Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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30/05/2018 09h13

Em cartaz o "Eucalipto": Mocinho ou bandido

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<p> Dando continuidade &agrave; mat&eacute;ria sobre a &aacute;rvore da pol&ecirc;mica, o Tribuna do Piracicaba &ndash; A Voz do Rio, vem ouvindo as vers&otilde;es sobre o eucalipto.</p> <p> A s&eacute;rie de mat&eacute;rias se fez necess&aacute;ria devido a cr&iacute;tica que in&uacute;meros propriet&aacute;rios rurais e sitiantes v&ecirc;m fazendo &agrave; &aacute;rvore, que segundo eles, a seca dos cursos d&acute;&aacute;gua em suas propriedades s&atilde;o causadas por essa esp&eacute;cie.</p> <p> <strong>Madeira na sociedade</strong></p> <p> A sociedade necessita de produtos de base florestal para sua sobreviv&ecirc;ncia e conforto. At&eacute; pouco tempo, a necessidade de madeira era suprida quase que exclusivamente por meio das florestas nativas.&nbsp; O plantio de eucalipto &eacute; uma solu&ccedil;&atilde;o para diminuir a press&atilde;o sobre as florestas nativas, viabilizando a produ&ccedil;&atilde;o de madeira para atender &agrave;s necessidades da sociedade em bases sustent&aacute;veis. Um hectare de floresta plantada de eucalipto produz a mesma quantidade de madeira que 30 hectares de florestas tropicais nativas. &Aacute;rvore da maior import&acirc;ncia, presente nos cinco continentes e em todos os estados brasileiros, o eucalipto possui grande capacidade de adapta&ccedil;&atilde;o, r&aacute;pido crescimento, produtividade e in&uacute;meras aplica&ccedil;&otilde;es em diferentes setores. Um hectare de eucalipto consome 10 toneladas de carbono da atmosfera por ano, contribuindo para a diminui&ccedil;&atilde;o da polui&ccedil;&atilde;o, o aquecimento global e combatendo o efeito estufa.</p> <p> <strong>&Aacute;rvore completa</strong></p> <p> Do eucalipto tudo se aproveita. Das folhas, extraem-se &oacute;leos e ess&ecirc;ncias utilizadas em produtos de limpeza e aliment&iacute;cios, em perfumes e at&eacute; em rem&eacute;dios. A casca oferece tanino, usado para curtir o couro, o tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para minas, mastros para barco, t&aacute;buas para embalagens e m&oacute;veis. Sua fibra &eacute; utilizada como mat&eacute;ria-prima para fabrica&ccedil;&atilde;o de papel e celulose.</p> <p> &nbsp;</p> <p> <strong>Consumo de &aacute;gua</strong></p> <p> Estudos realizados pelo Instituto FNP, em 2005, revelaram que o eucalipto &eacute; mais rent&aacute;vel que a pecu&aacute;ria de corte, a cana, a soja e o milho. Estudos da Universidade Federal de Vi&ccedil;osa constatam que o eucalipto consome menos &aacute;gua que muitas plantas. Para se obter 1 kg de madeira, o eucalipto consome 350 litros de &aacute;gua, enquanto para se obter 1 kg de batata, a planta consome 2.000 litros de &aacute;gua. Para a mesma quantidade de milho, cana de a&ccedil;&uacute;car e cerrado, s&atilde;o necess&aacute;rios 1.000, 500 e 2.500 litros de &aacute;gua respectivamente. A implanta&ccedil;&atilde;o de monoculturas &eacute; um dos pontos que merecem a aten&ccedil;&atilde;o da sociedade. Caf&eacute;, soja, cana-de-a&ccedil;&uacute;car, pastagens, eucalipto ou qualquer outra cultura que seja feita sem crit&eacute;rios ambientais &eacute; extremamente prejudicial ao meio ambiente e ao homem. No entanto, todos os produtos resultantes desses cultivos s&atilde;o fundamentais &agrave; sociedade.