Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

notícias

10/11/2016 20h47

Funda??o SOS Mata Atl?ntica refaz expedi??o na bacia do Rio Doce um ano ap?s trag?dia ambiental

Compartilhe
<p> Um ano ap&oacute;s o rompimento da barragem na cidade de Mariana (MG), uma segunda expedi&ccedil;&atilde;o da Funda&ccedil;&atilde;o SOS Mata Atl&acirc;ntica para avaliar a qualidade da &aacute;gua na bacia do Rio Doce constatou que 14 pontos de coleta permanecem sem condi&ccedil;&otilde;es de uso, sendo que 13 continuam sem vida. Outros tr&ecirc;s se recuperaram. A an&aacute;lise foi realizada de 19 a 28 de outubro e o relat&oacute;rio completo pode ser conferido no link http://bit.ly/2fx0ziP</p> <p> &nbsp;Ao todo, foram 18 pontos de coleta, por&eacute;m num deles n&atilde;o foi poss&iacute;vel realizar qualquer verifica&ccedil;&atilde;o, pois est&aacute; soterrado. Nove trechos apresentaram IQA (&Iacute;ndice de Qualidade da &Aacute;gua) p&eacute;ssimo, quatro estavam ruins, tr&ecirc;s regulares e um &oacute;timo. Na primeira expedi&ccedil;&atilde;o, realizada entre 6 e 12 de dezembro de 2015, o IQA foi p&eacute;ssimo em 16 localidades e em duas a avalia&ccedil;&atilde;o foi de regular.</p> <p> &nbsp;&ldquo;O mais grave desse retorno &agrave; bacia do Rio Doce foi constatar que, em primeiro lugar, a contamina&ccedil;&atilde;o n&atilde;o cessou. Al&eacute;m disso, passados 12 meses ainda h&aacute; arrasto de sedimentos por toda a bacia&rdquo;, afirma Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das &Aacute;guas da ONG. &ldquo;E notamos como a presen&ccedil;a de vegeta&ccedil;&atilde;o nativa protege a &aacute;gua, pois nos trechos onde existe remanescente de Mata Atl&acirc;ntica, nas &aacute;reas protegidas que n&atilde;o foram arrastadas pela lama, tr&ecirc;s pontos se recuperaram&rdquo;, acrescenta ela.</p> <p> &nbsp;Desses tr&ecirc;s pontos, Malu conta que dois est&atilde;o com o IQA regular e um com avalia&ccedil;&atilde;o &oacute;tima. Neles, foram encontrados flora e fauna. At&eacute; uma fam&iacute;lia de antas foi avistada pela equipe da SOS Mata Atl&acirc;ntica. No entanto, ela ressalta que caso o n&iacute;vel de chuvas aumente na regi&atilde;o e a vaz&atilde;o de &aacute;gua da bacia do Rio Doce aumente, h&aacute; risco desses trechos receberem sedimentos novamente, se n&atilde;o houver a&ccedil;&otilde;es de recupera&ccedil;&atilde;o.</p> <p> &nbsp;&ldquo;Como passou um ano e nada praticamente mudou, se as a&ccedil;&otilde;es de recupera&ccedil;&atilde;o n&atilde;o come&ccedil;arem, levaremos mais de uma d&eacute;cada para que esses rejeitos de min&eacute;rios, que n&atilde;o decantam, deixem de ter impacto na bacia do Rio Doce&rdquo;, diz Malu.</p> <p> &nbsp;O &iacute;ndice de turbidez (redu&ccedil;&atilde;o da transpar&ecirc;ncia da &aacute;gua devido &agrave; presen&ccedil;a de res&iacute;duos em suspens&atilde;o) apresentou n&iacute;veis muito superiores ao permitido pela legisla&ccedil;&atilde;o (at&eacute; 100 NTU). Os pontos mais cr&iacute;ticos foram verificados em Barra Longa do Rio Doce (4.990 NTU), Rio Doce &ndash; Carmo x Patinga (3.820 NTU) e S&atilde;o Jos&eacute; do Goiabal (2014.1 NTU).</p> <p> Os n&iacute;veis de mangan&ecirc;s em &aacute;gua pot&aacute;vel (0,1mg/L) tamb&eacute;m foram muito maiores do que o permitido. Os pontos com maiores &iacute;ndices foram em Ipatinga (Rio Doce x Rio Piracicaba) com 2,76 mg/L; em Barra Longa - Rio Doce com 1,97 mg/L e em Perp&eacute;tuo Socorro - balsa Rio Doce com 1,28 mg/L.</p> <p> &nbsp;&ldquo;As fontes de contamina&ccedil;&atilde;o das &aacute;guas da bacia do Rio Doce n&atilde;o cessaram e o despejo cont&iacute;nuo de rejeitos de min&eacute;rio na regi&atilde;o de cabeceira da bacia hidrogr&aacute;fica mant&eacute;m os rios mortos e sem condi&ccedil;&otilde;es de usos, apresentando riscos &agrave; sa&uacute;de das comunidades ribeirinhas, aos animais e ecossistemas&rdquo;, informa o relat&oacute;rio da Funda&ccedil;&atilde;o SOS Mata Atl&acirc;ntica.