Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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01/02/2016 15h02

Os Sinos - A crise dentro da crise

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<p> As fragilidades da economia mundial parecem confirmar algumas previs&otilde;es quanto ao risco de se ter uma d&eacute;cada perdida. Na melhor das hip&oacute;teses, seriam anos de letargia econ&ocirc;mica, analisa o Nobel de Economia Joseph Stiglitz.</p> <p> O cen&aacute;rio inspira cautela. O aumento das instabilidades ocorre quando os pa&iacute;ses ainda se recuperam dos estragos da crise de 2008, desencadeada com a quebra do Banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos, e ampliada pelos desdobramentos na Europa, em 2010, e nos pa&iacute;&shy;ses emergentes, nos &uacute;ltimos anos.</p> <p> N&atilde;o faltam sobressaltos. No dia 20 de janeiro, as principais Bolsas sofreram perdas. A Bolsa de Valores de S&atilde;o Paulo caiu 1,08% e as a&ccedil;&otilde;es preferenciais da Petrobras desvalorizaram 4,94%, para 4,43 reais, ap&oacute;s quedas sucessivas nos dias anteriores.</p> <p> Os mercados de a&ccedil;&otilde;es reflu&iacute;ram 2,81% na Alemanha, 3,45% na Fran&ccedil;a, 4,83% no Reino Unido, 3,71% no Jap&atilde;o e 3,82% na China. Nos EUA, a Nasdaq fechou em baixa de 0,08%. Na tarde do dia 20, o &Iacute;ndice Dow Jones ca&iacute;a 1,52% e o S&amp;P 500 mostrava uma varia&ccedil;&atilde;o negativa de 1,14%.</p> <p> As baixas foram provocadas, entre outros motivos, pela queda da cota&ccedil;&atilde;o do petr&oacute;leo para 30 d&oacute;lares o barril no dia 11, o que n&atilde;o acontecia h&aacute; 12 anos. No dia 20, a commodity fechou a 26,53 d&oacute;lares o barril.</p> <p> <strong>Petr&oacute;leo a U$10</strong></p> <p> A esse pre&ccedil;o, todas as empresas do setor de &oacute;leo e g&aacute;s que investiram com a perspectiva de continuidade de cota&ccedil;&otilde;es at&eacute; quatro vezes maiores sofrem uma queda brusca das receitas e est&atilde;o sob risco. As not&iacute;cias do crescimento do PIB da China de 2015 em 6,9%, o mais baixo dos &uacute;ltimos 25 anos, e das dificuldades enfrentadas pelos pa&iacute;ses emergentes aumentaram as incertezas.</p> <p> A onda recente de instabilidades avolumou-se quando o Royal Bank of Scotland aconselhou seus clientes, no dia 10, a se prepararem para &ldquo;um ano catacl&iacute;smico&rdquo; no mundo. O petr&oacute;leo pode desabar para 16 d&oacute;lares, avisou o banco.</p> <p> &ldquo;Venda tudo, exceto t&iacute;tulos de alta qualidade. H&aacute; muitos investidores com posi&ccedil;&otilde;es compradas e as portas de sa&iacute;da s&atilde;o estreitas&rdquo;, recomendou em um comunicado. Os bancos Morgan Stanley e Goldman Sachs preveem uma queda do petr&oacute;leo para 20 d&oacute;lares o barril. A cota&ccedil;&atilde;o poder&aacute; cair para 10 d&oacute;lares na proje&ccedil;&atilde;o do Stanley Chartered.</p> <p> Uma combina&ccedil;&atilde;o de causas empurrou o pre&ccedil;o da commodity para baixo, a come&ccedil;ar pela queda do consumo for&ccedil;ada pela estagna&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica mundial, os estoques elevados, as temperaturas mais altas do inverno europeu e o aumento da efici&ecirc;ncia no uso de combust&iacute;veis.