</p> <p> <strong>Rela&ccedil;&atilde;o eucalipto &ndash; meio ambiente</strong></p> <p> No caso do eucalipto, v&aacute;rios s&atilde;o os procedimentos adotados para integrar as plantas ao meio ambiente natural, mantendo ou aumentando a biodiversidade das &aacute;reas plantadas, por meio de planejamento t&eacute;cnico, estabelecimento de corredores de vegeta&ccedil;&atilde;o natural para movimenta&ccedil;&atilde;o da fauna, plantio de enriquecimento nas &aacute;reas de preserva&ccedil;&atilde;o e da ado&ccedil;&atilde;o de pr&aacute;ticas que garantam a sustentabilidade do sistema.</p> <p> Nas propriedades destinadas ao cultivo do eucalipto s&atilde;o mantidas matas nativas para compor &aacute;reas de reserva legal. As nascentes tamb&eacute;m s&atilde;o protegidas. Em estudos realizados nas &aacute;reas da Cenibra foram encontradas mais de 300 esp&eacute;cies de plantas convivendo com plantios de eucalipto, o que demonstra, claramente, n&atilde;o haver inibi&ccedil;&atilde;o da germina&ccedil;&atilde;o de outras plantas nas &aacute;reas cultivadas. Essas &aacute;reas protegem e fornecem alimentos para a fauna silvestre, entre outras fun&ccedil;&otilde;es. Al&eacute;m disso, a fauna silvestre utiliza as &aacute;reas de plantio de eucalipto para a constru&ccedil;&atilde;o de ninhos, locomo&ccedil;&atilde;o e alimenta&ccedil;&atilde;o. Planta&ccedil;&otilde;es florestais n&atilde;o podem ter sua biodiversidade comparada com a das florestas nativas, &agrave;s quais n&atilde;o visam substituir. Proporcionam madeira e produtos n&atilde;o madeireiros para os mais diversos usos, diminuindo a press&atilde;o sobre as florestas nativas, colaborando para a fixa&ccedil;&atilde;o do homem no campo e dinamizando a economia. Parcela consider&aacute;vel dos plantios comerciais &eacute; realizada por produtores rurais, via fomento. S&atilde;o as florestas sociais que geram circula&ccedil;&atilde;o de riquezas, desconcentra&ccedil;&atilde;o fundi&aacute;ria, multiplica&ccedil;&atilde;o de oportunidades e sustentabilidade da atividade florestal.</p> <p> <strong>Crise h&iacute;drica</strong></p> <p> A ONU considera &ldquo;escassez de &aacute;gua&rdquo; a disponibilidade de menos de mil metros c&uacute;bicos anuais de &aacute;gua doce para cada pessoa. Essa medida p&otilde;e cerca de metade da popula&ccedil;&atilde;o mundial em pa&iacute;ses com escassez de &aacute;gua (ONU, 2010). De acordo com ANA (Ag&ecirc;ncia Nacional de &Aacute;gua, (2014) o Brasil possui, em termos gerais, uma grande oferta h&iacute;drica). Por outro lado, tamb&eacute;m possui uma diferen&ccedil;a significativa entre suas regi&otilde;es hidrogr&aacute;ficas no que diz respeito &agrave; oferta e &agrave; demanda de &aacute;gua. Nesse contexto, enquanto bacias localizadas em &aacute;reas com uma combina&ccedil;&atilde;o de baixa disponibilidade e grande utiliza&ccedil;&atilde;o dos recursos h&iacute;dricos podem enfrentar situa&ccedil;&otilde;es de escassez e estresse h&iacute;drico, outras se encontram em situa&ccedil;&atilde;o confort&aacute;vel, com o recurso em abund&acirc;ncia.</p> <p> &Eacute; fundamental que todos possam compreender que a solu&ccedil;&atilde;o deve <strike>ser</strike> ocorrer a partir de a&ccedil;&otilde;es efetivas, parcerias s&eacute;rias, no sentido de readequar o uso dos recursos h&iacute;dricos na sociedade (por empresas e institui&ccedil;&otilde;es e pessoas) e sua devida recupera&ccedil;&atilde;o e preserva&ccedil;&atilde;o.</p>

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