Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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04/01/2018 15h22

Sistema Prisional de Minas Gerais lidera ranking nacional com o maior percentual de presos trabalhando

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<p> O Levantamento Penitenci&aacute;rio Nacional realizado pelo Departamento Penitenci&aacute;rio Nacional (Depen) do Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a apontou Minas Gerais como o estado com o maior percentual de presos trabalhando em compara&ccedil;&atilde;o com as demais unidades da Federa&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> S&atilde;o 18.889 presos trabalhando nas unidades prisionais de Minas, o que representa no total de 68.354 homens e mulheres em cumprimento de pena um percentual de 30% da popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria do Estado. Depois de Minas Gerais est&atilde;o os Estados do Mato Grosso do Sul (25%) e do Rio Grande do Sul (24%).<br /> <br /> Para o secret&aacute;rio de Estado de <a href="http://www.seap.mg.gov.br" target="_blank">Administra&ccedil;&atilde;o Prisional</a>, Francisco Kupidlowski, a posi&ccedil;&atilde;o de Minas Gerais nesse ranking nacional representa o esfor&ccedil;o e a dedica&ccedil;&atilde;o dos servidores em prol da ressocializa&ccedil;&atilde;o dos presos.<br /> <br /> &ldquo;Dar chances &agrave;s pessoas privadas de liberdade &eacute; um jogo em que todos vencem. E, do nosso ponto de vista, &eacute; um ganho muito grande, tanto para o preso, que aprende um novo of&iacute;cio e obt&eacute;m uma possibilidade real de reinser&ccedil;&atilde;o social, quanto para a sociedade que tamb&eacute;m colhe muitos frutos desse trabalho, pois devolvemos a ela um indiv&iacute;duo apto ao conv&iacute;vio social&rdquo;, enfatiza Kupidlowski.<br /> <br /> A Lei de Execu&ccedil;&atilde;o Penal, criada em 1984, prev&ecirc; a obrigatoriedade do trabalho somente para os presos condenados. No Sistema Prisional mineiro o n&uacute;mero de presos condenados gira em torno de 33 mil. Neste sentido, Minas possui mais de 50% de presos aptos para o trabalho desenvolvendo algum tipo de atividade laboral.</p> <p> <br /> De acordo com o secret&aacute;rio da Seap,&nbsp;o objetivo &eacute; ampliar ainda mais esse n&uacute;mero em 2018. &ldquo;A minha gest&atilde;o atua sob tr&ecirc;s pilares: Seguran&ccedil;a, valoriza&ccedil;&atilde;o profissional e humaniza&ccedil;&atilde;o do atendimento dispensado ao preso. Seguindo essas diretrizes, a nossa meta para 2018 &eacute; ampliar o n&uacute;mero de parcerias com entes p&uacute;blicos e empresas privadas para aumentar o n&uacute;mero de vagas de trabalho no Sistema Prisional&rdquo;, afirma.<br /> <br /> Atualmente, a Seap conta com 417 parcerias de trabalho com prefeituras, institui&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas e empresas privadas. Nas atividades externas de limpeza e manuten&ccedil;&atilde;o de pra&ccedil;as, avenidas e c&oacute;rregos s&atilde;o quase 300 presos em mais de 65 parcerias com o Poder Executivo de munic&iacute;pios da Zona da Mata, Vale do Rio Doce, Mucuri, Tri&acirc;ngulo, Sul, Norte, Noroeste, Oeste, Metropolitana e Central.<br /> <br /> Nas atividades produtivas os presos t&ecirc;m direito &agrave; remi&ccedil;&atilde;o de pena. Para cada tr&ecirc;s dias de trabalho, um a menos na condena&ccedil;&atilde;o; e a remunera&ccedil;&atilde;o &eacute; de &frac34; do sal&aacute;rio m&iacute;nimo. Eles devem estar no regime semiaberto e ser aprovados pela Comiss&atilde;o T&eacute;cnica de Classifica&ccedil;&atilde;o (CTC), que &eacute; uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da unidade prisional, das &aacute;reas de seguran&ccedil;a, jur&iacute;dica, sa&uacute;de e psicossocial.