03/03/2017 09h21
Medio Pira - Raio X do carnaval 2017
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ESPONTÂNEO, PLANEJADO OU OS DOIS?</p>
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Tudo começou há poucos anos com muita rebeldia e irreverência. Pequenos blocos se organizaram e começaram a se fantasiar e fazer marchinhas ironizando o governo Lacerda. A administração que começava queria botar moral e proibia tudo. Mas acabou agindo segundo um velho ditado: se não pode vencê-los, junte-se a eles. De inimigo da folia, o município passou a apoiar, regulamentar e divulgar para os quatro ventos. O resultado é que BH hoje tem o terceiro maior carnaval do Brasil.</p>
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E AS CIDADES DO INTERIOR?</p>
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Já de cara perderam grande parte do público. Muitos alvinopolenses que sempre vão para Alvinópolis preferiram ficar em BH. Imagino que na maioria das cidades do Médio Piracicaba aconteceu fenômeno parecido. E a tendência para os próximos anos é que esse fluxo aumente, pois a fama está grande. Os prefeitos terão de rebolar para atrair públicos.</p>
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SEM DIVULGAR FICA DIFÍCIL</p>
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Teve Carnaval em São Gonçalo, em Bela Vista, Barão, Santa Bárbara, Alvinópolis, Dom Silvério, Rio Piracicaba, Catas Altas, em quase todas as cidades. Mas pelas observações que obtive, o público diminuiu na maioria. Também ninguém divulgou, ninguém anunciou. Achar que só as redes sociais resolvem é um erro. Os prefeitos não deixaram o povo sem folia, mas parece que foi só pra cumprir tabela. Monlevade e Itabira preferiram dormir ou exportar foliões.</p>
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ALVINÓPOLIS BOMBOU!</p>
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Em “Alvipa” o Carnaval foi ótimo. Blocos de tardinha e shows na praça à noite. O prefeito João Galo Índio cuidou pessoalmente de cada detalhe. O público foi menor do que a demanda presumida, mas ainda assim foi bem satisfatório. Houve muitos elogios. A estrutura montada na praça foi realmente muito boa. A segurança na cidade foi algo nunca visto, com câmeras de segurança pra todo lado. O único assalto ocorrido foi devidamente esclarecido pelas câmeras. Teve também um Carnaval para as crianças como há muito não se via com praça lotada, o Carnaval para o asilo dos velhinhos, da APAE, teve muita coisa bacana. Teve o monstruoso bloco PIRATAS, com seu estilo mad max, com imensas baterias de som automotivo e o povo atrás. Teve a bateria Colibri e a Charanga da Rua de Cima. Teve atrações para todo gosto.</p>
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CARNAVAL GERIÁTRICO?</p>
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Os shows na praça foram muito bem recebidos pela juventude e pelo povão. As bandas tocaram as músicas de sucesso do sertanejo, axé e funk. Os shows foram criticados pelos que tem a opinião de que sertanejo e funk não são músicas de carnaval. Deu muita polêmica nas redes sociais. Funk e sertanejo estão longe de ser meus gêneros preferidos. Mas será justo vetar músicas do gosto da juventude pra fazer prevalecer a tradição e o gosto musical de quem pensa dessa maneira? Os carnavais sempre absorveram os modismos. Desde sempre. Os carnavais se alimentam dos hits. Aconteceu com o axé um dia, também com o funk ou com o pagode. No carnaval baiano já teve até música clássica em trio elétrico e um dos blocos mais originais do carnal de BH, o Magnólia, desfila com JAZZ. Claro que tem de ter espaço para a tradição. Pode e deve ter espaço para os sambas e marchinhas. Mas sem que isso signifique vetar outros estilos. Fazer isso seria impedir os jovens de ouvir e curtir seu estilo de preferência. Eles vão preferir ir pular onde o ambiente lhes seja propício e teremos um carnaval Geriátrico.</p>
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E O CARNAVAL 2018?</p>
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Sinceramente, se os prefeitos não se mobilizarem, se não começarem a pensar em diferenciais e conforto para os turistas, se não investirem em divulgação, se os foliões não começaram a se organizar desde já, as cidades do interior correm o risco de perder cada vez mais foliões, turismo e renda para BH, que mais do que nunca virou capital do Carnaval.</p>