Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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01/12/2015 13h59

Procurador amea?a pedir bloqueio de bens de Vale e BHP para financiar pescadores

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<p> O Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho (MPT) de Minas Gerais amea&ccedil;a pedir bloqueio dos bens das mineradoras Vale e BHP caso sua subsidi&aacute;ria Samarco n&atilde;o garanta ajuda financeira imediata a pescadores e outros trabalhadores ribeirinhos afetados por res&iacute;duos de minera&ccedil;&atilde;o no leito do rio Doce.</p> <p> &Agrave; BBC Brasil, o procurador do Trabalho Geraldo Emediato de Souza disse que as empresas precisam assegurar &quot;renda m&iacute;nima para que pescadores e produtores rurais sobrevivam&quot; at&eacute; que indeniza&ccedil;&otilde;es sejam definidas - mas ressalta que a Samarco &quot;precisa ter dinheiro em caixa&quot; para fazer estes pagamentos.</p> <p> A Samarco &eacute; controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das a&ccedil;&otilde;es da empresa.</p> <p> O procurador afirma que um acordo com as empresas ser&aacute; tentado nesta sexta-feira. Na falta de consenso, a estrat&eacute;gia do MPT ser&aacute; o congelamento de contas. &quot;Se for bloquear (dinheiro), vou bloquear as contas da Vale e da BHP porque n&atilde;o quero inviabilizar a Samarco (financeiramente)&quot;, diz.</p> <p> Segundo Souza, a mineradora j&aacute; teria se comprometido informalmente a pagar um sal&aacute;rio m&iacute;nimo, mais 20% por dependente, para todos os trabalhadores do leito do rio que se sentirem afetados pela lama. &quot;O ideal seria que esse valor aumentasse. Mas estamos lutando contra o tempo&quot;, diz.</p> <p> &Agrave; reportagem, a Samarco n&atilde;o informou valores, mas confirmou que &quot;ir&aacute; subsidiar temporariamente as fam&iacute;lias que tiveram seus recursos de subsist&ecirc;ncia afetados pelo deslocamento da pluma de turbidez no Rio Doce&quot; - sem responder, por&eacute;m, quando isso acontecer&aacute;.</p> <p> Quase um m&ecirc;s ap&oacute;s o rompimento de uma barragem da regi&atilde;o de Mariana, a mineradora diz que ainda n&atilde;o sabe quantas pessoas tiveram seu trabalho ou subsist&ecirc;ncia afetados pelos res&iacute;duos qu&iacute;micos que cruzaram o rio Doce rumo ao oceano Atl&acirc;ntico.</p> <p> &quot;Foram iniciados os trabalhos de levantamento de impactos socioecon&ocirc;micos ao longo da Bacia do Doce. A empresa refor&ccedil;a que n&atilde;o est&aacute; medindo esfor&ccedil;os para que esse processo aconte&ccedil;a no menor prazo poss&iacute;vel&quot;, diz a Samarco, em nota.</p> <p> A companhia tamb&eacute;m diz que &quot;est&aacute; profundamente consternada por todos os impactos causados por esta situa&ccedil;&atilde;o t&atilde;o triste&quot;. Procurada, a Vale n&atilde;o comentou a amea&ccedil;a de bloqueio de suas contas para garantir o pagamento de &quot;renda m&iacute;nima&quot; &agrave;s popula&ccedil;&otilde;es afetadas.</p> <p> <strong>Erro t&eacute;cnico</strong></p> <p> &Agrave; reportagem, a Samarco n&atilde;o confirmou valores, mas confirmou que &#39;ir&aacute; subsidiar temporariamente as fam&iacute;lias que tiveram seu recursos de subsist&ecirc;ncia afetados&#39;</p> <p> &Agrave; BBC Brasil, o Tribunal de Justi&ccedil;a de MG informou que as liminares que determinaram bloqueio de R$ 300 milh&otilde;es das contas da Samarco j&aacute; foram cumpridas, mas resultaram em bloqueio maior - no total, R$ 508.522.538 - por um erro t&eacute;cnico.