20/11/2015 06h44
Outras 5 barragens correm risco de rompimento na bacia do rio Doce
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Embora o relevo da bacia do rio Doce seja ondulado, montanhoso e acidentado, a enxurrada de dejetos que continua a descer traz preocupação não só quanto à flora e a fauna, mas com relação à população que depende da água do rio para sobreviver. São 879 km de extensão do rio Doce, sendo que a população da bacia é estimada em torno de 3,5 milhões de habitantes, sendo mais de 278 mil desses residentes em Valadares.</p>
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Das 754 barragens que existem em Minas Gerais, conforme aponta o documento Gestão de Barragens, divulgado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) em dezembro de 2014, 450 estruturas são de rejeitos de mineração e de acúmulo de água, 106 de indústria e 198 de destilaria de álcool.</p>
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Mas um fator que ainda tira o sono da população não é só a questão da barragem que se rompeu e as que ainda podem se romper, conforme confirmou a mineradora Samarco recentemente, mas sim quantas estruturas ainda estão próximas do rio Doce, o qual já está devastado pela avalanche de lama. No relatório de Inventário de Barragens de 2014 é possível notar que são 119 estruturas, isso sem levar em conta seis delas, que incluem as barragens de Fundão [que se rompeu], de Santarém e de Germano, as quais estão localizadas na bacia do rio Doce. Desse total, 98 referem-se a mineração, 15 à destilaria de álcool, e à indústria são seis.</p>
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A maioria delas está com a estabilidade garantida pelo auditor (a do Fundão / Samarco/Mariana também estava). Contudo, o relatório mostra que outras três — além da de Germano e de Santarém — estão com a estabilidade não garantida. Todas elas são do setor de mineração. Isso totaliza cinco barragens em risco. Porém, existe uma de classificação I [abaixo do potencial de dano ambiental] e as outras são de classe II [médio potencial]. A não garantia significa que a estrutura pode se romper futuramente, caso medidas preventivas e corretivas não sejam tomadas.</p>