</p> <p> O crescimento da produ&ccedil;&atilde;o de petr&oacute;leo nos Estados Unidos em 66% nos &uacute;ltimos cinco anos e a press&atilde;o baixista da Ar&aacute;bia Saudita para inviabilizar economicamente a explora&ccedil;&atilde;o do xisto naquele pa&iacute;s contribu&iacute;ram para derrubar as cota&ccedil;&otilde;es, assim como a revoga&ccedil;&atilde;o do embargo europeu &agrave; compra do petr&oacute;leo do Ir&atilde;.</p> <p> <strong>P&acirc;nico</strong></p> <p> Os problemas da economia se multiplicam. &ldquo;O com&eacute;rcio global e os empr&eacute;stimos t&ecirc;m se contra&iacute;do, um coquetel indigesto para os balan&ccedil;os e os lucros&rdquo;, disse o economista-chefe do RBS para a Europa, Andrew Roberts.</p> <p> O p&acirc;nico dos investidores e a onda de vendas de ativos fizeram o Bank of America &ldquo;inverter as ordens de compra&rdquo;. Pela primeira vez em sete anos, o JP Morgan Chase pressionou os clientes a &ldquo;venderem as suas a&ccedil;&otilde;es por qualquer oferta&rdquo;.</p> <p> S&oacute; 27% dos executivos entrevistados em uma pesquisa da PwC realizada em dezembro e apresentada no F&oacute;rum Mundial em Davos acreditam que a economia mundial vai melhorar nos pr&oacute;ximos 12 meses.</p> <p> Albert Edwards, estrategista do Banco Soci&eacute;t&eacute; G&eacute;n&eacute;rale, disse que &ldquo;o Ocidente est&aacute; prestes a ser atingido por uma onda de defla&ccedil;&atilde;o das economias dos pa&iacute;ses emergentes&rdquo;. Os bancos centrais, segundo Edwards, n&atilde;o aprenderam as li&ccedil;&otilde;es da bolha imobili&aacute;ria que conduziu &agrave; crise financeira e &agrave; recess&atilde;o em 2008-2009.</p> <p> &ldquo;N&atilde;o entenderam o sistema, portanto, n&atilde;o perceberam que fazem tudo errado novamente. A defla&ccedil;&atilde;o est&aacute; a&iacute; e os bancos centrais n&atilde;o conseguem v&ecirc;-la.&rdquo;</p> <p> A situa&ccedil;&atilde;o atual &ldquo;questiona a avalia&ccedil;&atilde;o predominante no Brasil de que a crise era chinesa e a economia dos Estados Unidos estava se recuperando. Essa vis&atilde;o desconsidera que China e EUA constitu&iacute;ram nos &uacute;ltimos 30 anos um sistema econ&ocirc;mico&rdquo;, aponta o economista Luiz Gonzaga Belluzzo.</p> <p> O peso da economia chinesa e o impacto da sua retra&ccedil;&atilde;o no resto do mundo s&atilde;o &oacute;bvios, mas consider&aacute;-la fr&aacute;gil e sem rumo contraria os fatos. O crescimento do ano passado ficou s&oacute; um d&eacute;cimo abaixo da meta projetada de 7%, a mostrar consider&aacute;vel grau de controle do processo pelos executores da pol&iacute;tica econ&ocirc;mica. E h&aacute; uma &ldquo;mudan&ccedil;a da composi&ccedil;&atilde;o&rdquo; dessa evolu&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Segundo Louis Kuijs, da Oxford Economics, o PIB chin&ecirc;s sofre &ldquo;press&otilde;es para baixo dos setores de im&oacute;veis e de exporta&ccedil;&otilde;es, mas o consumo robusto e os investimentos em infraestrutura evitam uma queda aguda&rdquo;, apesar de ainda existir capacidade ociosa em todos os setores.</p> <p> J&aacute; a situa&ccedil;&atilde;o dos Estados Unidos estaria muito pior do que o Federal Reserve pensa. &ldquo;Assistimos a uma expans&atilde;o massiva de cr&eacute;dito naquele pa&iacute;s, para financiar n&atilde;o a atividade econ&ocirc;mica real, mas as recompras de a&ccedil;&otilde;es das empresas&rdquo;, segundo Edwards.