedil;&atilde;o da barragem;</p> <p> <strong>III -</strong>estrutura organizacional e qualifica&ccedil;&atilde;o t&eacute;cnica dos profissionais da equipe de seguran&ccedil;a da barragem;</p> <p> <strong>IV -</strong>manuais de procedimentos dos roteiros de inspe&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a e de monitoramento e relat&oacute;rios de seguran&ccedil;a da barragem;</p> <p> <strong>V -</strong>regra operacional dos dispositivos de descarga da barragem;</p> <p> <strong>VI -</strong>indica&ccedil;&atilde;o da &aacute;rea do entorno das instala&ccedil;&otilde;es e seus respectivos acessos, a serem resguardados de quaisquer usos ou ocupa&ccedil;&otilde;es permanentes, exceto aqueles indispens&aacute;veis &agrave; manuten&ccedil;&atilde;o e &agrave; opera&ccedil;&atilde;o da barragem;</p> <p> <strong>VII - Plano de A&ccedil;&atilde;o de Emerg&ecirc;ncia (PAE),</strong>quando exigido;</p> <p> <strong>VIII </strong>- relat&oacute;rios das inspe&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a;</p> <p> <strong>IX </strong>- revis&otilde;es peri&oacute;dicas de seguran&ccedil;a.</p> <p> <strong>&sect; 1o</strong>&nbsp; A periodicidade de atualiza&ccedil;&atilde;o, a qualifica&ccedil;&atilde;o do respons&aacute;vel t&eacute;cnico, o conte&uacute;do m&iacute;nimo e o n&iacute;vel de detalhamento dos planos de seguran&ccedil;a dever&atilde;o ser estabelecidos pelo &oacute;rg&atilde;o fiscalizador.</p> <p> <strong>&sect; 2o</strong>&nbsp; As exig&ecirc;ncias indicadas nas inspe&ccedil;&otilde;es peri&oacute;dicas de seguran&ccedil;a da barragem dever&atilde;o ser contempladas nas atualiza&ccedil;&otilde;es do Plano de Seguran&ccedil;a.</p> <p> <strong>Art. 9o</strong>&nbsp; As inspe&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a regular e especial ter&atilde;o a sua periodicidade, a qualifica&ccedil;&atilde;o da equipe respons&aacute;vel, o conte&uacute;do m&iacute;nimo e o n&iacute;vel de detalhamento definidos pelo &oacute;rg&atilde;o fiscalizador em fun&ccedil;&atilde;o da categoria de risco e do dano potencial associado &agrave; barragem.</p> <p> <strong>&sect; 1o</strong>&nbsp; A inspe&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a regular ser&aacute; efetuada pela pr&oacute;pria equipe de seguran&ccedil;a da barragem, devendo o relat&oacute;rio resultante estar dispon&iacute;vel ao &oacute;rg&atilde;o fiscalizador e &agrave; sociedade civil.</p> <p> <strong>&sect; 2o</strong>&nbsp; A inspe&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a especial ser&aacute; elaborada, conforme orienta&ccedil;&atilde;o do &oacute;rg&atilde;o fiscalizador, por equipe multidisciplinar de especialistas, em fun&ccedil;&atilde;o da categoria de risco e do dano potencial associado &agrave; barragem, nas fases de constru&ccedil;&atilde;o, opera&ccedil;&atilde;o e desativa&ccedil;&atilde;o, devendo considerar as altera&ccedil;&otilde;es das condi&ccedil;&otilde;es a montante e a jusante da barragem.</p> <p> <strong>&sect; 3o</strong>&nbsp; Os relat&oacute;rios resultantes das inspe&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a devem indicar as a&ccedil;&otilde;es a serem adotadas pelo empreendedor para a manuten&ccedil;&atilde;o da seguran&ccedil;a da barragem.</p> <p> <strong>Art. 10.</strong>&nbsp; Dever&aacute; ser realizada Revis&atilde;o Peri&oacute;dica de Seguran&ccedil;a de Barragem com o objetivo de verificar o estado geral de seguran&ccedil;a da barragem, considerando o atual estado da arte para os crit&eacute;rios de projeto, a atualiza&ccedil;&atilde;o dos dados hidrol&oacute;gicos e as altera&ccedil;&otilde;es das condi&ccedil;&otilde;es a montante e a jusante da barragem.