Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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07/04/2015 07h30

C?mara vota projeto que amplia terceiriza??o

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<p> A C&acirc;mara dos Deputados deve iniciar nesta ter&ccedil;a-feira (7) vota&ccedil;&atilde;o do projeto de lei que regulamenta contratos de terceiriza&ccedil;&atilde;o. Alvo de cr&iacute;ticas de sindicatos e do PT, mas defendida por empres&aacute;rios, a proposta permite que empresas contratem trabalhadores terceirizados para exercer qualquer fun&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Atualmente esse tipo de contrata&ccedil;&atilde;o &eacute; permitida apenas para a chamada atividade-meio, e n&atilde;o atividade-fim da empresa. Ou seja, uma universidade particular, por exemplo, pode terceirizar servi&ccedil;os de limpeza e seguran&ccedil;a, mas n&atilde;o contratar professores terceirizados. Pelo texto que ser&aacute; votado na C&acirc;mara, essa limita&ccedil;&atilde;o n&atilde;o existir&aacute; mais.</p> <p> Conforme o relat&oacute;rio do deputado Arthur Maia (SD-BA), a terceiriza&ccedil;&atilde;o passa a ser definida como &ldquo;a transfer&ecirc;ncia, pela contratante, da execu&ccedil;&atilde;o de parcela de qualquer de suas atividades &agrave; contratada para que esta a realize na forma prevista nesta lei&rdquo;. Sendo assim, qualquer atividade poder&aacute; ser exercida por funcion&aacute;rios terceirizados.</p> <p> O l&iacute;der do PT na C&acirc;mara, Sib&aacute; Machado (AC), afirmou que a bancada vai trabalhar para impedir a aprova&ccedil;&atilde;o do texto. Para ele, a flexibiliza&ccedil;&atilde;o dos contratos de terceiriza&ccedil;&atilde;o &ldquo;acaba&rdquo; com os direitos trabalhistas previstos hoje na legisla&ccedil;&atilde;o brasileira. &ldquo;O texto diz que a terceiriza&ccedil;&atilde;o &eacute; para tudo. Quando a terceiriza&ccedil;&atilde;o passa a n&atilde;o ser mais s&oacute; da atividade-meio, mas tamb&eacute;m da atividade-fim, da&iacute; para frente qualquer trabalhador n&atilde;o tem seguran&ccedil;a alguma&rdquo;, argumentou.</p> <p> Segundo o petista, se o projeto for aprovado pelo Congresso, as empresas passar&atilde;o a contratar trabalhadores terceirizados, a sal&aacute;rios menores, em vez de ter funcion&aacute;rios pr&oacute;prios e a obriga&ccedil;&atilde;o de cumprir as regras previstas na CLT (Consolida&ccedil;&atilde;o das Leis Trabalhistas).</p> <p> &ldquo;O trabalhador vai amanhecer o dia sabendo que da&iacute; para frente n&atilde;o tem mais seguran&ccedil;a em seu trabalho. Qualquer empresa passa a n&atilde;o ter responsabilidade empregat&iacute;cia alguma. &Eacute; a oficializa&ccedil;&atilde;o do gato&rdquo;, afirmou.</p> <p> O relator da proposta, deputado Arthur Maia (SD-BA), afirmou que n&atilde;o est&aacute; aberto a negociar esse trecho do texto. Ele disse que foi chamado para uma conversa nesta manh&atilde; com o ministro de Rela&ccedil;&otilde;es Institucionais, Pepe Vargas, que dever&aacute; ter a participa&ccedil;&atilde;o do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.</p> <p> Segundo o Blog da Cristiana L&ocirc;bo, o governo pretende adiar a vota&ccedil;&atilde;o do projeto para reabrir negocia&ccedil;&otilde;es sobre o m&eacute;rito do texto. &ldquo;N&atilde;o h&aacute; nenhuma possibilidade de isso ocorrer [alterar o escopo previsto para a terceiriza&ccedil;&atilde;o]. Seria eu ir na contram&atilde;o daquilo que est&aacute; sendo indicado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)&rdquo;, afirmou.</p> <p> O texto diz que a terceiriza&ccedil;&atilde;o &eacute; para tudo. Quando a terceiriza&ccedil;&atilde;o passa a n&atilde;o ser mais s&oacute; da atividade-meio, mas tamb&eacute;m da atividade-fim, da&iacute; para frente qualquer trabalhador n&atilde;o tem seguran&ccedil;a alguma&quot;</p> <p> <strong>S&uacute;mula do Tribunal do Trabalho</strong></p> <p> Atualmente uma s&uacute;mula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) imp&otilde;e limites aos contratos de terceiriza&ccedil;&atilde;o, especificando que apenas atividades-meio da empresa contratante podem ser exercidas por funcion&aacute;rios terceirizados. Uma a&ccedil;&atilde;o movida pela Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira do Agroneg&oacute;cio (Abag) pede que o Supremo Tribunal Federal (STF) considere inconstitucional a interpreta&ccedil;&atilde;o dada pela s&uacute;mula, que limita os contratos terceirizados.