Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

notícias

29/09/2015 09h54

Os Sinos - Sobre adrenalina e empreendedorismo

Compartilhe
<p style="text-align: right;"> <em>Por Luciano Pires</em></p> <p> Participei de uma discuss&atilde;o bem legal sobre a diferen&ccedil;a entre o empreendedorismo de quem &eacute; executivo numa empresa e o de quem &eacute; dono do nariz.</p> <p> Empreendi pela primeira vez dos 24 aos 26 anos de idade, fui executivo de uma multinacional dos 27 aos 52 e me tornei empreendedor novamente aos 52. Durante minha carreira como executivo, fiz verdadeiras loucuras na empresa, sempre andando sobre uma linha t&ecirc;nue, com meu pesco&ccedil;o exposto. E isso se tornou um mantra para mim: n&atilde;o h&aacute; como fazer a diferen&ccedil;a, sair da m&eacute;dia, sem correr riscos. Risco &eacute; o nome do jogo e &eacute; ele que come&ccedil;a a definir a quest&atilde;o do empreendedorismo. Hoje corro riscos diariamente e me vejo praticando quase tudo que praticava quando executivo: buscar obsessivamente o novo, n&atilde;o me conformar com as regras, tentar sempre al&eacute;m das possibilidades, me expor de forma transparente, provocar as pessoas e entrar em frias, escolher os caminhos mais arriscados&hellip; Tudo pela consci&ecirc;ncia de que do risco nascem as grandes recompensas. Eu empreendia como executivo e hoje empreendo como empreendedor independente.</p> <p> Ent&atilde;o qual &eacute; a diferen&ccedil;a? Perdoem a met&aacute;fora, mas &eacute; ela que me acompanha: na multinacional eu praticava bungeejump. Hoje v&ocirc;o de wingsuit.</p> <p> Para quem n&atilde;o sabe, bungeejump &eacute; aquele salto que as pessoas d&atilde;o de cima de pontes, com uma esp&eacute;cie de el&aacute;stico preso nos calcanhares. Chegam at&eacute; perto do ch&atilde;o e o el&aacute;stico as puxa para cima.</p> <p> Wingsuit &eacute; aquele macac&atilde;o especial que alguns indiv&iacute;duos usam para saltar de cima de penhascos. Quando abrem os bra&ccedil;os e as pernas a roupa possibilita planar e dirigir o v&ocirc;o at&eacute; um limite, quando um paraquedas &eacute; aberto e o sujeito aterrisa em seguran&ccedil;a.</p> <p> Nas duas situa&ccedil;&otilde;es, pouca gente pratica, h&aacute; muita adrenalina, um risco imenso, tem que ter uma dose de loucura e, quem gosta, diz que o resultado &eacute; compensador. Digamos que o resultado das duas atividades &eacute; o mesmo: aquela carga de adrenalina que nos d&aacute; a certeza de que estamos vivos. Mas no bungeejump, existe um el&aacute;stico preso no calcanhar. Se voc&ecirc; errar o salto, talvez d&ecirc; um mau jeito nas costas ou desloque uma v&eacute;rtebra. A coisa s&oacute; fica s&eacute;ria se o el&aacute;stico arrebentar.</p> <p> Na outra situa&ccedil;&atilde;o, da wingsuit, &eacute; voc&ecirc;, suas habilidades e&hellip; deu. Se errar, morre. Respeito profundamente os empreendedores corporativos, a turma do bungeejump. N&atilde;o &eacute; todo mundo que tem a coragem deles, acho que s&atilde;o necess&aacute;rios e t&ecirc;m um valor gigantesco, pois lutam contra inimigos internos, contra um sistema engessado e contra gente que n&atilde;o faz e n&atilde;o deixa fazer. Se voc&ecirc; &eacute; um deles, parab&eacute;ns.Mas wingsuit&hellip; &eacute; outra praia.</p> <p> Resumo: acho que o que define um empreendedor &eacute; o grau de risco pessoal que ele assume. Em minha carreira na multinacional, aprendi a lidar com riscos, a me preparar, a planejar, a ampliar a vis&atilde;o, a desafiar as conven&ccedil;&otilde;es. Com uma corda de seguran&ccedil;a na canela, fui um bungee jumper, um baita empreendedor.</p> <p> Mas hoje, dono do meu nariz, me lan&ccedil;ando no espa&ccedil;o sem o el&aacute;stico de seguran&ccedil;a, sou muito mais.</p>

Bom Dia Online- Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.

by Mediaplus