</p> <p> &nbsp;De acordo com a an&aacute;lise, as obras at&eacute; o momento s&atilde;o no sentido de evitar novos danos decorrentes do rompimento da barragem de Mariana e o seu consequente arrasto de lama. No entanto, essas medidas n&atilde;o t&ecirc;m como objetivo recuperar a bacia do Rio Doce.</p> <p> &nbsp;Os dados obtidos ser&atilde;o entregues aos Minist&eacute;rios P&uacute;blicos Federal e dos Estados, para o Ibama/Minist&eacute;rio do Meio Ambiente, para a Frente Parlamentar Ambientalista e comit&ecirc;s de bacia.</p> <p> &nbsp;A Yp&ecirc; &ndash; Qu&iacute;mica Amparo, que patrocina o projeto Observando os Rios, viabilizou a realiza&ccedil;&atilde;o da expedi&ccedil;&atilde;o. O Projeto &Iacute;ndice de Poluentes H&iacute;dricos (IPH), da Universidade Municipal de S&atilde;o Caetano do Sul (USCS) e a Policontrol foram parceiros da Funda&ccedil;&atilde;o SOS Mata Atl&acirc;ntica na expedi&ccedil;&atilde;o.</p> <p> <strong>&nbsp;RESUMO DA EXPEDI&Ccedil;&Atilde;O </strong></p> <p> &nbsp;Quil&ocirc;metros de Rios&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; 650 km</p> <p> Pontos de monitoramento 18 pontos</p> <p> Munic&iacute;pios Percorridos &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; 29 munic&iacute;pios/distritos</p> <p> Per&iacute;odo &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; De 19 a 28/10/2016</p> <p> <strong>Sobre a metodologia do estudo</strong></p> <p> &nbsp;Os Indicadores de Qualidade da &Aacute;gua e as an&aacute;lises de metais pesados e microbiol&oacute;gicas reunidas neste relat&oacute;rio foram elaborados com base na legisla&ccedil;&atilde;o vigente e respectivos protocolos.</p> <p> &nbsp;O IQA, adaptado do &iacute;ndice desenvolvido pela National Sanitation Foundation dos Estados Unidos, foi introduzido no Brasil para apontar a condi&ccedil;&atilde;o ambiental das &aacute;guas doces superficiais em 1974, por iniciativa da Cestesb (Companhia Ambiental do Estado de S&atilde;o Paulo). Nas d&eacute;cadas seguintes, outros Estados brasileiros adotaram o IQA, que hoje &eacute; o principal &iacute;ndice de qualidade da &aacute;gua utilizado no pa&iacute;s.</p> <p> Os par&acirc;metros do IQA foram escolhidos por especialistas e t&eacute;cnicos como sendo os mais relevantes para serem inclu&iacute;dos na avalia&ccedil;&atilde;o das &aacute;guas doces brutas, destinadas ao abastecimento p&uacute;blico e aos usos m&uacute;ltiplos. A totaliza&ccedil;&atilde;o dos indicadores resulta na classifica&ccedil;&atilde;o da qualidade da &aacute;gua, em uma escala que varia entre: &oacute;tima, boa, regular, ruim e p&eacute;ssima.</p> <p> <strong>Sobre a SOS Mata Atl&acirc;ntica</strong></p> <p> A Funda&ccedil;&atilde;o SOS Mata Atl&acirc;ntica &eacute; uma ONG brasileira que atua h&aacute; 30 anos na prote&ccedil;&atilde;o dessa que &eacute; a floresta mais amea&ccedil;ada do pa&iacute;s. A ONG realiza diversos projetos nas &aacute;reas de monitoramento e restaura&ccedil;&atilde;o da Mata Atl&acirc;ntica, prote&ccedil;&atilde;o do mar e da costa, pol&iacute;ticas p&uacute;blicas e melhorias das leis ambientais, educa&ccedil;&atilde;o ambiental, campanhas sobre o meio ambiente, apoio a reservas e unidades de conserva&ccedil;&atilde;o, dentre outros. Todas essas a&ccedil;&otilde;es contribuem para a qualidade de vida, j&aacute; que vivem na Mata Atl&acirc;ntica mais de 72% da popula&ccedil;&atilde;o brasileira. Os projetos e campanhas da ONG dependem da ajuda de pessoas e empresas para continuar a existir. Saiba como voc&ecirc; pode ajudar em www.sosma.org.br.</p>

Bom Dia Online- Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.

by Mediaplus