Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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22/12/2017 08h52

Raio X da m?sica

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<p style="text-align: justify;"> Reclama&ccedil;&otilde;es e lam&uacute;rias de nada adiantam. Reclamar que a juventude n&atilde;o est&aacute; querendo saber do rock ou MPB &eacute; perda de tempo. A juventude &eacute; ecl&eacute;tica. Vai frequentar as tribos que quiser, beber das fontes que quiser, sem intermedia&ccedil;&atilde;o de ningu&eacute;m.</p> <p style="text-align: justify;"> A m&uacute;sica n&atilde;o &eacute; mais &quot;a la carte&quot;. &Eacute; self-service. As pessoas podem escolher no imenso menu oferecido pelos youtubes e spoftys da vida. A turma do &quot;antigamente &eacute; que era bom&quot; vive dizendo que a turma de hoje n&atilde;o tem gosto. Que bobagem!</p> <p style="text-align: justify;"> Cada &eacute;poca tem suas m&uacute;sicas da moda. Quando o ax&eacute; apareceu sensualizando tudo, muita gente torceu o nariz. Como pode uma m&uacute;sica t&atilde;o vulgar assim, com tantas bundas e peitos ocupando os espa&ccedil;os? O povo dizia: esse tal de ax&eacute; n&atilde;o tem conte&uacute;do, n&atilde;o tem poesia, s&oacute; tem essa dan&ccedil;a maliciosa e essas letras de baixo cal&atilde;o. Mas o povo caiu no swing e barbarizou geral.</p> <p style="text-align: justify;"> Antes a juventude j&aacute; tinha ido &agrave; onda do rock Brasil, que era dan&ccedil;ante, bom pras baladas da &eacute;poca e tamb&eacute;m tinha muito sexo e divers&atilde;o. As m&uacute;sicas dos tit&atilde;s, paralamas e Legi&atilde;o tocavam nos bailes. O rock Brasil foi muito popular. Depois vieram o sertanejo, o pagode e mais recentemente o funk, g&ecirc;neros ainda mais populares, instantaneamente assimilados pela massa. A&iacute; vem os puristas reclamar que das 100 m&uacute;sicas mais executadas no pa&iacute;s, 90 s&atilde;o sertanejas, 8 funks e duas s&atilde;o pop.</p> <p style="text-align: justify;"> Mas... a artista mais bem sucedida do pa&iacute;s hoje &eacute; Anitta, que come&ccedil;ou como funkeira, mas flerta com grandes artistas pop do planeta e transita em g&ecirc;neros como reggaton, funk americano, zouk e claro, com o funk. Ali&aacute;s, seu &uacute;ltimo clip rec&eacute;m-lan&ccedil;ado &eacute; um funk muito bem tramado sob o ponto de vista do marketing. Primeiro por que a ambienta&ccedil;&atilde;o &eacute; toda com cen&aacute;rios de periferia, uma realidade bem carioca e espelho das periferias do Brasil.</p> <p style="text-align: justify;"> Achei genial a jogada de celulite expl&iacute;cita no in&iacute;cio do clipe. A autoestima da celuliteiras foi l&aacute; em cima. Isso vende. Quanto a m&uacute;sica, nada demais. Na verdade, um lixo. Mas um lixinho rico. Nunca antes na hist&oacute;ria do pa&iacute;s tivemos uma artista com tamanho apetite pop. Isso sem falar no sucesso da cantora Pablo Vittar (&eacute; muito engra&ccedil;ado cham&aacute;-lo de cantora, mas &eacute; assim que vem sendo tratadoa).&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"> Mas voltando ao assunto rock, h&aacute; algum tempo publiquei que tinha ficado gag&aacute;, uma m&uacute;sica caduca, de velhos. O rock brochou. Do slogan, sexo, drogas e rock and roll, muito pouco sobrou. A galera que nova que faz rock parece que tem vergonha de ser pop e prefere falar de depress&atilde;o e de pol&iacute;tica. Parece que encaretou tamb&eacute;m. Nada de experi&ecirc;ncias sensoriais e de comportamento politicamente incorreto.</p> <p style="text-align: justify;"> Ficou tudo comportado, alternativo, pouco festivo. Por isso bandas como Rolling Stones, ACDC, Beatles ainda continuam veneradas. N&atilde;o tinham vergonha de ser pop. At&eacute; a turma mais nova continua curtindo. Com a MPB aconteceu algo semelhante. Foi o estilo preponderante principalmente durante a ditadura e no inicio da redemocratiza&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s. Mas a turma daquela &eacute;poca erigiu toda a sua obra naquela &eacute;poca e os que vieram depois, n&atilde;o tiveram a mesma emp&aacute;fia e capacidade de populariza&ccedil;&atilde;o. Al&eacute;m do mais, &eacute; um g&ecirc;nero pouco interativo, feito pra fazer refletir e pensar, mas n&atilde;o pra dan&ccedil;ar. &Eacute; um estilo mais adequado para teatro e n&atilde;o para grandes bailes populares e shows ao ar livre. Ali&aacute;s, talvez ai esteja o &oacute; do borogod&oacute;, o ponto de disrup&ccedil;&atilde;o das fases anteriores da m&uacute;sica e da vivenciada hoje: a intera&ccedil;&atilde;o. Num show sertanejo ou mesmo de funk, o p&uacute;blico deixa de ser apenas plateia para se transformar quase em protagonista dos shows, dan&ccedil;ando e interagindo com os artistas.</p> <p style="text-align: justify;"> A atitude &eacute; outra. Pois &eacute;. Mas falei, falei, falei e a conclus&atilde;o? Deixo as conclus&otilde;es para voc&ecirc;s, caros leitores. Agrade&ccedil;o a todos pela aten&ccedil;&atilde;o ao longo do ano. Em 2018 retornaremos com novas entrevistas com artistas do M&eacute;dio Piracicaba e repercutiremos os assuntos locais. Merda para todos...</p>

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