Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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21/01/2016 17h40

ACORDO: MPF quer garantias financeiras de mineradoras

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<p> O acordo que os governos federal e estaduais de Minas Gerais e do Esp&iacute;rito Santo pretendem fazer com a Samarco para a recupera&ccedil;&atilde;o ambiental da Bacia do Rio Doce precisar&aacute; ter garantias financeiras, participa&ccedil;&atilde;o da sociedade e auditoria externa para ser aprovado pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF). O &oacute;rg&atilde;o questionou nesta quarta a proposta de negocia&ccedil;&atilde;o extrajudicial entre Uni&atilde;o, Estado e mineradora, que n&atilde;o previa os pontos acima e abriria m&atilde;o do dep&oacute;sito de R$ 20 bilh&otilde;es para repara&ccedil;&atilde;o dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fund&atilde;o, em Mariana, na regi&atilde;o Central de Minas, no dia 5 de novembro.</p> <p> O procurador da Rep&uacute;blica Eduardo Aguiar afirma que &eacute; preciso ainda que o acordo n&atilde;o estabele&ccedil;a um teto de recursos nem um prazo m&aacute;ximo. Segundo ele, o levantamento de todos os danos ao rio Doce pode levar at&eacute; um ano. &ldquo;Com esse per&iacute;odo de chuvas ainda temos rejeitos vazando e provocando novos danos. O risco de rompimento das outras barragens (Germano e Santar&eacute;m) se elevou com as &uacute;ltimas chuvas. As obras de conten&ccedil;&atilde;o tiveram retrocesso&rdquo;, argumentou Aguiar.</p> <p> A Samarco deveria ter depositado nesta quarta os primeiros R$ 2 bilh&otilde;es do fundo de indeniza&ccedil;&atilde;o (a a&ccedil;&atilde;o judicial estabelecia essa quantia por ano at&eacute; chegar aos R$ 20 bi em dez anos). A empresa, no entanto, informou &agrave; Justi&ccedil;a que n&atilde;o teria como fazer esse dep&oacute;sito inicial, e foi dado um prazo de 15 dias para que possa ser firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Samarco, as acionistas Vale e BHP, os Minist&eacute;rios P&uacute;blicos Federal e Estadual e a Advocacia Geral da Uni&atilde;o (AGU) e Estado.</p> <p> Caso se decida por n&atilde;o fazer o dep&oacute;sito do fundo, o procurador explica que outras garantias de recursos para custear e executar as a&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias devem ser tratadas. &ldquo;Podem ser os bens dos ativos fixos: im&oacute;veis e maquin&aacute;rios. Se ela (a Samarco) n&atilde;o cumprir, &eacute; leiloado, e o valor revertido. N&atilde;o podemos esquecer que temos que incluir os patrim&ocirc;nios da Vale e da BHP como garantias tamb&eacute;m. Essa &eacute; nossa condi&ccedil;&atilde;o para um acordo&rdquo;, declarou Aguiar.</p> <p> O promotor do Minist&eacute;rio P&uacute;blico de Minas (MPMG) em Mariana, Guilherme Meneghim, se mostra contra a suspens&atilde;o do dep&oacute;sito do fundo. Ele &eacute; enf&aacute;tico ao defender o bloqueio de recursos da empresa para garantir indeniza&ccedil;&otilde;es. Segundo Meneghim, os R$ 300 milh&otilde;es bloqueados da Samarco pela promotoria ser&atilde;o mantidos e est&atilde;o atendendo os atingidos nos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu. &ldquo;A medida que vamos fazendo acordos (de indeniza&ccedil;&atilde;o e repara&ccedil;&atilde;o) com a empresa, vamos liberando o dinheiro&rdquo;, disse.</p> <p> <em>J&aacute; ocorreram duas audi&ecirc;ncias de negocia&ccedil;&atilde;o, e foram liberados R$ 6 milh&otilde;es.</em>&ldquo;Com isso, garantimos que ter&aacute; o dinheiro para honrar o acordo. Somos contr&aacute;rios a deixar na conta da Samarco para ela usar como quiser. Dar cheque em branco para a empresa &eacute; um absurdo. Ela cometeu os fatos, ela que pague. E tem recursos&rdquo;, finalizou o promotor.</p> <p> <strong>Audi&ecirc;ncia</strong></p> <p> Atingidos. Nesta quarta foi realizada a segunda audi&ecirc;ncia entre moradores afetados pela trag&eacute;dia e a Samarco. Segundo o promotor Guilherme Meneghim, ficou fixado que os que perderam seus carros ser&atilde;o indenizados pelo valor da tabela Fipe at&eacute; 29 de fevereiro. E aqueles que n&atilde;o moravam nos distritos atingidos, mas tinham casas de fim de semana, receber&atilde;o R$ 10 mil de antecipa&ccedil;&atilde;o de indeniza&ccedil;&atilde;o.</p> <p> <strong>Pagamento.</strong>A Samarco tem que pagar at&eacute; o pr&oacute;ximo dia 31 os R$ 100 mil de antecipa&ccedil;&atilde;o de indeniza&ccedil;&atilde;o a 14 fam&iacute;lias que perderam parentes no desastre &ndash; cinco j&aacute; receberam o recurso.</p> <p> <strong>Saiba mais</strong></p> <p> <strong>Barragens.</strong>O n&iacute;vel de seguran&ccedil;a da barragem de Santar&eacute;m, que comp&otilde;e o complexo da Samarco em Mariana, caiu 1% &ndash; passou de 1,38 para 1,37. Em uma escala de 0 a 2, o &iacute;ndice m&iacute;nimo ideal deve ser igual ou superior a 1,50. H&aacute; quase dois meses, a mineradora realiza obras para evitar outro rompimento. A previs&atilde;o de conclus&atilde;o &eacute; fevereiro.</p> <p> <strong>Seguran&ccedil;a.</strong>A Samarco tamb&eacute;m informou que o fator de seguran&ccedil;a do dique de Selinha, na barragem de Germano &ndash; a maior de todas &ndash; chegou a 1,51, ap&oacute;s a obra de refor&ccedil;o conclu&iacute;da no fim do ano.</p> <p style="text-align: right;"> Informa&ccedil;&otilde;es: O Tempo /&nbsp;JOANA SUAREZ</p>

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