</p> <p> <strong>&sect; 1o</strong>&nbsp; A periodicidade, a qualifica&ccedil;&atilde;o t&eacute;cnica da equipe respons&aacute;vel, o conte&uacute;do m&iacute;nimo e o n&iacute;vel de detalhamento da revis&atilde;o peri&oacute;dica de seguran&ccedil;a ser&atilde;o estabelecidos pelo &oacute;rg&atilde;o fiscalizador em fun&ccedil;&atilde;o da categoria de risco e do dano potencial associado &agrave; barragem.</p> <p> <strong>&sect; 2o</strong>&nbsp; A Revis&atilde;o Peri&oacute;dica de Seguran&ccedil;a de Barragem deve indicar as a&ccedil;&otilde;es a serem adotadas pelo empreendedor para a manuten&ccedil;&atilde;o da seguran&ccedil;a da barragem, compreendendo, para tanto:</p> <p> <strong>I -</strong>o exame de toda a documenta&ccedil;&atilde;o da barragem, em particular dos relat&oacute;rios de inspe&ccedil;&atilde;o;</p> <p> <strong>II -</strong>o exame dos procedimentos de manuten&ccedil;&atilde;o e opera&ccedil;&atilde;o adotados pelo empreendedor;</p> <p> <strong>III -</strong>a an&aacute;lise comparativa do desempenho da barragem em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s revis&otilde;es efetuadas anteriormente.</p> <p> <strong>Art. 11.</strong>&nbsp; O &oacute;rg&atilde;o fiscalizador poder&aacute; determinar a elabora&ccedil;&atilde;o de PAE em fun&ccedil;&atilde;o da categoria de risco e do dano potencial associado &agrave; barragem, devendo exigi-lo sempre para a barragem classificada como de dano potencial associado alto.</p> <p> <strong>Art. 12</strong>.&nbsp; O PAE estabelecer&aacute; as a&ccedil;&otilde;es a serem executadas pelo empreendedor da barragem em caso de situa&ccedil;&atilde;o de emerg&ecirc;ncia, bem como identificar&aacute; os agentes a serem notificados dessa ocorr&ecirc;ncia, devendo contemplar, pelo menos:</p> <p> <strong>I -</strong>identifica&ccedil;&atilde;o e an&aacute;lise das poss&iacute;veis situa&ccedil;&otilde;es de emerg&ecirc;ncia;</p> <p> <strong>II </strong>- procedimentos para identifica&ccedil;&atilde;o e notifica&ccedil;&atilde;o de mau funcionamento ou de condi&ccedil;&otilde;es potenciais de ruptura da barragem;</p> <p> <strong>III -</strong>procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situa&ccedil;&otilde;es de emerg&ecirc;ncia, com indica&ccedil;&atilde;o do respons&aacute;vel pela a&ccedil;&atilde;o;</p> <p> <strong>IV -</strong>estrat&eacute;gia e meio de divulga&ccedil;&atilde;o e alerta para as comunidades potencialmente afetadas em situa&ccedil;&atilde;o de emerg&ecirc;ncia.</p> <p> <strong>Par&aacute;grafo &uacute;nico.</strong>&nbsp; O PAE deve estar dispon&iacute;vel no empreendimento e nas prefeituras envolvidas, bem como ser encaminhado &agrave;s autoridades competentes e aos organismos de defesa civil.</p> <p> <strong>Se&ccedil;&atilde;o III</strong></p> <p> <strong>Do Sistema Nacional de Informa&ccedil;&otilde;es sobre Seguran&ccedil;a de Barragens (SNISB) </strong></p> <p> <strong>Art. 13.</strong>&nbsp; &Eacute; institu&iacute;do o Sistema Nacional de Informa&ccedil;&otilde;es sobre Seguran&ccedil;a de Barragens (SNISB), para registro informatizado das condi&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a de barragens em todo o territ&oacute;rio nacional.</p> <p> <strong>Par&aacute;grafo &uacute;nico.</strong>&nbsp; O SNISB compreender&aacute; um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recupera&ccedil;&atilde;o de suas informa&ccedil;&otilde;es, devendo contemplar barragens em constru&ccedil;&atilde;o, em opera&ccedil;&atilde;o e desativadas.