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09/02/2018 09h31

Cade aprova compra da Votorantim pela ArcelorMittal

Cade aprova compra da Votorantim pela ArcelorMittal

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<p style="text-align: justify;"> <strong>Geral - </strong>O plen&aacute;rio do Conselho Administrativo de Defesa Econ&ocirc;mica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (7), por quatro votos a dois, a compra da Votorantim Siderurgia pela ArcelorMittal Brasil. A fus&atilde;o foi condicionada &agrave; celebra&ccedil;&atilde;o de Acordo em Controle de Concentra&ccedil;&otilde;es (ACC) que comporta a aplica&ccedil;&atilde;o de rem&eacute;dios estruturais e comportamentais propostos pela relatora Polyanna Vilanova, que assumiu o caso em novembro do ano passado.</p> <p style="text-align: justify;"> Em um voto no qual prezou pelas tecnicidades do setor sider&uacute;rgico, a conselheira avaliou que a opera&ccedil;&atilde;o gera preocupa&ccedil;&otilde;es em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; alta probabilidade de concentra&ccedil;&atilde;o em nove mercados ligados &agrave; fabrica&ccedil;&atilde;o e comercializa&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;os longos comuns: perfis leves, perfis m&eacute;dios, fio-m&aacute;quina comum, vergalh&otilde;es CA-60, telas eletrosoldadas, arame recozido, treli&ccedil;as, vergalh&otilde;es e compra de sucata.</p> <p style="text-align: justify;"> Vilanova tamb&eacute;m destacou que a entrada e a rivalidade de concorrentes n&atilde;o se mostraram suficientes para contestar eventual exerc&iacute;cio de poder pela empresa resultante do ato de concentra&ccedil;&atilde;o. O cen&aacute;rio seria o mesmo avaliado pela Superintend&ecirc;ncia-Geral e pelo Departamento de Estudos Econ&ocirc;micos do Cade. A primeira recomendou a reprova&ccedil;&atilde;o, j&aacute; o segundo avaliou que os rem&eacute;dios propostos n&atilde;o seriam suficientes para dirimir os riscos ao mercado.</p> <p style="text-align: justify;"> Contudo, seguindo o relato de advogados que participaram da s&eacute;rie de reuni&otilde;es que antecederam o julgamento, a relatora verificou que um conjunto de medidas a serem seguidas pela ArcelorMittal Brasil poderia levar &agrave; mitiga&ccedil;&atilde;o dos problemas decorrentes da opera&ccedil;&atilde;o.</p> <p style="text-align: justify;"> &ldquo;O ACC contempla todas as preocupa&ccedil;&otilde;es concorrenciais aventadas ao longo da instru&ccedil;&atilde;o da presente opera&ccedil;&atilde;o. O acordo foi elaborado considerando tr&ecirc;s obriga&ccedil;&otilde;es principais, a fim de preservar as condi&ccedil;&otilde;es de concorr&ecirc;ncia nos mercados relevantes impactados direta e indiretamente pela opera&ccedil;&atilde;o&rdquo;, afirmou Polyanna Vilanova.</p> <p style="text-align: justify;"> Com isso, a conselheira prop&ocirc;s, como rem&eacute;dios estruturais, o desinvestimento de dois conjuntos de ativos. O primeiro pacote diz respeito &agrave; produ&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;os longos comuns laminados e trefilados, que deve ser vendido a um adquirente &uacute;nico, sem qualquer participa&ccedil;&atilde;o societ&aacute;ria relacionada, direta ou indiretamente, &agrave;s requerentes ou seus aos respectivos grupos econ&ocirc;micos.