<br /> <br /> A CTC tem um papel primordial no ranking nacional conquistado pelo Estado de Minas Gerais, pois somente com a avalia&ccedil;&atilde;o dos diversos profissionais que acompanham de perto os detentos, nos seus diversos aspectos, &eacute; poss&iacute;vel encaminh&aacute;-los para o trabalho e saber em qual tipo de atividade o preso pode ser inserido.<br /> <br /> Dentre as diversas atividades laborais realizadas pelos detentos destacam-se a limpeza urbana e combate &agrave; dengue; produ&ccedil;&atilde;o de hortali&ccedil;as e legumes, que s&atilde;o doados para institui&ccedil;&otilde;es de caridade e assistenciais; confec&ccedil;&atilde;o de uniformes e chinelos usados no Sistema Prisional; transforma&ccedil;&atilde;o de bicicletas usadas em cadeiras de rodas, e uma variada produ&ccedil;&atilde;o industrial como, por exemplo, pe&ccedil;as eletr&ocirc;nicas, bolsas, blocos de concreto, m&oacute;veis e fabrica&ccedil;&atilde;o de aquecedor solar.<br /> <br /> Para a subsecret&aacute;ria de Humaniza&ccedil;&atilde;o do Atendimento, Em&iacute;lia Castilho, o lugar ocupado por Minas Gerais no ranking nacional de presos trabalhando &eacute; o indicativo de que a Seap est&aacute; no caminho certo. &ldquo;Nosso Estado destaca-se tanto no aspecto da seguran&ccedil;a quanto nas metas de ressocializa&ccedil;&atilde;o&rdquo;, afirma a subsecret&aacute;ria.<br /> <br /> Uma parte do trabalho de presos em Minas Gerais tamb&eacute;m representa uma economia para os cofres p&uacute;blicos, na medida em que algumas unidades s&atilde;o respons&aacute;veis pela fabrica&ccedil;&atilde;o de uniformes e chinelos. No ano passado, a economia gerada para o Estado com a fabrica&ccedil;&atilde;o desses itens, em compara&ccedil;&atilde;o com os pre&ccedil;os de mercado, foi de R$ 2.225.713,90. O principal fator de redu&ccedil;&atilde;o do pre&ccedil;o de cada pe&ccedil;a est&aacute; na m&atilde;o de obra. Os presos recebem por produ&ccedil;&atilde;o: um custo consideravelmente mais baixo do que o de um empregado com carteira de trabalho assinada.<br /> <br /> O subsecret&aacute;rio de Gest&atilde;o Administrativa, Log&iacute;stica e Tecnologia, Wilson Gomes, destaca outras vantagens da produ&ccedil;&atilde;o de itens essenciais para os presos, como a agilidade na aquisi&ccedil;&atilde;o e redu&ccedil;&atilde;o dos custos de transporte, porque &eacute; feito pela Seap.&nbsp;<br /> <br /> &ldquo;Essas atividades produtivas v&atilde;o muito al&eacute;m da economia para o Estado. O maior valor agregado est&aacute; no investimento social para a vida dos sentenciados e dos familiares. Significa investir na qualidade do cumprimento da pena, em sa&uacute;de f&iacute;sica e mental, e ainda na forma&ccedil;&atilde;o de m&atilde;o de obra especializada&rdquo;, lembra o subsecret&aacute;rio.<br /> <br /> Cinco cidades fazem parte do circuito industrial respons&aacute;vel pela redu&ccedil;&atilde;o de custos do Estado: Itajub&aacute;, Pouso Alegre, Caxambu, Formiga, Uberl&acirc;ndia e Muria&eacute;. Quase todo o material &eacute; enviado para o Almoxarifado Central, em Belo Horizonte, e distribu&iacute;do para as unidades prisionais da Seap. As cinco primeiras s&atilde;o respons&aacute;veis pela produ&ccedil;&atilde;o de uniformes. E Muria&eacute;, pela produ&ccedil;&atilde;o de chinelos.