Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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18/05/2015 17h46

Capital social ? determinante no ranking dos pa?ses mais felizes

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<p> Ricos, por&eacute;m nem sempre mais felizes. Esse n&atilde;o &eacute; nenhum exemplo de insucesso familiar, mas a principal li&ccedil;&atilde;o do Relat&oacute;rio Mundial da Felicidade (World Happiness Report, em ingl&ecirc;s), que revelou, com base em respostas de pessoas em todo o mundo, que a renda por si s&oacute; n&atilde;o &eacute; suficiente para garantir o bem-estar dos cidad&atilde;os. De acordo com os dados, a &ldquo;verdadeira felicidade&rdquo; depende muito mais do capital social &ndash; que significa confian&ccedil;a generalizada, boa governan&ccedil;a e o apoio m&uacute;tuo entre indiv&iacute;duos dentro da sociedade &ndash; do que do capital financeiro.</p> <p> Para chegar ao ranking encabe&ccedil;ado pela Su&iacute;&ccedil;a, com o Togo (na &Aacute;frica) ocupando a posi&ccedil;&atilde;o de pa&iacute;s menos feliz e o Brasil no 16&deg; lugar, pessoas de 158 pa&iacute;ses tiveram que dar uma nota ao seu grau de satisfa&ccedil;&atilde;o com a vida: no qual zero significa &ldquo;pior poss&iacute;vel&rdquo;, e dez, &ldquo;melhor poss&iacute;vel&rdquo;. Apesar de os principais fatores levados em considera&ccedil;&atilde;o na an&aacute;lise serem o Produto Interno Bruto (PIB per capita), o apoio social e a expectativa de vida saud&aacute;vel, os fatores secund&aacute;rios &ndash; como generosidade, liberdade para fazer escolhas de vida e aus&ecirc;ncia de corrup&ccedil;&atilde;o &ndash; foram, juntos, respons&aacute;veis por 55% das diferen&ccedil;as m&eacute;dias entre a pontua&ccedil;&atilde;o de cada pa&iacute;s.</p> <p> &Eacute; o que talvez explique o fato de a Costa Rica ocupar a 12&ordf; posi&ccedil;&atilde;o, o M&eacute;xico a 14&ordf; e o Brasil a 16&ordf;. Os tr&ecirc;s est&atilde;o &agrave; frente de Reino Unido, Fran&ccedil;a e Alemanha, que s&atilde;o 21&ordm;, 26&ordm; e 29&ordm;, respectivamente. Os EUA aparecem em 15&ordm; lugar.</p> <p> Os pa&iacute;ses com o capital social suficientemente alto parecem ser mais capazes de manter e at&eacute; melhorar o bem-estar, mesmo diante de cat&aacute;strofes naturais ou de choques econ&ocirc;micos. J&aacute; o estresse econ&ocirc;mico, pol&iacute;tico e social foram os principais respons&aacute;veis pelas dez maiores quedas nas avalia&ccedil;&otilde;es m&eacute;dias de vida. Nesse caso, Gr&eacute;cia, It&aacute;lia e Espanha s&atilde;o exemplos citados pelo relat&oacute;rio, por terem sido duramente atingidos pela crise na zona do euro.</p> <p> Por outro lado, pa&iacute;ses com forte esp&iacute;rito comunit&aacute;rio se mostraram mais capazes de enfrentar grandes crises com consequ&ecirc;ncias mais positivas no ranking da felicidade, a exemplo de Irlanda e Isl&acirc;ndia. No caso do pa&iacute;s n&oacute;rdico, ap&oacute;s a crise econ&ocirc;mica de 2008, o sofrimento com a quebra de seu sistema banc&aacute;rio pouco impactou a felicidade. A recupera&ccedil;&atilde;o p&oacute;s-choque tem sido forte o suficiente para colocar o pa&iacute;s no segundo lugar do ranking mundial.</p> <p> <strong>Renda &eacute; importante</strong></p> <p> De acordo com a dem&oacute;grafa e professora da Universidade Federal de Alfenas Lu&iacute;sa Pimenta Terra, que realizou uma pesquisa correlacionando a maior expectativa de vida e a felicidade, os estudos sobre o tema no pa&iacute;s mostram a renda como um dos fatores preponderantes para o bem-estar social.</p> <p> &ldquo;Estudos sobre felicidade no Brasil mostram que as pessoas teriam maior renda porque seriam mais felizes e, assim, teriam mais disposi&ccedil;&atilde;o para trabalhar e para empreender. Diversos trabalhos apontaram que a popula&ccedil;&atilde;o dos pa&iacute;ses ricos &eacute;, em m&eacute;dia, mais feliz do que a popula&ccedil;&atilde;o dos pa&iacute;ses pobres. Por&eacute;m h&aacute; trabalhos que discutiram outros determinantes para a felicidade. Um desses determinantes &eacute; a situa&ccedil;&atilde;o de emprego&rdquo;, pondera.