11/11/2016 09h27
Amigos, dessa vez o MEDIOPIRA entrevistou o multi tarefas WIR CAETANO
Amigos, dessa vez o MEDIOPIRA entrevistou o multi tarefas WIR CAETANO
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<span style="font-size: 12px;">Wir Caetano é artista, jornalista, letrista e outros istas que vão se revelando a medida que avança a escrita. O cara é poeta, esteta, fotógrafo, um homem turbilhão. Conheci o olhar scanner do sujeito quando ainda tocava no República e ia muito a Monlevade. O cara tem um olhar faiscante que não dá pra passar batido. Depois quanto estive em Monlevade a trabalho, também nos encontramos. Ele é minimalista e bravo pra chuchu. Ao mesmo tempo é doce, quase um guru, depositário de conhecimento e dotado de grande intuição artística. Mas vamos à entrevista.</span></p>
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MEDIOPIRA – Seu nome é Wir Caetano mesmo ou é nome artístico?</p>
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Sim, é Wir Caetano mesmo, como o “W” pronunciado como “U”: “Uir”. Existe a palavra “Wir” em alemão, com o significado de “nós”, mas meus pais nem sabiam disso e, em alemão, o “W” pronuncia-se como “V”</p>
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MEDIOPIRA – Como é que você se descobriu poeta ?</p>
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Faço poemas desde o início da adolescência e creio que contribuiu para isso o fato de que meu pai gostava muito de romances de cordel. Os contatos com a arte de certos poetas na escola também devem ter contribuído.</p>
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MEDIOPIRA – Como você definiria seu estilo de escrita?</p>
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Estilo? Não dá para definir. É produto de meu repertório, que envolve referências de campos diversos, como literatura, música, artes plásticas, cinema, coisas que sempre curti. Importa que procuro me manter sintonizado com a produção contemporânea. A arte está intimamente ligada a seu tempo, a linguagem tem historicidade.</p>
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MEDIOPIRA – O que você acha da música como mídia, como espaço para fruição poética?</p>
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Como todos sabemos, a música (popular) é uma manifestação que, principalmente no Brasil, tem uma presença muito forte em nossa sociedade, atualmente menos do que em outros tempos, mas ainda forte. E, assim sendo, diz muito dessa sociedade, de nossa cultura.</p>
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MEDIOPIRA – Você já fez um bocado de letras de música. O que você prefere: letrar uma melodia já existente ou dá liberdade para que o músico adapte?</p>
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Sim, faço letras também desde a adolescência. Minha primeira parceria foi ainda no colégio. Eu prefiro letrar melodia, acho que é melhor até para o músico, mas as duas alternativas funcionam. Se você faz a letra antes, é bom quando o parceiro consegue mantê-la do que jeito que você fez, mas, se tiver que mexer, a troca de ideias é bem-vinda.</p>
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MEDIOPIRA – Com quem vc já parceirou musicalmente?</p>
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Aqui em Monlevade, fiz várias parcerias com o Tó Vilela muitos anos atrás. Em BH, com Babilak Bah e Banda da Penha, se desconsiderar algumas parcerias dos tempos de faculdade.</p>
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MEDIOPIRA – Você já lançou um livro impresso. Acha que os livros tem vida longa ou serão engolidos pela evanescência da internet?</p>
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Na verdade, lancei dois: um de poemas, “Paixões e Atrofias”, em 1982, e outro de prosa de ficção, intitulado “Morte Porca”, de 2002. Acho que o livro terá vida longa, mas pode ser, sim, que outros formatos, como o digital com que já convivemos agora e outros que venham a surgir, se tornem predominantes. A história é assim mesmo, feita de mudanças, e nem sempre para pior.</p>
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MEDIOPIRA – Como difundir poesia num ambiente tão fragmentado e difuso?</p>
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Já se difunde de muitas formas, como nas redes sociais, por exemplo, ou em canais como o Youtube, vocalizados. Sem falar nos saraus que têm ganhado corpo em alguns lugares, principalmente em metrópoles.</p>
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MEDIOPIRA – O projeto MATOADENTRO é muito bacana, uma incursão pelos arredores que na verdade são o centro, algo inusitado e desconcertante. Acha que em algum momento esse projeto série, vai virar um longa? Algo como uma exposição de macros e micro paisagens? </p>
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Já fizemos exposições fotográficas do Mato Adentro alguns anos atrás, em Monlevade e São Gonçalo do Rio Abaixo. Mas gostaríamos, sim, de voos mais amplos, que, quem sabe?, podem ganhar corpo em algum momento.</p>
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MEDIOPIRA – O que você projeta para a arte e cultura em tempos de Trumps e outros bichos?</p>
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A arte já respondeu com vigor à muitos tempos duros, e acho que continuará a responder como se deve. Sempre é possível surgirem entraves à livre expressão, mas resistência também sempre acontece, com maior ou menor intensidade.</p>
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MEDIOPIRA – O que você ouve de música hoje? O que tem feito a sua cabeça na literatura? Incursões no que já foi ou no que virá?</p>
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Acompanho muito a música por canais de internet e é também na rede digital que ouço boas rádios, como a Inconfidência, por exemplo. Há coisas em âmbito regional e fora. Gosto de nomes como o Graveola, de BH, e o pessoal que tem sido chamado de “nova vanguarda Paulista” (Rômulo Fróes, Kiko Dinucci e outros), entre muitos outros. Em literatura, também há uma produção muito forte, sintonizada com as demandas contemporâneas, que também acompanho.</p>
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Não faz sentido escolher entre “o que foi” o e o que 'virá”, até porque a arte realmente de qualidade nunca “foi”, continua sendo, viva, ainda que não para ser apenas repetida.</p>
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MEDIOPIRA – Projetos no forno?</p>
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Sim, mas, enquanto estão no forno, precisam de silêncio para ganharem corpo.</p>
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MEDIOPIRA – Deixe seus links, face, contatos, etc…</p>
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Textos meus quase não tenho postado em lugar nenhum, até porque escrevo pouco e devagar. Fotos podem ser conferidas no Instagram (como wircaetano) e no blog http://meujardimquintal.wordpress.com. O Google me acha com facilidade.</p>
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MARCOS MARTINO PRODUÇÕES</p>
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(031) - 988151041</p>
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