Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

notícias

06/11/2017 15h46

Em per?odo de chuvas, lama da Samarco "desperta" em leitos de rios

Compartilhe
<p> &Uacute;nica etapa totalmente conclu&iacute;da da reconstru&ccedil;&atilde;o e recupera&ccedil;&atilde;o ap&oacute;s o desastre, a conten&ccedil;&atilde;o da lama dentro de Fund&atilde;o &eacute; dada pelo Ibama como satisfat&oacute;ria. O problema permanece em conter aproximadamente a mesma quantidade de rejeito espalhada pelos leitos e margens dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce, de Bento Rodrigues at&eacute; a Hidroel&eacute;trica Risoleta Neves (Candonga). &Eacute; esse rejeito, estimados 10 milh&otilde;es de metros c&uacute;bicos, que continua a ser fonte de problemas para a Bacia do Rio Doce at&eacute; a foz em Reg&ecirc;ncia, no Esp&iacute;rito Santo.</p> <p> &mdash; H&aacute; &aacute;reas em que a natureza tenta voltar e a lama n&atilde;o deixa. O evento n&atilde;o est&aacute; controlado. Anualmente, com a esta&ccedil;&atilde;o chuvosa, que vai de novembro a abril, a lama desperta. Em 2016 e 2017 choveu muito pouco, o que somado a interven&ccedil;&otilde;es ajudou a melhorar a &aacute;gua. N&atilde;o sabemos como ser&aacute; daqui para frente, com as chuvas. At&eacute; que o rejeito n&atilde;o seja controlado, seja por remo&ccedil;&atilde;o ou estabiliza&ccedil;&atilde;o, ser&aacute; uma fonte de altera&ccedil;&otilde;es da &aacute;gua pela lama. Com as chuvas, ela volta a alterar a turbidez e o n&iacute;vel de sedimento na &aacute;gua dos rios &mdash; destaca Marcelo Belis&aacute;rio, superintendente do Ibama em Minas Gerais.</p> <p> A dragagem de Candonga, por exemplo, n&atilde;o terminou porque ainda chega rejeito trazido pelos rios. Em Candonga est&atilde;o outros cerca de 10 milh&otilde;es de metros c&uacute;bicos de lama de rejeito, a hidroel&eacute;trica foi fundamental para que o desastre n&atilde;o fosse ainda pior no Rio Doce. Segundo Belis&aacute;rio, para cada dez metros c&uacute;bicos de rejeito retirados de Candonga, sete acabam sendo repostos pelos rios.</p> <p> A usina est&aacute; sem operar desde o desastre. Para Belis&aacute;rio, sua volta &agrave; opera&ccedil;&atilde;o seria um s&iacute;mbolo de recupera&ccedil;&atilde;o, pois ela tem um papel social, paga impostos importantes para os munic&iacute;pios mineiros de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado. O reservat&oacute;rio de Candonga, por&eacute;m, se cumprido o cronograma, s&oacute; deve come&ccedil;ar a ser enchido em julho de 2018.</p> <p> O trecho cr&iacute;tico de cerca de 110 quil&ocirc;metros de lama de rejeito de Bento Rodrigues a Candonga n&atilde;o tem solu&ccedil;&atilde;o imediata. Cerca de 100 pequenos rios tribut&aacute;rios soterrados no desastre tamb&eacute;m recebem muitas interven&ccedil;&otilde;es, com diferentes n&iacute;veis de &ecirc;xito. A l&iacute;der de manejo de rejeitos da Funda&ccedil;&atilde;o Renova, Juliana Bedoya, encarregada desse trabalho, espera concluir a maior parte em cinco anos. A diretora de Desenvolvimento Institucional da Renova, Andrea Azevedo, &eacute; mais otimista e estima o prazo em tr&ecirc;s anos.</p> <p> Na maioria dos trechos, o rejeito ser&aacute; incorporado ao solo das margens ou deixado no leito dos rios. E se espera que vegeta&ccedil;&atilde;o plantada ou nativa que voltou por conta pr&oacute;pria o mantenha longe da &aacute;gua. A mesma fun&ccedil;&atilde;o t&ecirc;m barreiras de pedras e galhos nas margens. Por&eacute;m, em alguns pontos, o leito dos rios foi t&atilde;o alterado que a &uacute;nica solu&ccedil;&atilde;o &eacute; remover a lama, que neles chega a alcan&ccedil;ar cerca de tr&ecirc;s metros de espessura sob a &aacute;gua.</p> <p> Diferentes t&eacute;cnicas de remo&ccedil;&atilde;o e incorpora&ccedil;&atilde;o do rejeito s&atilde;o testadas numa &aacute;rea piloto em Camargos, entre os dois povoados devastados de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo. Ali, o leito do Gualaxo do Norte se tornou corredor para a onda de rejeito que chegou a 30 metros de altura e destruiu a PCH-Bicas, uma hidroel&eacute;trica de pequeno porte que contribu&iacute;a com a rede el&eacute;trica. Nessa &aacute;rea, a onda arrancou a mata ciliar a mais de 40 metros de dist&acirc;ncia do rio.</p> <p> Agora, s&atilde;o testadas ali t&eacute;cnicas de recupera&ccedil;&atilde;o da floresta sobre a lama coberta com o chamado solo de empr&eacute;stimo, trazido de outros pontos para criar uma cobertura f&eacute;rtil.</p> <p> Nesse trecho, o leito do Gualaxo do Norte a situa&ccedil;&atilde;o permanece cr&iacute;tica. Ilhas cinza e ocre de min&eacute;rio s&atilde;o fontes permanentes de lama e ter&atilde;o que ser removidas. Juliana Bedoya explica, no entanto, que esse trabalho s&oacute; poder&aacute; come&ccedil;ar em abril, ap&oacute;s o fim da esta&ccedil;&atilde;o chuvosa, que este ano na pr&aacute;tica ainda nem come&ccedil;ou e tem contribu&iacute;do para deixar a lama inerte. A chuva aumenta o fluxo dos rios e &ldquo;acorda&rdquo; a lama, que volta a se espalhar.</p> <p> &mdash; Temos um desastre de escala sem precedentes, o maior derrame do tipo no mundo. Ainda lutamos para controlar a lama no trecho mais impactado. H&aacute; muitas a&ccedil;&otilde;es em curso, muito trabalho sendo feito. Mas n&atilde;o existe ilus&atilde;o, custar&aacute; muitos anos e dinheiro &mdash; salienta Belis&aacute;rio.</p> <p style="text-align: right;"> <em>Fonte: O Globo</em></p>

Bom Dia Online- Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.

by Mediaplus