</p> <p> <strong>Art. 14.</strong>&nbsp; S&atilde;o princ&iacute;pios b&aacute;sicos para o funcionamento do SNISB:</p> <p> <strong>I -</strong>descentraliza&ccedil;&atilde;o da obten&ccedil;&atilde;o e produ&ccedil;&atilde;o de dados e informa&ccedil;&otilde;es;</p> <p> <strong>II </strong>- coordena&ccedil;&atilde;o unificada do sistema;</p> <p> <strong>III </strong>- acesso a dados e informa&ccedil;&otilde;es garantido a toda a sociedade.</p> <p> <strong>Se&ccedil;&atilde;o IV</strong></p> <p> <strong>Da Educa&ccedil;&atilde;o e da Comunica&ccedil;&atilde;o </strong></p> <p> <strong>Art. 15.</strong>&nbsp; A PNSB dever&aacute; estabelecer programa de educa&ccedil;&atilde;o e de comunica&ccedil;&atilde;o sobre seguran&ccedil;a de barragem, com o objetivo de conscientizar a sociedade da import&acirc;ncia da seguran&ccedil;a de barragens, o qual contemplar&aacute; as seguintes medidas:</p> <p> <strong>I -</strong>apoio e promo&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&otilde;es descentralizadas para conscientiza&ccedil;&atilde;o e desenvolvimento de conhecimento sobre seguran&ccedil;a de barragens;</p> <p> <strong>II -</strong>elabora&ccedil;&atilde;o de material did&aacute;tico;</p> <p> <strong>III </strong>- manuten&ccedil;&atilde;o de sistema de divulga&ccedil;&atilde;o sobre a seguran&ccedil;a das barragens sob sua jurisdi&ccedil;&atilde;o;</p> <p> <strong>IV -</strong>promo&ccedil;&atilde;o de parcerias com institui&ccedil;&otilde;es de ensino, pesquisa e associa&ccedil;&otilde;es t&eacute;cnicas relacionadas &agrave; engenharia de barragens e &aacute;reas afins;</p> <p> <strong>V -</strong>disponibiliza&ccedil;&atilde;o anual do Relat&oacute;rio de Seguran&ccedil;a de Barragens.</p> <p> <strong>CAP&Iacute;TULO V</strong></p> <p> <strong>DAS COMPET&Ecirc;NCIAS </strong></p> <p> <strong>Art. 16.</strong>&nbsp; O &oacute;rg&atilde;o fiscalizador, no &acirc;mbito de suas atribui&ccedil;&otilde;es legais, &eacute; obrigado a:</p> <p> <strong>I -</strong>manter cadastro das barragens sob sua jurisdi&ccedil;&atilde;o, com identifica&ccedil;&atilde;o dos empreendedores, para fins de incorpora&ccedil;&atilde;o ao SNISB;</p> <p> <strong>II -</strong>exigir do empreendedor a anota&ccedil;&atilde;o de responsabilidade t&eacute;cnica, por profissional habilitado pelo Sistema Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) / Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), dos estudos, planos, projetos, constru&ccedil;&atilde;o, fiscaliza&ccedil;&atilde;o e demais relat&oacute;rios citados nesta Lei;</p> <p> <strong>III -</strong>exigir do empreendedor o cumprimento das recomenda&ccedil;&otilde;es contidas nos relat&oacute;rios de inspe&ccedil;&atilde;o e revis&atilde;o peri&oacute;dica de seguran&ccedil;a;</p> <p> <strong>IV -</strong>articular-se com outros &oacute;rg&atilde;os envolvidos com a implanta&ccedil;&atilde;o e a opera&ccedil;&atilde;o de barragens no &acirc;mbito da bacia hidrogr&aacute;fica;</p> <p> <strong>V -</strong>exigir do empreendedor o cadastramento e a atualiza&ccedil;&atilde;o das informa&ccedil;&otilde;es relativas &agrave; barragem no SNISB.</p> <p> <strong>&sect; 1o</strong>&nbsp; O &oacute;rg&atilde;o fiscalizador dever&aacute; informar imediatamente &agrave; Ag&ecirc;ncia Nacional de &Aacute;guas (ANA) e ao Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec) qualquer n&atilde;o conformidade que implique risco imediato &agrave; seguran&ccedil;a ou qualquer acidente ocorrido nas barragens sob sua jurisdi&ccedil;&atilde;o.