02/03/2018 06h35
Entrevista com a produtora cultural - Samira Lima
Entrevista com a produtora cultural - Samira Lima
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Para que possamos entender o ambiente artístico em que estamos inseridos, o MEDIOPIRA vai entrevistar alguns produtores de eventos de diversas cidades para que os amigos músicos possam ter a visão do outro lado, de quem contrata e produz. E pra começar vamos falar com a produtora carioca SAMIRA LIMA. Quer dizer, carioca no momento, pois essa moça é nômade. Já residiu e produziu bastante em João Monlevade. Hoje ela desenvolve um projeto muito interessante no rio e tá levando esse projeto pra outras cidades. Mas vamos à entrevista</p>
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- Samira Lima, como é que foi essa transição, de João Monlevade para o Rio de Janeiro? O choque cultural deve ter sido muito profundo...</p>
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Já estou a 9 anos aqui no Rio, o que senti realmente foi a dimensão, sai de uma cidade pequena para uma grande metrópole, mas os problemas e dificuldades são iguais.</p>
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- Quais foram as suas principais dificuldades pra sedimentar seu trabalho no Rio?</p>
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A concorrência, são muitos produtores, e muitos artistas que produzem e muito bem.</p>
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- Como está o cenário musical do Rio de Janeiro hoje? Tem muitos espaços para o pessoal tocar? O pessoal tá conseguindo sobreviver e ganhar algum dinheiro?</p>
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Vamos lá, a grande verdade não vejo mudanças. Como estou numa grande cidade, os problemas acabam sendo maiores e a concorrência também. O RJ recebe artistas de todo Brasil e de fora e insisto na concorrência, muitas vezes desleal. Quando digo desleal, falo nos espaços para tocar. Onde existe a concorrência existe também um pouco de desvalorização por parte dos contratantes, ai entra também a questão do sobreviver. O Rio é um caldeirão de artistas a procura de uma oportunidade e enquanto não chega, muitos se submetem a cachês baixos para poder sobreviver, e quando digo baixo, é baixo mesmo!!!</p>
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- O que os contratantes esperam dos artistas hoje em dia? Quais as exigências deles na hora de contratar shows?</p>
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Estamos falando do artista independente, que vai tocar num barzinho. Nesse caso eles exigem um vasto repertório com músicas que estão na moda, no mínimo 3 a 4 horas de cantoria e tem locais que oferecem o cachê de R$ 150,00, o que pra mim é surreal, mas tem artistas que precisam desse valor e se submetem. É a lei da sobrevivência. No caso de shows autorais ou artistas em início de carreira, não existe contratantes. Existe produzir um show, locar o local ou trabalhar com couvert artístico e alguns casos não chega a ser 100% para o artista.</p>
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- Você no momento está desenvolvendo um projeto muito interessante no Rio. Fale-nos um pouco sobre esse projeto.</p>
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No meio da crise econômica e minha sede por projetos culturais hoje faço a produção da FAI: Feira de Artes Integradas que tem como objetivo aproximar a arte e cultura da população, em meio a um ambiente descontraído e divertido. Um espaço aberto a literatura, artes cênicas e visuais, fotografias, música, artesanato, produtos orgânicos e toda forma de cultura. que une empreendedores e artistas</p>
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- O artista mineiro tem boa aceitação no rio ou a música mineira tá meio fora de moda?</p>
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Ah! Música é música, se tocou na alma está na moda!</p>
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- O que tem de mais diferente da sua experiência do Rio para a sua fase de João Monlevade? É mais fácil conseguir patrocínios no Rio?</p>
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Muito mais difícil conseguir apoio em cidades grandes.</p>
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- No Rio tem espaço para todos os tipos de música ou tá tudo dominado pelo sertanejo e funk como aqui em Minas?</p>
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O sertanejo e funk dominaram o Brasil, é a música da moda, é a música da balada, mas sempre tem espaço para a boa música em qualquer local.</p>
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- O que você acha dos artistas mineiros, principalmente do Médio Piracicaba?</p>
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Tem ótimos artistas. Tenho muita saudade do Médio Piracicaba, ando conversando muito com Carla Lisboa (produtora e ativista cultural, já produzimos muito juntas, é minha amiga), para tocarmos algo na região, principalmente em João Monlevade, para comemorarmos 10 anos do nosso primeiro projeto na cidade.</p>
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- Você está empresariando novos artistas no momento? Fale-nos desses trabalhos.</p>
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Bom, que fique claro, não sou empresária, sou produtora cultural e artística. Passei um ano sem produzir artistas. Mas vem novidade ai a partir de abril. Vou lançar uma turnê de uma grande artista e também produzir dois novos. Fiquem atentos!!!!</p>
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- Você teria disposição para conhecer novos trabalhos dos artistas da região e encaminhar esses trabalhos para o mercado carioca?</p>
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Sempre, mas fica uma dica: que cada artista faça seu nome na sua cidade, na sua região, invista numa boa produção, trabalhe sua identidade visual, não se iluda com grandes nomes que aparecem e só oferecendo serviços, enfim...</p>
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- Deixe os seus contatos, site e mídias sociais para que o pessoal possa interagir com vc, encaminhar material, contratar shows, etc...</p>
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Samira Lima 21 990109758 (whatsapp) samiralima.fai@gmail.com @fai.arte @faiprodutora</p>