25/03/2017 19h42
E se o rio secar? O Piracicaba pede socorro
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O rio Piracicaba nasce a 1.680 metros de altitude, em uma das vértices da serra do Caraça, no distrito de São Bartolomeu (Ouro Preto) percorrendo cerca de 240 km até desaguar no rio Doce, entre os municípios de Ipatinga e Timóteo.</p>
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Tem como principais afluentes o rio Santa Bárbara, rio Prata, rio Peixe e o rio Maquiné.</p>
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Seus principais afluentes são os rios Maquiné, Conceição, Una, Machado, Santa Bárbara, Turvo, Peixe e Prata. Além dos rios mais significativos, ao longo do seu curso, o rio Piracicaba recebe a descarga de dezenas de córregos e ribeirões.</p>
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Sua sub-bacia está inserida na bacia do rio Doce, contando com cerca de 6 mil km² e abrangendo 21 municípios, sendo eles: Alvinópolis, Antônio Dias, Barão de Cocais, Bela Vista de Minas, Bom Jesus do Amparo, Catas Altas, Coronel Fabriciano, Ipatinga, Itabira, Jaguaraçu, João Monlevade, Mariana, Marliéria, Nova Era, Ouro Preto, Rio Piracicaba, Santa Bárbara, Santana do Paraíso, São Domingos do Prata, São Gonçalo do Rio Abaixo, Timóteo.</p>
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Seu nome é de origem tupi-guarani e significa "lugar onde o peixe para", isso devido a suas várias quedas ao longo de seu percurso e que a maioria nem existe mais devido a ação do homem – seja com a construção de barragens e ou obras que acabaram por interferir em seu cruso.</p>
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A ocupação da região teve início no século XVIII, com a exploração de minerais pelos bandeirantes.</p>
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A população é estimada em cerca de 800 mil habitantes, sendo a maior parte residente em João Monlevade, Itabira ou na Região Metropolitana do Vale do Aço.</p>
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A bacia do Piracicaba abrange parte de duas unidades de conservação; a RPPN da Serra do Caraça e o Parque Estadual do Rio Doce, uma das principais reservas de Mata Atlântica do país.</p>
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Da área total da bacia, cerca de 30% são compostos de lavouras, cidades, minas e cursos d'água, enquanto que 25% são pastagens, em 25% há presença do reflorestamento com eucalipto, em 20% há capoeiras e em 0,2% encontra-se Mata Atlântica original.</p>
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<strong>Poluição e seus atores</strong></p>
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O rio e seus afluentes ao longo de muitos anos foram muito castigados pela poluição gerada por dejetos oriundos da atuação das indústrias locais, como a Cenibra (papel e celulose), Vale S.A. (antiga Companhia Vale do Rio Doce), Gerdau (em Barão de Cocais), Aperam South America (em Timóteo), ArcelorMittal Aços Longos (em João Monlevade) e Usiminas (em Ipatinga, além do esgoto doméstico.</p>
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Hoje, devido ao desmatamento desenfreado gerado pela ocupação humana e para formação de pastagens, à monocultura do eucalipto e ainda ao crescimento da indústria da mineração, o rio, antes caudaloso, se encontra em situação de risco eminente de seu leito secar, conforme já previram especialistas.</p>
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Caso não seja iniciada ações efetivas visando a recuperação de nascentes e matas ciliares, manutenção de áreas de recarga, eliminação de esgotos domésticos lançados diretamente nos cursos sem tratamento e ainda ampliada a fiscalização para redução de ações que geram carreamento de materiais sólidos assoreando os cursos d’água que compõem a bacia, o futuro do Piracicaba é trágico.</p>
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<strong>Por tudo isso o rio pede SOCORRO. </strong></p>