Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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28/12/2015 18h01

'Ver?o do Aedes' amea?a sa?de p?blica, alertam especialistas

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<p> O vil&atilde;o da esta&ccedil;&atilde;o j&aacute; tem nome e sobrenome: Aedes aegypti. O mosquito &eacute; um velho conhecido dos brasileiros, mas este &eacute; o primeiro ver&atilde;o em que transmitir&aacute; tr&ecirc;s doen&ccedil;as distintas: dengue, chikungunya e zika &ndash; enfermidades com sintomas parecidos, mas consequ&ecirc;ncias diferentes.</p> <p> O calor e o grande volume de chuvas previstos para os pr&oacute;ximos meses tendem a agravar o problema.</p> <p> &quot;Calor e chuva &eacute; uma combina&ccedil;&atilde;o nefasta porque aumenta o n&uacute;mero de reservat&oacute;rios potenciais para o mosquito&quot;, explica o epidemiologista Denizar Vianna, do departamento de Cl&iacute;nica M&eacute;dica da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).</p> <p> A temperatura ideal para o mosquito &eacute; acima dos 30&ordm;C, o que dever&aacute; ser comum neste ver&atilde;o. E a chuva tamb&eacute;m ajuda, uma vez que o Aedes bota ovos em &aacute;gua limpa e parada.</p> <p> O calor acima da m&eacute;dia na esta&ccedil;&atilde;o est&aacute; relacionado ao aquecimento global, mas, sobretudo, ao El Ni&ntilde;o &ndash; aquecimento das &aacute;guas do Oceano Pac&iacute;fico, que provoca eleva&ccedil;&atilde;o das temperaturas.</p> <p> &quot;O El Ni&ntilde;o continua bastante intenso e tem provocado chuvas bem acima da m&eacute;dia no Sul e temperaturas mais altas no Sudeste&quot;, diz o climatologista Carlos Nobre. &quot;A taxa de produ&ccedil;&atilde;o de ovos dos mosquitos depende da temperatura (elevada). E entre as muitas vari&aacute;veis que determinam a multiplica&ccedil;&atilde;o dos mosquitos, a mais importante &eacute; o local do desenvolvimento das larvas: &aacute;gua limpa e estagnada.&quot;</p> <p> O intenso El Ni&ntilde;o deste ano dever&aacute; causar uma nova seca no Nordeste, segundo Nobre, mas apenas na regi&atilde;o do sert&atilde;o.</p> <p> O atual surto de zika &eacute; prevalente nas cidades da Zona da Mata nordestina, onde a previs&atilde;o &eacute; de um volume de chuvas at&eacute; tr&ecirc;s vezes superior ao do sert&atilde;o.</p> <p> &quot;H&aacute; muita d&uacute;vida tamb&eacute;m sobre a redu&ccedil;&atilde;o dos focos de mosquito em regi&otilde;es de seca&quot;, explica Nobre. &quot;Em tese, a aus&ecirc;ncia de chuva reduziria o ac&uacute;mulo natural de &aacute;gua limpa e parada. Mas as pessoas tendem a armazenar &aacute;gua em baldes e caixas d&#39;&aacute;gua que, descobertos, formam excelentes criadouros para o mosquito.&quot;</p> <p> <strong>Sintomas semelhantes</strong></p> <p> Outro desafio nesta esta&ccedil;&atilde;o, segundo especialistas, ser&aacute; a busca por diagn&oacute;sticos corretos, j&aacute; que muitos sintomas das tr&ecirc;s doen&ccedil;as transmitidas pelos mosquitos s&atilde;o semelhantes, com pequenas varia&ccedil;&otilde;es.</p> <p> A febre, por exemplo, pode aparecer nas tr&ecirc;s enfermidades, embora costume ser mais elevada na dengue, mais baixa no caso da zika e de dura&ccedil;&atilde;o curta na chikungunya.</p> <p> Manchas na pele tamb&eacute;m s&atilde;o comuns &agrave;s tr&ecirc;s infec&ccedil;&otilde;es. Dores de cabe&ccedil;a podem aparecer nas tr&ecirc;s doen&ccedil;as, embora seja mais intensa na dengue. Dores no corpo s&atilde;o outro sintoma comum &agrave;s tr&ecirc;s infec&ccedil;&otilde;es, por&eacute;m s&atilde;o mais intensas na febre chikungunya.</p> <p> E as gr&aacute;vidas s&atilde;o o principal grupo de risco, diante da rela&ccedil;&atilde;o do v&iacute;rus da zika com os casos de nascimento de beb&ecirc;s com microcefalia.</p> <p> Para o epidemiologista Denizar Vianna, h&aacute; outro problema s&eacute;rio que pode surgir: a infec&ccedil;&atilde;o simult&acirc;nea por dois ou mais v&iacute;rus.</p> <p> &quot;Isso pode acontecer, sim, e seria catastr&oacute;fico&quot;, diz Vianna. &quot;N&atilde;o sei se seria em escala epid&ecirc;mica (300 casos por 100 mil habitantes), mas pode acontecer.&quot;</p> <p> Mas h&aacute; uma outra complica&ccedil;&atilde;o mais f&aacute;cil de ocorrer: o ver&atilde;o 2015/16 ser&aacute; o primeiro com quatro diferentes sorotipos de dengue circulando, o que pode provocar o que especialistas chamam de rea&ccedil;&atilde;o cruzada, potencializando os efeitos da doen&ccedil;a.</p> <p> &quot;Esse &eacute; um problema s&eacute;rio de sa&uacute;de p&uacute;blica para o qual ainda n&atilde;o se deu muita aten&ccedil;&atilde;o&quot;, alerta Vianna.</p> <p> <strong>N&uacute;meros</strong></p> <p> Dados do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de indicam que, entre janeiro e novembro de 2015, foram notificados 1,5 milh&atilde;o de casos de dengue no pa&iacute;s - 80% deles no Sudeste e no Nordeste.</p> <p> Houve ainda confirma&ccedil;&atilde;o de 828 mortes por dengue - quase o dobro do registrado no mesmo per&iacute;odo de 2014 (463) -, e de 18 mil casos de chikungunya.</p> <p> Segundo o &uacute;ltimo boletim do minist&eacute;rio, de 12 de dezembro, houve ainda confirma&ccedil;&atilde;o de 2,4 mil casos de microcefalia.</p>

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