</p> <p> A austeridade fiscal, a valoriza&ccedil;&atilde;o do d&oacute;lar e a m&aacute; distribui&ccedil;&atilde;o de renda v&atilde;o descarrilar a economia dos EUA, alerta o Instituto Levy de Economia. Algumas das fragilidades do sistema financeiro evidenciadas em 2008 parecem persistir.</p> <p> Segundo o Escrit&oacute;rio de Pesquisa Financeira do governo americano, a &ldquo;atividade financeira e os riscos migraram para fora do per&iacute;metro regulado e a liquidez do mercado parece ter ficado mais fr&aacute;gil nos &uacute;ltimos anos, enquanto as interconex&otilde;es entre as empresas financeiras e os mercados evoluem de modos n&atilde;o compreendidos plenamente&rdquo;. O escrit&oacute;rio v&ecirc; &ldquo;elevado e crescente risco de cr&eacute;dito nas transa&ccedil;&otilde;es n&atilde;o financeiras nos Estados Unidos e em muitos mercados emergentes&rdquo;.</p> <p> <strong>Bancos vulner&aacute;veis</strong></p> <p> A vulnerabilidade espec&iacute;fica dos bancos estadunidenses com financiamentos &agrave;s empresas exploradoras do petr&oacute;leo do xisto &eacute; preocupante. O volume de cr&eacute;dito concedido &agrave;s firmas de fracking ou inje&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua sob alta press&atilde;o para fragmentar o mineral e extrair as reservas de &oacute;leo e g&aacute;s cria outra bolha nos Estados Unidos, segundo v&aacute;rios analistas.&nbsp;</p> <p> Afirma Jim Rickards, consultor de investimentos na Austr&aacute;lia e editor da newsletter The Daily Reckoning: &ldquo;Somam cerca de 5,4 trilh&otilde;es, isso mesmo, trilh&otilde;es, de d&oacute;lares, os custos incorridos nos &uacute;ltimos cinco anos para infraestrutura e explora&ccedil;&atilde;o do g&aacute;s e do &oacute;leo do xisto nos Estados Unidos financiados com dinheiro das empresas e endividamento banc&aacute;rio&rdquo;.</p> <p> Quando diversos produtores recorreram a empr&eacute;stimos, os modelos financeiros levaram em conta pre&ccedil;os do petr&oacute;leo &ldquo;entre 80 e 150 d&oacute;lares o barril&rdquo;. Nenhuma empresa esperava uma queda como a atual e isso significa que aquelas d&iacute;vidas &ldquo;ter&atilde;o de sofrer uma baixa cont&aacute;bil&rdquo;, ou seu lan&ccedil;amento na conta de despesas e preju&iacute;&shy;zos.</p> <p> Rickards considera a baixa cont&aacute;bil necess&aacute;ria para ao menos 50% das d&iacute;vidas. &ldquo;De modo conservador, se 20% forem lan&ccedil;ados como preju&iacute;zos, as perdas totalizar&atilde;o 1 trilh&atilde;o de d&oacute;lares. Um fiasco maior do que a crise das hipotecas imobili&aacute;rias nos Estados Unidos em 2007.&rdquo; No topo dos maus empr&eacute;stimos est&atilde;o os derivativos.</p> <p> <strong>Bolsas-de-Valores</strong></p> <p> As Bolsas de Valores tamb&eacute;m despencam.</p> <p> A conta de Rickards bate com aquela do Goldman Sachs quanto &agrave; exist&ecirc;ncia de &ldquo;1 trilh&atilde;o de investimentos no setor de petr&oacute;leo virtualmente sem valor enquanto os pre&ccedil;os continuarem t&atilde;o baixos&rdquo;.