</p> <p> <strong>&sect; 2o</strong>&nbsp; O &oacute;rg&atilde;o fiscalizador dever&aacute; implantar o cadastro das barragens a que alude o inciso I no prazo m&aacute;ximo de 2 (dois) anos, a partir da data de publica&ccedil;&atilde;o desta Lei.</p> <p> <strong>Art. 17.&nbsp; O empreendedor da barragem obriga-se a:</strong></p> <p> <strong>I -</strong>prover os recursos necess&aacute;rios &agrave; garantia da seguran&ccedil;a da barragem;</p> <p> <strong>II </strong>- providenciar, para novos empreendimentos, a elabora&ccedil;&atilde;o do projeto final como constru&iacute;do;</p> <p> <strong>III -</strong>organizar e manter em bom estado de conserva&ccedil;&atilde;o as informa&ccedil;&otilde;es e a documenta&ccedil;&atilde;o referentes ao projeto, &agrave; constru&ccedil;&atilde;o, &agrave; opera&ccedil;&atilde;o, &agrave; manuten&ccedil;&atilde;o, &agrave; seguran&ccedil;a e, quando couber, &agrave; desativa&ccedil;&atilde;o da barragem;</p> <p> <strong>IV </strong>- informar ao respectivo &oacute;rg&atilde;o fiscalizador qualquer altera&ccedil;&atilde;o que possa acarretar redu&ccedil;&atilde;o da capacidade de descarga da barragem ou que possa comprometer a sua seguran&ccedil;a;</p> <p> <strong>V -</strong>manter servi&ccedil;o especializado em seguran&ccedil;a de barragem, conforme estabelecido no Plano de Seguran&ccedil;a da Barragem;</p> <p> <strong>VI -</strong>permitir o acesso irrestrito do &oacute;rg&atilde;o fiscalizador e dos &oacute;rg&atilde;os integrantes do Sindec ao local da barragem e &agrave; sua documenta&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a;</p> <p> <strong>VII </strong>- providenciar a elabora&ccedil;&atilde;o e a atualiza&ccedil;&atilde;o do Plano de Seguran&ccedil;a da Barragem, observadas as recomenda&ccedil;&otilde;es das inspe&ccedil;&otilde;es e as revis&otilde;es peri&oacute;dicas de seguran&ccedil;a;</p> <p> <strong>VIII </strong>- realizar as inspe&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a previstas no art. 9o desta Lei;</p> <p> <strong>IX -</strong>elaborar as revis&otilde;es peri&oacute;dicas de seguran&ccedil;a;</p> <p> <strong>X -</strong>elaborar o PAE, quando exigido;</p> <p> <strong>XI </strong>- manter registros dos n&iacute;veis dos reservat&oacute;rios, com a respectiva correspond&ecirc;ncia em volume armazenado, bem como das caracter&iacute;sticas qu&iacute;micas e f&iacute;sicas do fluido armazenado, conforme estabelecido pelo &oacute;rg&atilde;o fiscalizador;</p> <p> <strong>XII </strong>- manter registros dos n&iacute;veis de contamina&ccedil;&atilde;o do solo e do len&ccedil;ol fre&aacute;tico na &aacute;rea de influ&ecirc;ncia do reservat&oacute;rio, conforme estabelecido pelo &oacute;rg&atilde;o fiscalizador;</p> <p> <strong>XIII </strong>- cadastrar e manter atualizadas as informa&ccedil;&otilde;es relativas &agrave; barragem no SNISB.</p> <p> <strong>Par&aacute;grafo &uacute;nico.</strong>&nbsp; Para reservat&oacute;rios de aproveitamento hidrel&eacute;trico, a altera&ccedil;&atilde;o de que trata o inciso IV tamb&eacute;m dever&aacute; ser informada ao Operador Nacional do Sistema El&eacute;trico (ONS).</p> <p> <strong>CAP&Iacute;TULO VI</strong></p> <p> <strong>DISPOSI&Ccedil;&Otilde;ES FINAIS E TRANSIT&Oacute;RIAS </strong></p> <p> <strong>Art. 18.