17/04/2015 08h06
Hospital Margarida deve mais de R$6 milh?es
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Em reunião realizada na tarde dessa quarta-feira, 15, a diretoria do Hospital Margarida relatou a atual situação financeira da casa de saúde. O encontro foi solicitado pelo vereador Telles Superação (PSC), presidente da Comissão de Saúde da Casa, na reunião ordinária da última semana.</p>
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O objetivo da reunião foi apresentar a real situação financeira da instituição e discutir sobre a proposta de unificação do serviço de urgência e emergência entre o Pronto Socorro do hospital e o Pronto Atendimento Municipal. O encontro contou com a presença do provedor do hospital, José Alberto Grijó; do atual administrador Ronaldo Neves de Alvarenga; de diretores da instituição; do presidente da Associação Médica de João Monlevade, Manoel Furtado de Lacerda Neto e do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Décio de Souza. Também estiveram presentes o presidente da Casa, Djalma Bastos; e os vereadores Belmar Diniz (PT), Carlos Gomes (PSB), Guilherme Nasser (PSDB), Leles Pontes (PRB), Thiago Titó (PMDB) e Tuquinho do Povo (PROS).</p>
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Segundo o administrador do hospital, ao assumir a entidade, encontrou uma dívida de R$7.526.925,08, fora a dívida com os médicos que atendem no Pronto Socorro da instituição, que chega a R$616.851,12. Com relação aos pagamentos liquidados em março, o valor foi de R$2.090.612,38.</p>
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Ronaldo disse que, há dois meses, quando assumiu a direção do Margarida, encontrou uma situação financeira bastante complicada, além do desgaste na relação entre médicos e hospital. Desde então, ele afirma que está sendo feito um trabalho para retomar a boa relação entre ambos. “Estou há pouco tempo à frente do hospital e sei que vamos ter que trabalhar muito para melhorar essa situação. É algo difícil, mas acredito que com a união de todos vamos conseguir superar”, destacou.</p>
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Com relação aos R$230 mil repassados pela Prefeitura ao hospital para pagamento dos médicos que prestam serviço ao Pronto Socorro, Ronaldo falou que será aberta uma conta específica para tal com o intuito de que esse dinheiro seja utilizado apenas para esse fim. O mesmo será feito com a verba que vem do Governo do Estado, por meio do Programa Rede Resposta, destinado também para serviços de urgência e emergência.</p>
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Sobre a proposta de unificação do serviço de urgência e emergência, Ronaldo explicou que a intenção é fazer uma avaliação experimental no horário entre 19h e 7h. Segundo o administrador, um estudo está sendo feito pelo hospital para analisar essa questão. Para tanto, caso a unificação realmente aconteça, existe a possibilidade de se criar um novo espaço para dividir os pacientes mais graves daqueles com menor gravidade. “Para isso, serão treinados profissionais para fazer a triagem dos pacientes através do Protocolo de Manchester”, apontou.</p>
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Por fim, Ronaldo disse que caso a proposta da unificação seja realmente efetivada, será desenvolvido uma campanha intensa de conscientização junto à população. “Nossa intenção é fazer com que o cidadão tenha consciência de que caso sua situação seja de menor gravidade, que ele pode recorrer aos postos de saúde para ser atendido. Assim, vamos melhorar muito o atendimento àqueles pacientes mais graves”, ponderou.</p>
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<strong> Pediatria</strong></p>
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Outra questão discutida durante a reunião foi a situação da clínica pediátrica do Pronto Socorro do hospital. Segundo Ronaldo, a maioria dos pediatras que prestam serviço ao Margarida já fazem plantão há mais de 30 anos. Diante da atual situação financeira da casa de saúde, a ausência de plantonistas na clínica pediátrica tem sido cada vez maior. “Até 2010, a escala de plantão da pediatria estava fechada. Mas de lá para cá, o desgaste foi muito grande e os médicos não mais querem prestar plantão”, explicou o presidente da Associação Médica, Manoel Furtado.</p>
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O médico ainda ressaltou que existe a possibilidade real do fechamento da maternidade do hospital devido à falta de pediatras, inclusive nos fins de semana.</p>
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<strong> Audiência Pública</strong></p>
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Ao fim da reunião, o vereador Belmar Diniz reforçou o pedido para a realização de uma audiência pública para se discutir mais a fundo a situação do hospital, inclusive com a participação da comunidade. “Gostaria muito que a diretoria do Margarida atendesse ao nosso pedido para que possamos unir forças para resolver essa questão. Acredito que a soma de esforços é de extrema importância para que o Hospital Margarida possa se reerguer”, declarou.</p>
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Por fim, o presidente Djalma Bastos destacou que a discussão é extremamente válida e que o diálogo é a melhor saída para se buscar soluções para o problema. “A Câmara Municipal se coloca à disposição para ajudar no que for necessário. Eu e os demais vereadores estamos juntos nessa causa e vamos unir esforços para que o Hospital Margarida saia dessa situação, sempre primando pelo atendimento de qualidade ao paciente”, concluiu.</p>
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<em> Crédito fotos: Acom CMJM</em></p>