<br /> <br /> Nos galp&otilde;es de trabalho dessas unidades, a &uacute;nica forma de identificar que os &ldquo;funcion&aacute;rios&rdquo; cumprem pena judicial &eacute; o fato de vestirem o uniforme da Seap, pois o ambiente &eacute; de uma f&aacute;brica: linha de produ&ccedil;&atilde;o com divis&atilde;o de tarefas, barulho somente das m&aacute;quinas, concentra&ccedil;&atilde;o e um supervisor de qualidade atento aos acabamentos e metas.<br /> <br /> O Diretor de trabalho e Produ&ccedil;&atilde;o da Subsecretaria de Humaniza&ccedil;&atilde;o do Atendimento, Felipe Sim&otilde;es, ressalta que al&eacute;m das vantagens financeiras que as empresas parceiras recebem (Pagamento m&iacute;nimo de &frac34; do sal&aacute;rio m&iacute;nimo, isen&ccedil;&atilde;o das obriga&ccedil;&otilde;es trabalhistas, isen&ccedil;&atilde;o de custos relativos a alugu&eacute;is, IPTU, transporte e seguran&ccedil;a) elas t&ecirc;m um enorme ganho subjetivo que &eacute; ter uma m&atilde;o de obra mais empenhada, focada e produtiva.<br /> <br /> <strong>Responsabilidade social<br /> <br /> </strong>&Eacute; poss&iacute;vel encontrar planta&ccedil;&otilde;es de alface, couve, almeir&atilde;o, quiabo, batata-doce, r&uacute;cula, ab&oacute;bora, beterraba e diversos outros produtos agr&iacute;colas em &aacute;reas de seguran&ccedil;a de unidades prisionais ou at&eacute; mesmo em terrenos vizinhos, emprestados por prefeituras ou empres&aacute;rios. O destino desses alimentos &eacute; certo: entidades e institui&ccedil;&otilde;es assistenciais. A m&atilde;o de obra nessas &aacute;reas tamb&eacute;m &eacute; de presos, e faz parte do n&uacute;mero divulgado no Levantamento Nacional do Depen.<br /> <br /> O superintendente de Trabalho e Ensino, Guilherme Augusto Lima, ressalta a import&acirc;ncia dos Agentes de Seguran&ccedil;a Penitenci&aacute;rios e do pessoal administrativo nas atividades laborais dos presos.<br /> <br /> &ldquo;Todos os servidores t&ecirc;m um papel essencial na ressocializa&ccedil;&atilde;o, em especial os Agentes de Seguran&ccedil;a Penitenci&aacute;rios respons&aacute;veis por tornar fact&iacute;vel a implementa&ccedil;&atilde;o de pol&iacute;ticas de ressocializa&ccedil;&atilde;o nas unidades prisionais. Sem eles n&atilde;o seria poss&iacute;vel realizar nenhum tipo de trabalho&rdquo;, observa Lima.<br /> <br /> O Pres&iacute;dio Ant&ocirc;nio Dutra Ladeira, em Ribeir&atilde;o das Neves, &eacute; uma das unidades prisionais produtoras de legumes e verduras. Uma equipe de 15 presos cultiva e colhe, por m&ecirc;s, aproximadamente 1.200 quilos de legumes e verduras que s&atilde;o destinados ao Banco de Alimentos da cidade e &agrave; Associa&ccedil;&atilde;o de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Ribeir&atilde;o das Neves.<br /> <br /> &nbsp;<strong>Destaque Nacional<br /> <br /> </strong>O Levantamento est&aacute; dispon&iacute;vel no site do Departamento Penitenci&aacute;rio Nacional (<a href="http://www.justica.gov.br/">http://www.justica.gov.br</a>) e apresenta um panorama da situa&ccedil;&atilde;o do Sistema Prisional Brasileiro, como n&uacute;mero de presos, d&eacute;ficit de vagas, estabelecimentos por tipo de destina&ccedil;&atilde;o, perfil da popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria, gest&atilde;o de servi&ccedil;os penais, recursos humanos e outros.<br /> <br /> O Departamento Penitenci&aacute;rio Nacional (Depen) &eacute; &oacute;rg&atilde;o subordinado ao Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, respons&aacute;vel por acompanhar a aplica&ccedil;&atilde;o das normas de execu&ccedil;&atilde;o penal em todo o territ&oacute;rio nacional, auxiliar tecnicamente os estados e Distrito Federal, gerir os recursos do Fundo Penitenci&aacute;rio Nacional, al&eacute;m de outras atribui&ccedil;&otilde;es.</p>

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