</strong>&nbsp; A barragem que n&atilde;o atender aos requisitos de seguran&ccedil;a nos termos da legisla&ccedil;&atilde;o pertinente dever&aacute; ser recuperada ou desativada pelo seu empreendedor, que dever&aacute; comunicar ao &oacute;rg&atilde;o fiscalizador as provid&ecirc;ncias adotadas.</p> <p> <strong>&sect; 1o</strong>&nbsp; A recupera&ccedil;&atilde;o ou a desativa&ccedil;&atilde;o da barragem dever&aacute; ser objeto de projeto espec&iacute;fico.</p> <p> <strong>&sect; 2o</strong>&nbsp; Na eventualidade de omiss&atilde;o ou ina&ccedil;&atilde;o do empreendedor, o &oacute;rg&atilde;o fiscalizador poder&aacute; tomar medidas com vistas &agrave; minimiza&ccedil;&atilde;o de riscos e de danos potenciais associados &agrave; seguran&ccedil;a da barragem, devendo os custos dessa a&ccedil;&atilde;o ser ressarcidos pelo empreendedor.</p> <p> <strong>Art. 19</strong>.&nbsp; Os empreendedores de barragens enquadradas no par&aacute;grafo &uacute;nico do art. 1o ter&atilde;o prazo de 2 (dois) anos, contado a partir da publica&ccedil;&atilde;o desta Lei, para submeter &agrave; aprova&ccedil;&atilde;o dos &oacute;rg&atilde;os fiscalizadores o relat&oacute;rio especificando as a&ccedil;&otilde;es e o cronograma para a implanta&ccedil;&atilde;o do Plano de Seguran&ccedil;a da Barragem.</p> <p> Par&aacute;grafo &uacute;nico.&nbsp; Ap&oacute;s o recebimento do relat&oacute;rio de que trata o caput, os &oacute;rg&atilde;os fiscalizadores ter&atilde;o prazo de at&eacute; 1 (um) ano para se pronunciarem.</p> <p> <strong>Art. 20.</strong>&nbsp; O art. 35 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos XI, XII e XIII:</p> <p> &ldquo;Art. 35</p> <p> <strong>XI -</strong>zelar pela implementa&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;tica Nacional de Seguran&ccedil;a de Barragens (PNSB);</p> <p> <strong>XII </strong>- estabelecer diretrizes para implementa&ccedil;&atilde;o da PNSB, aplica&ccedil;&atilde;o de seus instrumentos e atua&ccedil;&atilde;o do Sistema Nacional de Informa&ccedil;&otilde;es sobre Seguran&ccedil;a de Barragens (SNISB);</p> <p> <strong>XIII </strong>- apreciar o Relat&oacute;rio de Seguran&ccedil;a de Barragens, fazendo, se necess&aacute;rio, recomenda&ccedil;&otilde;es para melhoria da seguran&ccedil;a das obras, bem como encaminh&aacute;-lo ao Congresso Nacional.&rdquo; (NR)</p> <p> <strong>Art. 21.</strong>&nbsp; O caput do art. 4o da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos XX, XXI e XXII:</p> <p> &ldquo;Art. 4o&nbsp;</p> <p> <strong>XX -</strong>organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informa&ccedil;&otilde;es sobre Seguran&ccedil;a de Barragens (SNISB);</p> <p> <strong>XXI -</strong>promover a articula&ccedil;&atilde;o entre os &oacute;rg&atilde;os fiscalizadores de barragens;</p> <p> <strong>XXII </strong>- coordenar a elabora&ccedil;&atilde;o do Relat&oacute;rio de Seguran&ccedil;a de Barragens e encaminh&aacute;-lo, anualmente, ao Conselho Nacional de Recursos H&iacute;dricos (CNRH), de forma consolidada.</p> <p> .&rdquo; (NR)</p> <p> <strong>Art. 22.</strong>&nbsp; O descumprimento dos dispositivos desta Lei sujeita os infratores &agrave;s penalidades estabelecidas na legisla&ccedil;&atilde;o pertinente.</p> <p> <strong>Art. 23.</strong>&nbsp; Esta Lei entra em vigor na data de sua publica&ccedil;&atilde;o.</p> <p> <em>Bras&iacute;lia,&nbsp; 20&nbsp; de setembro de 2010; 189o da Independ&ecirc;ncia e 122o da Rep&uacute;blica.</em></p> <p style="text-align: center;"> <strong><em>Luiz In&aacute;cio Lula da Silva - Presidente da Rep&uacute;blica</em></strong></p>

Bom Dia Online- Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.

by Mediaplus