</p> <p> Ap&oacute;s notar a cobran&ccedil;a excedente, o juiz Frederico Esteves Duarte Gon&ccedil;alves, da 2&ordf; Vara C&iacute;vel, Criminal e de Execu&ccedil;&otilde;es Penais da Comarca de Mariana, ordenou a devolu&ccedil;&atilde;o dos R$ 208.522.538 para a mineradora.</p> <p> Segundo o TJ, a Samarco &quot;alegou que estava impossibilitada de efetuar qualquer despesa, inclusive o pagamento de seus funcion&aacute;rios&quot;. Toda esta quantia bloqueada ser&aacute; usada exclusivamente na repara&ccedil;&atilde;o de danos causados a fam&iacute;lias de Mariana.</p> <p> A empresa n&atilde;o comentou o caso ap&oacute;s o contato da BBC Brasil. Em nota, afirmou que contratou duas empresas para o levantamento de impactos e o cadastramento de &quot;fam&iacute;lias diretamente impactadas&quot;.</p> <p> &quot;Uma das etapas do trabalho consta do cadastramento de fam&iacute;lias diretamente impactadas, como pequenos agricultores, pescadores e areieiros. As informa&ccedil;&otilde;es ser&atilde;o &quot;cruzadas&quot; com as bases oficiais j&aacute; disponibilizadas pelas prefeituras, associa&ccedil;&otilde;es e col&ocirc;nias de pescadores&quot;, diz a Samarco.</p> <p> &quot;Os representantes da Samarco n&atilde;o medem esfor&ccedil;os para agilizar o processo&quot;, prossegue a companhia.</p> <p> <strong>R$ 20 bilh&otilde;es</strong></p> <p> Procurada, a Vale n&atilde;o comentou a amea&ccedil;a de bloqueio de suas contas para garantir o pagamento de &#39;renda m&iacute;nima&#39; &agrave;s popula&ccedil;&otilde;es afetadas.</p> <p> Na &uacute;ltima sexta-feira, o governo federal e os Estados de Minas Gerais e do Esp&iacute;rito Santo anunciaram que v&atilde;o processar Samarco, Vale e BHP Billiton em R$ 20 bilh&otilde;es.</p> <p> Com a a&ccedil;&atilde;o civil p&uacute;blica contra a mineradora Samarco e suas controladoras, o governo pretende levantar recursos &quot;em a&ccedil;&otilde;es de conten&ccedil;&atilde;o dos impactos, revitaliza&ccedil;&atilde;o da bacia do Rio Doce e indeniza&ccedil;&atilde;o das pessoas afetadas pelo desastre&quot;.</p> <p> A medida foi anunciada em entrevista coletiva concedida pelos ministros Lu&iacute;s In&aacute;cio Adams, da Advocacia Geral da Uni&atilde;o, Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, al&eacute;m procurador-geral do Esp&iacute;rito Santo, Rodrigo Rabello.</p> <p> &quot;O que foi perdido ali est&aacute; perdido. A cadeia biol&oacute;gica n&atilde;o ser&aacute; reconstru&iacute;da. Temos que criar condi&ccedil;&otilde;es. Teremos que remediar determinadas &aacute;reas, trabalhar com sociedade civil e avaliar (danos)&quot;, disse a ministra Izabella Teixeira durante o an&uacute;ncio.</p> <p> No mesmo dia, Vale e BHP Billiton anunciaram a cria&ccedil;&atilde;o de um &quot;fundo volunt&aacute;rio e sem fins lucrativos, com a Samarco, para resgatar e recuperar o Rio Doce e seus afluentes&quot;.</p> <p> &quot;O fundo ser&aacute; capitalizado, inicialmente, com recursos da Vale e da BHP. A inten&ccedil;&atilde;o &eacute; buscar apoio financeiro adicional de outras institui&ccedil;&otilde;es privadas, p&uacute;blicas e ONGs. O valor inicial est&aacute; em fase de defini&ccedil;&atilde;o&quot;, informaram as companhias.</p> <p style="text-align: right;"> <em>Da BBC Brasil em S&atilde;o Paulo</em></p>

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