Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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23/10/2017 15h17

O conservadorismo no Brasil estava apenas adormecido

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<p> <span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 15pt;">Os protestos recentes contra diferentes formas de express&atilde;o de arte, a homoafetividade, o aborto, as defini&ccedil;&otilde;es de g&ecirc;nero e os movimentos feministas, dentre outras bandeiras progressistas da sociedade brasileira contempor&acirc;nea, deveriam causar surpresa mais pelas viol&ecirc;ncias f&iacute;sica e discursiva dos manifestantes, ambas assustadoras, do que pelo avan&ccedil;o propriamente dito da onda conservadora que varre o Pa&iacute;s. &ldquo;O conservadorismo &eacute; um tra&ccedil;o indel&eacute;vel da cultura brasileira&rdquo;, afirma o historiador e soci&oacute;logo Jorge Miklos, que tamb&eacute;m professor universit&aacute;rio, mestre em Ci&ecirc;ncias das Religi&otilde;es e doutor em comunica&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Muitos temem as agendas mais identificadas com mudan&ccedil;as e transforma&ccedil;&otilde;es sociais e culturais.&rdquo;</span></p> <p> <span style="font-size:15.0pt;font-family:&quot;Helvetica&quot;,&quot;sans-serif&quot;">As express&otilde;es de artes, principalmente aquelas confinadas em galerias e museus, embora atinjam um p&uacute;blico reduzido e de n&iacute;vel sociocultural acima da m&eacute;dia da popula&ccedil;&atilde;o, &eacute; o alvo da vez dos manifestantes conservadores pelo impacto que podem causar (e causaram) na sociedade e gerar visibilidade medi&aacute;tica. &ldquo;A arte costuma ser um espa&ccedil;o de experimenta&ccedil;&atilde;o e transgress&atilde;o. O artista busca na quebra de paradigmas expressar as suas ideias o que, por vezes, acaba chocando as mentes e motivando rea&ccedil;&otilde;es mais conservadoras&rdquo;, revela o professor.&nbsp;<o:p></o:p></span></p> <p> <span style="font-size:15.0pt;font-family:&quot;Helvetica&quot;,&quot;sans-serif&quot;">Miklos percebe nestas manifesta&ccedil;&otilde;es conservadoras um vi&eacute;s fortemente religioso, o que tamb&eacute;m, segundo ele, n&atilde;o deveria causar qualquer tipo de estranhamento. &ldquo;&Eacute; comum associar religi&otilde;es &agrave;s ondas de conservadorismo. No passado foi o catolicismo. No presente, os segmentos evang&eacute;licos, mais especificamente os neopentecostais, que se valem da Teologia da Prosperidade como ideologia e afirmam que o &lsquo;inimigo&rsquo; real, ou seja, o &lsquo;dem&ocirc;nio&rsquo;, est&aacute; nas agendas dos movimentos de defendem as bandeiras mais liberais da nossa sociedade&rdquo;, explica o professor.&nbsp;&nbsp;<o:p></o:p></span></p> <p> <span style="font-size:15.0pt;font-family:&quot;Helvetica&quot;,&quot;sans-serif&quot;">Esta onda conservadora e radical, que foi combatida pela ala mais liberal da sociedade, fez ressurgir das sombras as lembran&ccedil;as dos tempos assustadores da censura imposta pela ditadura militar, que mutilou a criatividade e aprisionou a liberdade de express&atilde;o durante os 21 anos em que vigorou no Pa&iacute;s. &ldquo;Vivemos o avan&ccedil;o de uma onda conservadora e um recuo dos movimentos mais progressistas identificados com reformas e revolu&ccedil;&otilde;es sociais&rdquo;, afirma<o:p></o:p></span></p> <p> <span style="font-size:15.0pt;font-family:&quot;Helvetica&quot;,&quot;sans-serif&quot;">Miklos. &ldquo;Este avan&ccedil;o e recuo &eacute; fruto do esp&iacute;rito do nosso tempo. Desde a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS, paira sobre o Ocidente um regresso conservador embalado por discursos do fim da hist&oacute;ria, do neoliberalismo, Este clima impacta muito a religi&atilde;o,&rdquo; acrescenta.<o:p></o:p></span></p>

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