</p> <p> Os bancos Citigroup, Wells Fargo e BofA informaram perdas consider&aacute;veis com cr&eacute;ditos a empresas do setor petrol&iacute;fero. Para o JP Morgan Chase, o maior dos Estados Unidos, se o petr&oacute;leo permanecer em torno de 30 d&oacute;lares o barril, seria necess&aacute;rio adicionar 750 milh&otilde;es de d&oacute;lares &agrave;s suas reservas para devedores duvidosos.</p> <p> O Federal Reserve de Dallas percebeu que a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; insustent&aacute;vel e dias atr&aacute;s reuniu-se com bancos e mandou parar de marcar a mercado, isto &eacute;, desvalorizar os ativos ligados ao setor de petr&oacute;leo segundo o seu valor atual. A autoridade fiscalizadora aceitar&aacute;, portanto, os valores registrados nos balan&ccedil;os, assumidos quando as proje&ccedil;&otilde;es levavam em conta uma estabilidade das cota&ccedil;&otilde;es altas do petr&oacute;leo.</p> <p> Em entrevista &agrave; CNBC durante o encontro de Davos, Ray Dalio, fundador do Bridgewater Associates, o maior hedge fund do mundo, administrador de 155 bilh&otilde;es de d&oacute;lares, previu que o Fed &ldquo;reverter&aacute; seu curso e far&aacute; mais quantitative easing ou compra de t&iacute;tulos para abastecer o mercado com dinheiro&rdquo;.</p> <p> Para Dalio, os trilh&otilde;es colocados na economia para enfrentar as crises sucessivas conduziram os pre&ccedil;os dos ativos para o &ldquo;territ&oacute;rio das bolhas&rdquo; e criaram um efeito riqueza negativo. &ldquo;Todos os pa&iacute;ses necessitam de uma pol&iacute;tica monet&aacute;ria mais expansionista e os bancos centrais agora t&ecirc;m menos espa&ccedil;o para ajudar.&rdquo;</p> <p> Mais preocupantes que a China, neste ano, s&atilde;o as economias emergentes do Brasil, &Aacute;frica do Sul, Tail&acirc;ndia e Turquia, apon&shy;ta o economista Barry Eichengreen, da Universidade da Calif&oacute;rnia. Com seus altos n&iacute;veis de d&iacute;vida de curto prazo, s&atilde;o vulner&aacute;veis a crises das suas moedas, potencialmente causadoras de colapsos econ&ocirc;micos. &ldquo;Os investidores perceber&atilde;o que a situa&ccedil;&atilde;o da China est&aacute; sob controle e os problemas reais est&atilde;o em outros lugares.&rdquo;</p> <p> No Brasil, as autoridades mant&ecirc;m os juros altos e n&atilde;o querem ouvir falar de nada diferente de equil&iacute;brio or&ccedil;ament&aacute;rio e cortes de gastos, investimentos p&uacute;blicos inclu&iacute;dos. A principal medida do governo para estimular a economia foi o an&uacute;ncio da inten&ccedil;&atilde;o de aumentar o cr&eacute;dito dos bancos p&uacute;blicos, feito pelo ministro Nelson Barbosa. A&ccedil;&atilde;o bem-vinda, mas t&iacute;mida diante da envergadura da recess&atilde;o. E ainda no campo das promessas.</p> <p> A for&ccedil;a da pol&iacute;tica econ&ocirc;mica conservadora, posta em d&uacute;vida em outros pa&iacute;ses, ficou evidente na rejei&ccedil;&atilde;o da m&iacute;dia e de ex-dirigentes do Banco Central, entre outros, &agrave; iniciativa do presidente Alexandre Tombini de revelar preocupa&ccedil;&otilde;es com as economias brasileira e mundial um dia antes da reuni&atilde;o do Comit&ecirc; de Pol&iacute;tica Monet&aacute;ria, no dia 20, para decidir a taxa de juros.