</p> <p> <strong>Insatisfa&ccedil;&atilde;o</strong></p> <p> Efeitos. Pesquisa feita pelo economista David Blanchflower Graham em 23 pa&iacute;ses evidenciou como a perda do emprego reduz a felicidade drasticamente, ainda que a renda seja mantida.</p> <p> <strong>But&atilde;o &eacute; considerado o pa&iacute;s da felicidade</strong></p> <p> A ideia de medir o n&iacute;vel de felicidade no mundo surgiu durante uma Assembleia Geral das Na&ccedil;&otilde;es Unidas, em julho de 2011. A proposta foi feita pelo ent&atilde;o primeiro-ministro do But&atilde;o, Jigme Thinley. O chefe de Estado, na ocasi&atilde;o, convidou os pa&iacute;ses-membro das Na&ccedil;&otilde;es Unidas a desenvolverem uma pesquisa pr&oacute;xima &agrave; experi&ecirc;ncia de seu pa&iacute;s.</p> <p> O But&atilde;o &eacute; considerado o pa&iacute;s da felicidade. H&aacute; mais de 30 anos, o governo vem tomando decis&otilde;es a partir da medi&ccedil;&atilde;o da Felicidade Interna Bruta (FIB). Para isso, o pa&iacute;s come&ccedil;ou a se preocupar em como elevar o indicador e tornar sua popula&ccedil;&atilde;o mais feliz sem que, com isso, tenha que ceder ao avan&ccedil;o econ&ocirc;mico que propicia a devasta&ccedil;&atilde;o ambiental. Foi definido, ent&atilde;o, que 60% do territ&oacute;rio permaneceria coberto por &aacute;reas verdes.</p> <p> <strong>Qualidade de vida fez Brasil subir posi&ccedil;&otilde;es </strong></p> <p> Nos &uacute;ltimos anos, o pa&iacute;s progressivamente diminuiu a taxa de natalidade, depois de ser pioneiro em programas de erradica&ccedil;&atilde;o da fome</p> <p> O mundo se transformou desde a primeira edi&ccedil;&atilde;o do levantamento, publicado em 2012. A felicidade tornou-se, desde ent&atilde;o, o principal indicador de progresso social. Em rela&ccedil;&atilde;o ao &uacute;ltimo estudo, de 2013, o Brasil subiu oito posi&ccedil;&otilde;es, figurando hoje na 16&ordf; posi&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Nos &uacute;ltimos anos, o pa&iacute;s progressivamente diminuiu a taxa de natalidade, depois de ser pioneiro em programas de erradica&ccedil;&atilde;o da fome. Outra importante mudan&ccedil;a demogr&aacute;fica demonstra que, com o novo padr&atilde;o de vida do brasileiro, a popula&ccedil;&atilde;o tem crescido menos e a expectativa de vida tem aumentado, o que o aproxima dos pa&iacute;ses desenvolvidos.</p> <p> De acordo com a pesquisadora Lu&iacute;sa Pimenta Terra, estudos que visam compreender o bem-estar da popula&ccedil;&atilde;o relacionado ao aumento da esperan&ccedil;a de vida tornaram-se frequentes, nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas, depois de uma importante conquista do Brasil: o aumento expressivo da esperan&ccedil;a de vida ao nascer.</p> <p> &ldquo;Grande parte das pesquisas adotam como indicadores de qualidade de vida medidas ligadas &agrave; sa&uacute;de, como a aus&ecirc;ncia ou exist&ecirc;ncia de determinada doen&ccedil;a ou a limita&ccedil;&atilde;o e a auto-percep&ccedil;&atilde;o de boa sa&uacute;de&rdquo;, explica a pesquisadora. No entanto, somente esses &ldquo;indicadores&rdquo; n&atilde;o englobam outros aspectos da vida dos indiv&iacute;duos que tamb&eacute;m afetam a qualidade de vida da popula&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Por isso, investiguei se o aumento da longevidade &eacute; acompanhado por um aumento do tempo vivido com qualidade de vida. Al&eacute;m disso, verifiquei que a esperan&ccedil;a de vida feliz &eacute; maior do que a esperan&ccedil;a de vida saud&aacute;vel. Ou seja, as pessoas se consideram felizes, mesmo reportando um estado de sa&uacute;de ruim&rdquo;, observa Lu&iacute;sa.</p> <p style="text-align: right;"> <em>Fonte: O Tempo. Por:&nbsp;Felipe Bueno / Litza Mattos</em></p>

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