</p> <p style="text-align: justify;"> J&aacute; o segundo pacote &eacute; relativo ao mercado de trefila&ccedil;&atilde;o e fio-m&aacute;quina. Ele deve ser ofertado a um adquirente &uacute;nico, distinto daquele que comprar o primeiro pacote de ativos, que tamb&eacute;m n&atilde;o poder&aacute; ter participa&ccedil;&atilde;o societ&aacute;ria relacionada &agrave;s requerentes ou aos grupos econ&ocirc;micos da qual fazem parte. Para ambos os casos, as empresas adquirentes devem apresentar higidez financeira e capacidade administrativa, e n&atilde;o podem ter mais de 20% de participa&ccedil;&atilde;o nos mercados correspondentes aos pacotes.</p> <p style="text-align: justify;"> Em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; medida comportamental, o ACC prev&ecirc; um &ldquo;Compromisso de Performance&rdquo; com volumes m&iacute;nimos anuais de venda, cujos termos s&atilde;o de acesso restrito &agrave;s partes.</p> <p style="text-align: justify;"> Polyanna Vilanova n&atilde;o chegou a detalhar os pacotes de ativos a serem vendidos, mas o conselheiro Jo&atilde;o Paulo de Resende, que abriu a diverg&ecirc;ncia, revelou que nas tratativas foram apontadas a aliena&ccedil;&atilde;o da planta de a&ccedil;os longos de Cariacica (ES), a transfer&ecirc;ncia do contrato de arrendamento da planta de Ita&uacute;na (MG), e a aliena&ccedil;&atilde;o de duas trefiladeiras, todas da ArcelorMittal.</p> <p style="text-align: justify;"> Resende destacou que a proposta representa cerca de um ter&ccedil;o do total de ativos adquiridos pela ArcelorMittal Brasil, mas que os rem&eacute;dios n&atilde;o teriam levado em conta a capacidade de produ&ccedil;&atilde;o das plantas. Isso porque, segundo ele, a usina de Cariacica, por exemplo, tem operado no m&aacute;ximo com 65% de sua capacidade instalada por quest&otilde;es ambientais.</p> <p style="text-align: justify;"> &ldquo;Se verificarmos a capacidade das plantas, a empresa adquirente n&atilde;o poderia atingir os n&iacute;veis de produ&ccedil;&atilde;o da Votorantim em tr&ecirc;s mercados, especialmente a de Cariacica. As produ&ccedil;&otilde;es de vergalh&otilde;es e fio-m&aacute;quina ficariam aqu&eacute;m. A Simec n&atilde;o conseguiria produzir o suficiente, seria 30% a menos, coisa de 800 mil toneladas. &Eacute; prov&aacute;vel que uma nova rival chegue a no m&aacute;ximo 50% da capacidade que a Votorantim tinha nos &uacute;ltimos anos. A Simec estaria, portanto, no limite de sua capacidade. Do ponto de vista financeiro, ela &eacute; uma empresa s&oacute;lida e estabelecida, mas tem bem menos incentivos para uma briga, especialmente com a Gerdau&rdquo;, avaliou o conselheiro.</p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"> Empresas</p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"> Pelo acordo, a Votorantim Siderurgia passar&aacute; a ser uma subsidi&aacute;ria da ArcelorMittal Brasil. Em contrapartida, a Votorantim passar&aacute; a deter uma participa&ccedil;&atilde;o minorit&aacute;ria de 2,99% do capital da ArcelorMittal Brasil, o que corresponder&aacute; a 15% de participa&ccedil;&atilde;o no neg&oacute;cio de a&ccedil;os longos da sider&uacute;rgica no pa&iacute;s. Tamb&eacute;m foi acertado que a Votorantim Siderurgia n&atilde;o deter&aacute; qualquer direito econ&ocirc;mico ou pol&iacute;tico sobre a divis&atilde;o de a&ccedil;os planos da ArcelorMittal, ou sobre quaisquer outras divis&otilde;es da ArcelorMittal, j&aacute; existentes ou que venham a existir em algum momento futuro, sendo a opera&ccedil;&atilde;o restrita ao neg&oacute;cio de a&ccedil;os longos.</p> <p style="text-align: justify;"> Segundo as empresas, a combina&ccedil;&atilde;o dos neg&oacute;cios resultar&aacute; em um produtor de a&ccedil;os longos com capacidade anual de produ&ccedil;&atilde;o de 5,6 milh&otilde;es de toneladas de a&ccedil;o bruto e de 5,4 milh&otilde;es de toneladas de laminados.</p>

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