</p> <p> Para a entidade, essas restri&ccedil;&otilde;es violam preceitos constitucionais, como o da livre iniciativa. O Supremo ainda n&atilde;o marcou data para o julgamento. O deputado Arthur Maia nega que a flexibiliza&ccedil;&atilde;o dos contratos de terceiriza&ccedil;&atilde;o possa atingir direitos trabalhistas. Ele argumenta ainda que o projeto em tramita&ccedil;&atilde;o na C&acirc;mara reproduz regras existentes em &ldquo;grande parte do mundo&rdquo;.</p> <p> &ldquo;Isso j&aacute; ocorre nos Estados Unidos, na China, no Canad&aacute;. Em nenhum desses lugares acontece o quadro apocal&iacute;ptico que aqueles que s&atilde;o contra a terceiriza&ccedil;&atilde;o est&atilde;o prevendo. Nenhuma empresa quer perder o expertise de seus funcion&aacute;rios. N&atilde;o vai colocar toda a m&atilde;o de obra na m&atilde;o de terceiros.&rdquo;</p> <p> Para obter o apoio de centrais sindicais, o relator aceitou incorporar&nbsp; ao projeto emenda do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), ex-presidente da For&ccedil;a Sindical, que garante que o terceirizado ser&aacute; representado pelo sindicato dos empregados da empresa contratante, quando a terceiriza&ccedil;&atilde;o for entre empresas com a mesma atividade econ&ocirc;mica.</p> <p> Segundo Paulo Pereira da Silva, essa emenda garante que o trabalhador receba as corre&ccedil;&otilde;es salariais anuais da categoria. &ldquo;Um terceirizado tem todos os direitos da CLT, mas perdia a representa&ccedil;&atilde;o sindical, acabava ficando sem os efeitos da conven&ccedil;&atilde;o coletiva. Tivemos uma reuni&atilde;o das centrais com o relator e, com a incorpora&ccedil;&atilde;o da emenda, vamos apoiar o texto. S&oacute; a CUT [Central &Uacute;nica do Trabalhador] continua&nbsp; a se opor &agrave; proposta&rdquo;, disse o deputado.</p> <p> Isso j&aacute; ocorre nos Estados Unidos, na China, no Canad&aacute;. Em nenhum desses lugares acontece o quadro apocal&iacute;ptico que aqueles que s&atilde;o contra a terceiriza&ccedil;&atilde;o est&atilde;o prevendo. Nenhuma empresa quer perder o expertise de seus funcion&aacute;rios. N&atilde;o vai colocar toda a m&atilde;o de obra na m&atilde;o de terceiros.&quot;</p> <p> <strong>Requisitos</strong></p> <p> Ao mesmo tempo em que amplia as hip&oacute;teses de terceiriza&ccedil;&atilde;o, o projeto de lei estabelece requisitos para que uma empresa terceirize servi&ccedil;os. Pelo texto, a empresa contratada dever&aacute; ter &ldquo;objeto social &uacute;nico, compat&iacute;vel com o servi&ccedil;o contratado&rdquo;. &Eacute; permitida a exist&ecirc;ncia de &ldquo;mais de um objeto&rdquo; quando a atividade recair na mesma &ldquo;&aacute;rea de especializa&ccedil;&atilde;o&rdquo;.</p> <p> &ldquo;N&atilde;o vai poder mais existir a tal da empresa guarda-chuva, que oferece servi&ccedil;o de seguran&ccedil;a, limpeza, transporte&rdquo;, justificou o relator da proposta. A empresa terceirizada dever&aacute; ainda comprovar &ldquo;aptid&atilde;o t&eacute;cnica&rdquo; para exercer a atividade, al&eacute;m de ficar respons&aacute;vel pelo planejamento e pela execu&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os.</p> <p> A terceirizada ser&aacute; ainda respons&aacute;vel pela contrata&ccedil;&atilde;o, remunera&ccedil;&atilde;o e dire&ccedil;&atilde;o do trabalho realizado por seus funcion&aacute;rios. O texto prev&ecirc; que o contrato de terceiriza&ccedil;&atilde;o dever&aacute; especificar o servi&ccedil;o a ser prestado, o local e prazo para realiza&ccedil;&atilde;o da atividade.</p> <p> As normas previstas na proposta atingem empresas privadas, empresas p&uacute;blicas, sociedades de economia mista, produtores rurais e profissionais liberais. O texto somente n&atilde;o se aplica &agrave; administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica direta.