</p> <p> Tombini fez refer&ecirc;ncia &agrave; revis&atilde;o, pelo Fundo Monet&aacute;rio Internacional, das estimativas de crescimento global, de 3,1% no ano passado para 3,4% em 2016 e 3,6% em 2017, mais gradual que em outubro. As proje&ccedil;&otilde;es para o PIB do Brasil passaram de -1,0% para -3,5% em 2016 e de +2,3% para 0% em 2017.</p> <p> A preocupa&ccedil;&atilde;o externada por Tombini pode ter influenciado a decis&atilde;o do Copom de manter a taxa de juros em 14,25%. &Eacute; muito diante da situa&ccedil;&atilde;o de inadimpl&ecirc;ncia crescente de empresas e o desemprego. Em entrevista a blogueiros no mesmo dia, o ex-presidente Lula disse que &ldquo;o governo precisa se mexer e mobilizar recursos para os investimentos p&uacute;blicos&rdquo;.</p> <p> Diferente da situa&ccedil;&atilde;o de Tombini &eacute; aquela do presidente do BC do M&eacute;xico, Agust&iacute;n Carstens, que defendeu dias atr&aacute;s um quantitative easing nos pa&iacute;ses emergentes para fazer frente &ldquo;a choques potencialmente severos&rdquo; na economia.</p> <p> O principal empecilho para uma pol&iacute;tica de recupera&ccedil;&atilde;o &eacute; a obsess&atilde;o com o equil&iacute;brio dos or&ccedil;amentos nacionais, aponta o economista Robert Skidelsky, professor da Universidade de Warwick, no Reino Unido. &ldquo;&Eacute; o momento ideal para o governo investir na economia.</p> <p> Certamente aumentar&aacute; o d&eacute;ficit, mas isso &eacute; t&atilde;o inquestion&aacute;vel quanto uma empresa emprestar dinheiro para construir uma f&aacute;brica na expectativa de que o investimento pague o financiamento.&rdquo;</p> <p> &ldquo;Os obst&aacute;culos enfrentados pela economia global n&atilde;o est&atilde;o enraizados na economia, mas na pol&iacute;tica e na ideologia&rdquo;, diz Stiglitz. &ldquo;A in&eacute;rcia econ&ocirc;mica &eacute; f&aacute;cil de entender e h&aacute; rem&eacute;dios imediatamente dispon&iacute;veis. O mundo enfrenta uma defici&ecirc;ncia de demanda agregada, resultante de uma combina&ccedil;&atilde;o de desigualdade crescente e uma onda irracional de austeridade fiscal.&rdquo;</p> <p> O aumento da desigualdade no mundo saiu do controle, segundo a ONG Oxfam. A quantidade de indiv&iacute;duos com riqueza igual &agrave;quela da metade da popula&ccedil;&atilde;o mundial (3,6 bilh&otilde;es de habitantes) passou de 388 em 2010 para 80 em 2014 e 62 no ano passado. Nos &uacute;ltimos 25 anos, o rendimento m&eacute;dio anual dos 10% mais pobres aumentou menos de 3 d&oacute;lares.</p> <p> &nbsp;</p> <p> As observa&ccedil;&otilde;es de Stiglitz e Skidelsky fazem sentido tamb&eacute;m no Brasil, mas &eacute; dif&iacute;cil encontrar aqui quem lhes d&ecirc; ouvidos.</p> <p style="text-align: right;"> <em><span style="color: rgb(102, 102, 102); font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 10.88px; line-height: 19.2px;">por&nbsp;</span><a href="http://www.cartacapital.com.br/Plone/autores/carlos-drummond" style="margin: 0px; padding: 0px; outline: none; text-decoration: none; color: rgb(0, 0, 0); border-bottom-style: none; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 10.88px; line-height: 19.2px;">Carlos Drummond</a><span style="color: rgb(102, 102, 102); font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 10.88px; line-height: 19.2px;">&nbsp;</span></em></p>

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