Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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29/07/2016 08h43

MPF quer impedir constru??o de barragens como a que se rompeu em Mariana

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<p style="text-align: justify;"> <strong>Geral - </strong>O Departamento Nacional de Produ&ccedil;&atilde;o Mineral (DNPM) recebeu recomenda&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) para n&atilde;o autorizar a constru&ccedil;&atilde;o de barragens similares &agrave; do Fund&atilde;o, pertencente &agrave; mineradora Samarco, que se rompeu no munic&iacute;pio de Mariana (MG), em novembro do ano passado. Considerado a maior trag&eacute;dia ambiental do pa&iacute;s, o epis&oacute;dio deixou 19 mortos, provocou destrui&ccedil;&atilde;o de vegeta&ccedil;&atilde;o nativa e poluiu a bacia do rio Doce.</p> <p style="text-align: justify;"> A recomenda&ccedil;&atilde;o foi entregue na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (26). Segundo o documento, devem ser reprovados os planos que indiquem a utiliza&ccedil;&atilde;o do m&eacute;todo de alteamento a montante. Este m&eacute;todo envolve a constru&ccedil;&atilde;o de barragens de rejeitos em etapas, atrav&eacute;s de eleva&ccedil;&otilde;es sucessivas a partir de um dique de partida. Por estar vinculado a diversos casos de rompimentos em todo o mundo, h&aacute; pa&iacute;ses onde ele j&aacute; &eacute; proibido, como o Chile e o Peru.</p> <p style="text-align: justify;"> O MPF recomenda ainda que os projetos para amplia&ccedil;&atilde;o ou altera&ccedil;&atilde;o de barragens, ap&oacute;s a anu&ecirc;ncia e o licenciamento ambiental dos &oacute;rg&atilde;os competentes, sejam analisados pelo DNPM quanto aos aspectos de seguran&ccedil;a. O DNPM tem dez dias &uacute;teis para se manifestar se acata ou n&atilde;o a recomenda&ccedil;&atilde;o.</p> <p style="text-align: justify;"> Em Minas Gerais, j&aacute; est&atilde;o suspensos todos os processos de licenciamento ambiental para barragens que pretendam utilizar o m&eacute;todo de alteamento para montante. A medida foi tomada por meio do decreto 46.993/2016, assinado em maio pelo governador Fernando Pimentel.</p> <p style="text-align: justify;"> A suspens&atilde;o em territ&oacute;rio mineiro vale at&eacute; que o Conselho Estadual de Pol&iacute;tica Ambiental (Copam) defina crit&eacute;rios e procedimentos a serem adotados pelos empreendimentos miner&aacute;rios. Ainda segundo o decreto, as barragens com alteamento a montante j&aacute; existentes em Minas Gerais dever&atilde;o realizar uma auditoria extraordin&aacute;ria at&eacute; o dia 1&ordm; de setembro.</p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>Exemplos</strong></p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"> Para sugerir novas formas de atua&ccedil;&atilde;o dos &oacute;rg&atilde;os que atuam no monitoramento e fiscaliza&ccedil;&atilde;o de barragens, o Minist&eacute;rio P&uacute;blico de Minas Gerais (MPMG) vem observando os exemplos de outros pa&iacute;ses. No in&iacute;cio do m&ecirc;s, pesquisadores brasileiros da empresa Aplysia e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) apresentaram em um semin&aacute;rio os casos Obed e Mount Polley, duas minas canadenses cujas barragens se romperam em 2013 e 2014, respectivamente. A apresenta&ccedil;&atilde;o levou em conta os resultados de uma visita realizada ao Canad&aacute; em abril, onde os brasileiros tiveram contato com as metodologias que possibilitaram uma r&aacute;pida revitaliza&ccedil;&atilde;o dos rios atingidos.</p> <p style="text-align: justify;"> Presente no evento, a ge&oacute;loga e integrante do corpo t&eacute;cnico do MPMG, Marta Sawaya, se interessou pela experi&ecirc;ncia canadense e solicitou a &iacute;ntegra dos estudos. &quot;&Eacute; sempre importante verificar se os mesmos princ&iacute;pios aplicados em outros pa&iacute;ses, que foram bem-sucedidos, podem ser utilizados no Brasil&quot;, diz ela. Um dado que chamou a aten&ccedil;&atilde;o de Marta &eacute; que no Canad&aacute;, com menos de tr&ecirc;s meses, j&aacute; havia um plano de a&ccedil;&atilde;o e, com menos de um ano, todo o rejeito havia sido contido e a calha de um rio de 1,1 mil quil&ocirc;metros estava recuperada.</p> <p style="text-align: justify;"> &quot;N&oacute;s temos aqui a situa&ccedil;&atilde;o do rio Doce, com uma calha de 600 quil&ocirc;metros, onde n&oacute;s ainda n&atilde;o vimos o in&iacute;cio das a&ccedil;&otilde;es. E j&aacute; estamos com 9 meses da trag&eacute;dia&quot;, compara Marta. Outro aspecto que impressionou Marta nos exemplos canadenses foi a transpar&ecirc;ncia dos dados da mina, aos quais todos os &oacute;rg&atilde;os do poder p&uacute;blico tinham acesso simultaneamente, o que teria contribu&iacute;do para uma a&ccedil;&atilde;o mais eficaz: &quot;Um dos acidentes l&aacute; foi em agosto e, no come&ccedil;o de julho do ano seguinte, eles j&aacute; estavam fazendo o repovoamento com trutas. E a truta &eacute; um dos peixes mais exigentes em termos de qualidade de &aacute;gua. Por isso esses relat&oacute;rios s&atilde;o importantes para n&oacute;s&quot;.</p>

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