15/10/2016 18h30
Corpo humano leva 14 dias para se acostumar com hor?rio de ver?o
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Um estudo realizado no Brasil concluiu que o corpo humano precisa de ao menos 14 dias para se adaptar totalmente ao horário de verão. Enquanto essa adequação não ocorre, são comuns problemas como falta de atenção, de memória e sono fragmentado.</p>
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O horário de verão 2016 começa no Brasil neste dia 16 outubro, e vai até o dia 19 de fevereiro de 2017. Nesse período, o relógio é adiantado em uma hora.</p>
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Ele vai vigorar no Distrito Federal e nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo</p>
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O objetivo é economizar energia elétrica e gerar um ganho de R$ 147,5 milhões, de acordo com estimativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico, o órgão governamental que controla o setor.</p>
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A medida é comum em muitos países.</p>
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As primeiras ideias sobre o tema surgiram no fim do século 18 e um de seus maiores defensores foi o patriarca americano Benjamin Franklin. Ele dizia que a mudança no horário era necessária para gerar "economia tanto em velas como em querosene", segundo o pesquisador Guilherme Silva Umemura.</p>
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De acordo com ele, o horário de verão começou a ser adotado na década de 1930 no Brasil. Mas as discussões acadêmicas significativas sobre seu impacto na saúde começaram nos anos de 1970.</p>
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O estudo desenvolvido por Umemura no Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritos Biológicos, vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, se concentrou em como a mudança no relógio influi na temperatura do corpo humano.</p>
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"Com a mudança no horário as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações fisiológicas no organismo", afirmou.</p>
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<strong>Fadiga</strong></p>
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Segundo ele, a temperatura do corpo começa a subir mais cedo do que antes do horário de verão. Isso aponta para uma desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso.</p>
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"Essa dessincronização entre diferentes ritmos gera problemas. Desde problemas fisiológicos como distúrbios de sono."</p>
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"A pessoa fica mais propensa a ter deficits de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono", disse ele.</p>
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A falta de atenção e a fadiga, afirma, podem ser causadores de acidentes de trânsito e acidentes de trabalho.</p>
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No começo do horário de verão, de acordo com ele, a maior incidência do sol em horários considerados noturnos faz o organismo atrasar seu ritmo. Isso faz com que a pessoa tenda a ficar mais tempo acordada por sentir sono mais tarde - o que afetaria negativamente o sono noturno</p>
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Os grupos mais afetados são os adolescentes e os jovens adultos, segundo o pesquisador.</p>
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<strong>Adaptação</strong></p>
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Porém, na maioria dos casos aos poucos o corpo começa a "se acostumar" com a nova rotina.</p>
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"No nosso trabalho nós observamos que 14 dias seria o mínimo necessário para a pessoa se adaptar ao horário de verão", disse Umemura.</p>
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Mas, de acordo com ele, embora isso seja menos comum, para algumas pessoas os sintomas podem perdurar até fevereiro, quando ocorre a mudança para o horário normal.</p>
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Para chegar a essas conclusões Umemura fez uma pesquisa qualitativa, monitorando dia e noite com aparelhos um grupo de cerca de 20 pessoas - tanto no início como no fim do horário de verão.</p>
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A mudança de horário afeta mais quem tem rotinas mais rígidas de trabalho.</p>
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Mas, para quem tem maior flexibilidade de tempo, o recomendado é tentar minimizar os efeitos da mudança.</p>
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Uma receita é ir acordando 15 minutos mais cedo diariamente, para que a transição ocorra aos poucos.</p>