Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

notícias

23/02/2018 09h11

Apocalipse do Rock

Apocalipse do Rock

Compartilhe
<p style="text-align: justify;"> Essa semana surpreendeu o mundo a not&iacute;cia sobre a terr&iacute;vel situa&ccedil;&atilde;o financeira da Gibson. A meninada simplesmente parou de comprar guitarras. E o que isso significa? Que o rock est&aacute; agonizando mesmo. Vive do passado.</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>Mas o que aconteceu?</strong></p> <p style="text-align: justify;"> Reproduzo aqui um texto do roqueiro curitibano F&aacute;bio Elias, que fez sucesso nos anos 80/90 com sua banda RELESP&Uacute;BLICA. &quot; O rock parou de contestar a sociedade, suas regras e desviou do caminho da liberdade de express&atilde;o e de indignar-se, provocando a esperada mudan&ccedil;a de comportamento. N&atilde;o tem mais peso no discurso revolucion&aacute;rio e transformador. Ficou preso nele mesmo e nos seus pr&oacute;prios clich&ecirc;s, virou pastiche e mais do mesmo. Kurt Cobain foi a &uacute;ltima voz rebelde, mas tirou a pr&oacute;pria vida, desiludido e acovardado diante dos seus sonhos e problemas. O jovem n&atilde;o se identifica mais com esse estilo de vida. Hoje um garoto de 15 anos n&atilde;o sonha mais em mudar o mundo com uma guitarra e uma letra gritando com o cora&ccedil;&atilde;o na boca e sim com um celular na m&atilde;o e um milh&atilde;o de seguidores sem sair de casa. O movimento dos inconformados que vinha das ruas deu espa&ccedil;o para a comodidade virtual do bom mocismo conformado e inerte da droga viciante da internet. N&atilde;o se v&ecirc; mais tribos urbanas espalhadas pela urbe, cada vez mais abandonada e sem agita&ccedil;&atilde;o. Ningu&eacute;m se encontra pra trocar ideias e ideais. A luta agora &eacute; por defesa de opini&otilde;es individuais e sem unidade. E o Rock n&atilde;o fala disso. Fala de liberdade, com jovens buscando espa&ccedil;o para serem vistos e ouvidos como agentes transformadores, clamando por um mundo sem as divis&otilde;es, barreiras e conven&ccedil;&otilde;es t&atilde;o comuns nos dias de hoje. Falta coragem e &iacute;mpeto nos cora&ccedil;&otilde;es e mentes dessa gera&ccedil;&atilde;o. Posso soar como um idiota que n&atilde;o viu que o mundo mudou, mas n&atilde;o era esse o mundo que eu sonhei encontrar. Acho que a culpa &eacute; da minha gera&ccedil;&atilde;o que n&atilde;o sabia onde estava nem onde ia chegar. Demos um tiro na boca e calamos nossa voz. Que tiro foi esse?&quot;</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>&nbsp;Freud explica</strong></p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;Penso que existe uma raz&atilde;o sexual tamb&eacute;m. Muitos, mas muitos m&uacute;sicos mesmo entravam nas bandas pra pegar as meninas da &eacute;poca. O guitarrista empunhava sua guitarra como se fosse um org&atilde;o sexual em riste e se exibia pras mo&ccedil;oilas e n&atilde;o raramente conseguiam seu intento. Havia um fetiche e uma fantasia vida louca que atraia e conferia realmente um &quot;sex appeal&quot; aos guitarristas.</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>&nbsp;Guitarristas de hoje</strong></p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;Salvo rar&iacute;ssimas exce&ccedil;&otilde;es, tem de se conformar em ser coadjuvantes em bandas sertanejas. At&eacute; o ax&eacute; t&aacute; meio fora de moda.</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>&nbsp;O neg&oacute;cio hoje &eacute; ser MC</strong></p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;Os her&oacute;is da m&uacute;sica hoje s&atilde;o os MCs. Rapidamente conseguem centenas de milhares de seguidores. Os caras n&atilde;o precisam saber tocar nada. Precisam de um bon&eacute; bacana, umas tatuagens misturando romantismo e profana&ccedil;&atilde;o de s&iacute;mbolos e preferencialmente, serem magros, esqu&aacute;lidos mas com barriga tanquinho. E pra cantar, m&uacute;sicas que repetem mais ou menos as mesmas frases: &quot;e quica, e quica, vai descendo at&eacute; o ch&atilde;o, ousando com algumas pimentas de obscenidades.</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>&nbsp;E as guitarras?</strong></p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;Daqui a pouco chegar&atilde;o no patamar dos violinos, instrumentos ex&oacute;ticos para algumas funcionalidades. E o rock, vai figurar entre os ritmos que j&aacute; foram preponderantes mas ca&iacute;ram no desuso, como o bolero, o tango, a valsa, o foxtrot, a salsa, o fricote, as marchinhas...</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>&nbsp;V&eacute;i tamb&eacute;m &eacute; gente</strong></p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;Existe uma gera&ccedil;&atilde;o inteira que ainda ama o velho e bom rock and roll. Por isso haver&aacute; sobrevida. E n&oacute;s que somos &quot;v&eacute;ios&quot; continuaremos fazendo e promovendo o rock. Quem sabe n&atilde;o consigamos acord&aacute;-lo da quase morte?</p>

Bom Dia Online- Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.

by Mediaplus