</p> <p> <strong>Fiscaliza&ccedil;&atilde;o</strong></p> <p> Para garantir o pagamento aos terceirizados, o projeto de lei estabelece que a empresa que contrata os servi&ccedil;os dever&aacute; &ldquo;fiscalizar&rdquo; o cumprimento das obriga&ccedil;&otilde;es trabalhistas decorrentes do contrato. Se forem observadas viola&ccedil;&otilde;es, a contratante poder&aacute; interromper os pagamentos &agrave; terceirizada.</p> <p> Conforme o projeto, a empresa contratante dever&aacute; exigir mensalmente que a contratada comprove o cumprimento das seguintes obriga&ccedil;&otilde;es:</p> <p> - Pagamento de sal&aacute;rios, adicionais, horas extras, repouso semanal remunerado e d&eacute;cimo terceiro sal&aacute;rio.</p> <p> - Concess&atilde;o de f&eacute;rias remuneradas e pagamento do respectivo adicional.</p> <p> - Concess&atilde;o do vale-transporte, quando for devido.</p> <p> - Dep&oacute;sitos do Fundo de Garantia do Tempo de Servi&ccedil;o (FGTS).</p> <p> - Pagamento de obriga&ccedil;&otilde;es trabalhistas e previdenci&aacute;rias dos empregados dispensados at&eacute; a data da extin&ccedil;&atilde;o do contrato de terceiriza&ccedil;&atilde;o.</p> <p> - Recolhimento de obriga&ccedil;&otilde;es previdenci&aacute;rias.</p> <p> Se as obriga&ccedil;&otilde;es n&atilde;o estiverem sendo cumpridas, o projeto prev&ecirc; que a empresa contratante poder&aacute; reter o pagamento do servi&ccedil;o terceirizado, at&eacute; que a situa&ccedil;&atilde;o seja normalizada. A empresa pode, ainda, efetuar o pagamento de sal&aacute;rios, recolhimento de FGTS e encargos previdenci&aacute;rios diretamente aos trabalhadores terceirizados. Neste caso, o sindicato da categoria ser&aacute; notificado pela contratante para acompanhar os pagamentos.</p> <p> O texto estabelece ainda a possibilidade de reten&ccedil;&atilde;o mensal 6% do valor da fatura de pagamento da contratante para a terceirizada. O montante ser&aacute; depositado em conta espec&iacute;fica, em nome da empresa terceirizada. Os valores ficar&atilde;o bloqueados e s&oacute; poder&atilde;o ser movimentados por ordem da contratante. Para ter os recursos liberados, a terceirizada dever&aacute; comprovar que quitou as obriga&ccedil;&otilde;es previdenci&aacute;rias e trabalhistas dos empregados que executaram os servi&ccedil;os previstos no contrato.</p> <p> Pela proposta, se a empresa contratante n&atilde;o fiscalizar corretamente a terceirizada, ela passar&aacute; a ter responsabilidade solid&aacute;ria em rela&ccedil;&atilde;o a todas as obriga&ccedil;&otilde;es trabalhistas e previdenci&aacute;rias que n&atilde;o forem cumpridas, ou seja, poder&aacute; ser acionada na Justi&ccedil;a para pagar a integralidade da d&iacute;vida. Se comprovar a fiscaliza&ccedil;&atilde;o, a responsabilidade ser&aacute; subsidi&aacute;ria, ou seja, ser&aacute; apenas obrigada a complementar o que a contratada, que causou o dano ou d&eacute;bito, n&atilde;o foi capaz de arcar sozinha.</p> <p> <strong>Direitos</strong></p> <p> O projeto prev&ecirc; tamb&eacute;m que os empregados terceirizados tenham os mesmos direitos assegurados no local de trabalho aos funcion&aacute;rios da empresa contratante: alimenta&ccedil;&atilde;o em refeit&oacute;rio, quando for ocaso; servi&ccedil;os de transporte; atendimento m&eacute;dico ou ambulatorial nas depend&ecirc;ncias da empresa; e treinamento adequado quando a atividade exigir.</p> <p> A proposta estabelece a possibilidade da chamada &ldquo;quarteiriza&ccedil;&atilde;o&rdquo;, ou seja, de a empresa terceirizada subcontratar os servi&ccedil;os de outra empresa. Este mecanismo s&oacute; poder&aacute; ocorrer, por&eacute;m, em servi&ccedil;os t&eacute;cnicos especializados e se houver previs&atilde;o no contrato original.</p> <p> Al&eacute;m disso, a &quot;quarteiriza&ccedil;&atilde;o&quot; dever&aacute; ser comunicada aos sindicatos dos trabalhadores. O relator dever&aacute; ainda incorporar ao texto uma outra garantia ao funcion&aacute;rio que esteja nesta condi&ccedil;&atilde;o - a de que direitos trabalhistas e previdenci&aacute;rios tamb&eacute;m sejam responsabilidade da empresa contratante prim&aacute;ria, ou seja, de quem requisitou os servi&ccedil;os da primeira terceirizada.</p> <p style="text-align: right;"> <em>Com Informa&ccedil;&otilde;es G1</em></p>

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